Capítulo 5

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Esperei pacientemente Maximus ir embora para que eu pudesse me aproximar e fingir que havia acabado de chegar. Ver a cena lovey-dovey dos dois me fazia querer sacar um rifle e atirar na cabeça de Max, principalmente. Enquanto os observava, lembrei dos dias que passei ao seu lado, imaginando que dançaríamos no meu baile de formatura e no dele, viríamos juntos para a U, nos formaríamos e, depois de um tempo, nos casaríamos. Agora, só me sinto uma trouxa por ter sonhado tanto, enquanto ele estava fora, ficando com outras garotas e tendo certeza de que eu não descobriria suas péssimas intenções. Ver Isla com seu olhar apaixonado me fez pensar em como ela estava sendo trouxa, como eu fui, principalmente se Griffin conseguir comprovar de que há uma foto minha no celular de Maximus. É um tipo de traição, não é? Dependendo de como Max trata a foto ou como ela é.

Respirei aliviada quando o vi ir embora ao encontrar um grupo de amigos. Deu mais um beijo em Isla e então partiu entre sorrisos e risadas com o mesmo grupo de vôlei que ele jogava quando éramos crianças; a diferença é que se antes os dois bairros eram rivais, agora todos os jogadores estavam unidos e formando um belo grupo de amizade.

Ridículos.

- Desculpe o atraso, o problema foi maior do que imaginava. – fingi arfar com a correria de vir até aqui e Isla me mandar um olhar preocupado.

- Mas deu tudo certo?

- Sim, sim. – balancei a mão, caminhando com ela até uma mesa. – Então, o que você quer?

- Ouvi dizer que a massa daqui é boa. – ela sorri. – Se tivesse chegado um pouco mais cedo teria conhecido Max.

- Seu namorado? – me abanei com o cardápio, ainda fingindo estar com calor. – Que pena! Quem sabe da próxima vez? – sorri, vendo-a se remexer em sua cadeira. – Então. Como são suas colegas de dormitório?

Isla me falou sobre suas companheiras de quarto serem "normais". Ouvi sua conversa inteira sobre como as duas foram indiferentes quando ela entrou, apenas porque não fazia parte do grupo de amigos que viera do colégio. É comum para os jovens de Salt Lake ficarem na cidade para fazer a U. A universidade é consagrada e tanto para os pais, quanto para os alunos, é cômodo ficar por aqui. A universidade possui uma quota de alunos que podem ficar nos dormitórios da instituição, afinal, o número de vagas é muito maior do que a quantidade de camas disponíveis. Por sorte, pude utilizar as vagas para alunos vindos de fora, já que me formei em um colégio de outro Estado. Foi mais fácil para mim conseguir uma vaga, do que para Nikki, que teve de pedir para a amiga de sua mãe mexer seus pauzinhos como coordenadora de um dos cursos para cederem uma das vagas dos formandos de SLC (abreviação de nossa cidade, cujo nome é absurdamente grande – Salt Lake City). Isla, assim como eu, também conseguiu uma vaga vinda de fora. Ela disse que não participou da semana de confraternização e boas-vindas porque estava ocupada com a mudança para cá. Morou na casa de Max durante uma semana antes de poder entrar no dormitório, o que, admito, me deixou muito fula da vida. Quero dizer, tia Aubrey, mãe de Max, sempre foi bastante quadrada sobre uma garota dormir no mesmo espaço que seus filhos.

- Ela é um amor. – Isla sorriu, falando de minha ex-sogra. – Me trata como uma filha.

- Que sorte. – forço um sorriso que tenho certeza de que estava mais para dar medo, do que para mostrar empolgação. – As pessoas geralmente falam mal de suas sogras.

- Ah, mas não eu! – ela se remexeu em sua cadeira. – Minha sogra é um anjo! Acho que até gosto mais dela do que de Max. – deu uma risada e me obriguei a soltar mais uma falha risada, que no final pareceu mais com um resmungo. – Se quiser, posso te apresentar para o irmão mais velho dele. Ouvi dizer que terminou com a namorada de anos a algumas semanas atrás.

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