Capítulo 16 - Parte II

5.7K 662 183
                                    

Olhei para Maximus, que me encarava atento. O fato de eu não ter me movido não significava que eu havia dado permissão para ele ir além, e foi um alívio – mais tarde – o fato dele não ter arriscado.

Ainda assim, me levantei, ouvindo seu suspiro atrás de mim.

- Bailey...

- Vamos deixar uma coisa em claro, Maximus. – o encarei séria depois de respirar fundo. – Você está namorando. Não sei o que sua namorada sabe sobre nós, mas para mim, ela não sabe nem que nos conhecemos. Honestamente? Quero que continue assim.

Um nó em minha garganta se formou ao expressar, pela primeira vez, meus pensamentos para ele. Maximus nada disse, apenas assentiu e deixou o ar entre nós mais gelado. Eu podia ver nos olhos dele, que queria abordar o assunto até que eu o compreendesse; mas para mim não havia nada do que compreender. Eu tinha outros problemas para resolver agora e, graças a Deus, ele não era um deles.

- Ah. – ouvi atrás de mim, fazendo-me virar rapidamente para ver quem era.

Ótimo. Tudo o que eu precisava.

- Atrapalho?

Acho incrível como Scott consegue ser idiota e imbecil ao mesmo tempo. A pergunta, que contrariava suas ações, já que ele se aproximou de nós dois com tranquilidade, não precisou ser respondida. Se pôs entre eu e Maximus, olhando bem para os olhos de King.

- Não é do seu feitio roubar acompanhantes de outras pessoas, King. – ele sorriu, passando o braço ao redor de meus ombros e puxando-me para mais perto dele. Maximus olhou o movimento com atenção, mas nada disse. – Achei que você fosse tirar umas fotos, Wright.

- Essa era a intenção. Vamos embora.

- Vá na frente, minha missão aqui não acabou. – ele me soltou quando me movi, deixando-me afastar de Maximus sozinha. O olhei incrédula, de modo a tirar um sorriso sacana de seus lábios. – Eu já te alcanço.

Eu não queria parecer um casal na frente de Max, principalmente com Scott, seu colega de quarto com quem teria de dividir o aposento por mais alguns anos. Assim, ergui os ombros e deixei os dois para trás, controlando minha própria curiosidade para saber o que Scott falaria com Max.

No caminho até o lago aonde estávamos pescando, dei passos lentos, quase parando, como se aquilo fosse ajudar a me distanciar lentamente dos dois; pior ainda, como se fosse ajudar a ouvir o que eles falariam. Estava com a atenção tão focada na situação, que não percebi quando havia chego no local.

- Você pescou dois peixes. – Arthur me chamou a atenção. – Está tudo bem?

- Ahn? – o encarei, saindo de meu transe. – Ah! Claro. O que disse?

- Que você pescou dois peixes. – e apontou para o balde onde dois peixes relativamente grandes. Caminhei com hesitação para perto do balde, mas não havia preparação psicológica que me fizesse evitar de dar um pulo quando os bichos se debateram.

- Se eu soubesse que é fácil assim te assustar... – a voz de Scott soou atrás de mim, enquanto suas mãos seguravam meus ombros, por ter evitado um desastre envolvendo a mim e o balde de peixes de Arthur.

- Achei que já estavam mortos, por isso. – me desvencilhei dele e limpei a garganta. – Cumpriu a sua missão? – perguntei mais baixo, não conseguindo segurar minha curiosidade.

Scott parou de mexer em nossas varas e abriu um sorriso malicioso, mexendo em sua calça, como se tivesse acabado de fazer suas necessidades:

Love Me RightOnde histórias criam vida. Descubra agora