Capítulo 17

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Novembro – um mês depois

- Se você sorrir mais uma vez para mim, eu quebro os seus dentes. – olhei feio para Nicole, que solta uma gargalhada.

Nós havíamos acabado de sair da sala. Isla nos acompanhava com um sorriso no rosto, mostrando que achou graça da ação que havia acabado de ocorrer em aula, por conta de uma Nicole exagerada.

- Eu não acho que foi uma grande vergonha, Bay. – ela cruzou seu braço com o meu, passando o outro braço pelos ombros de Isla apenas para não fazê-la se sentir excluída de nós. – Além do mais, vamos pensar positivo, a professora Hopkins não irá mais atormentá-la quando estiver com sono.

Desvencilhei meu braço do dela, caminhando à frente, sem olhar para trás. Nicole, desde quando éramos pequenas, tinha uma péssima mania de armar um escarcéu depois que ela mesma causou o motivo da gritaria.

- Pare com isso, amiga, você sabia que era só uma questão de tempo até eu armar uma para essa professora lerda. – ela voltou a se colocar ao meu lado, com Isla entre nós. – Até nossa adorável Geller não a suportava.

- É porque ela é insuportável. – Isla concordou com Nikki, as duas trocando risadinhas.

- Você não precisava ter me usado de estopim para seu barraco. – mexi em minha testa, que havia sido a maior vítima de todas junto com meu orgulho.

- Ah, veja bem, depois disso, você não poderá mais ser chamada de corna, pois eliminei qualquer sinal de chifre que possa ter aí. – olhou bem para minha testa, levando, em troca, uma cadernada na cara que lhe causou ainda mais risos. – Tudo bem, pagarei um jantar para nós três, o que acha? Nós precisamos mesmo encontrar com Jessica para acertar os últimos detalhes, já que ela ficou com a parte mais complicada.

Abri um sorriso e olhei para Isla, que tinha seus olhos brilhando de ansiedade. Dizer que essa garota é santa agora pode parecer um grande exagero.

Como nós havíamos combinado, depois que eu conseguisse os contatos para colocarmos nosso plano em prática, Jessica e Nicole fariam todo o resto. Ainda que os amigos de Griffin tenham seus próprios planos para acabar com Augusto, nós tínhamos que fazê-lo pagar na mesma moeda pelo que fez com Geller.

Encaro Isla durante o caminho até a área dos dormitórios. De vez em quando, durante o banho, penso em como foi que eu deixei-a aproximar-se de mim a ponto de nos tornarmos próximas. Diferente de antes, eu já não a culpava pelo que aconteceu entre eu e Maximus, mas também não lhe contei a verdade sobre nós dois. Sendo assim, continua sendo inevitável eu criar desculpas para não dar de cara com uma cena amorosa dos dois, afinal, eu havia aceito Isla em minha vida, não seu relacionamento com meu ex.

- Você acha que algo dará errado? – ela me perguntou no caminho para seu carro. Nicole e Jessica disseram ser melhor para o plano se nós não andássemos juntas demais, para não dar a entender que somos tão amigas quanto realmente somos.

Olhei para Isla, que mordia o canto de seu lábio mostrando o nervosismo. Eu já havia me deparado com a hesitação delas várias vezes no último mês. Aparentemente, Isla ainda não está acostumada com as maldades que uma pessoa má pode fazer, o que me fez simpatizar ainda mais, já que eu, como uma pessoa que tentou ser má, compreendo perfeitamente o seu ponto de vista.

- Por que não daria? – olhei para ela, passando o máximo de tranquilidade que conseguia em um olhar. – Temos bons contatos, mentes maléficas trabalhando nos detalhes e uma dose importante de vontade de vê-lo no limbo.

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