Capítulo 14

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Ele aguardou alguns segundos por minha resposta, como se tivesse esperança de que eu escolhesse ele, a Scott.

- Vou. – apenas respondi. Não dei-lhe satisfação nenhuma. Ele não precisava saber que eu estava indo para quitar um dos débitos que eu tinha com Scott.

Seu olhar vazio me aqueceu o estômago. Era aquilo o que eu queria, quando voltei de Miami. Sim, Maximus, você não é prioridade. Mesmo que não tenhamos nada agora, mesmo que eu tenha cedido em te ouvir, você não tem a mesma prioridade que tinha antes.

Me levantei, sem esperar que ele dissesse alguma coisa, e me despedi com um simples 'boa noite' antes de virar e entrar em casa para pegar o meu casaco. Corri até o andar de cima, mas antes espiei pela janela, só para saber se Maximus ainda estava ali, sentado feito um tolo, como eu queria que estivesse.

Comemorei dentro de mim ao vê-lo com a cabeça baixa, ainda sentado no meio-fio. O som de fogos de artifício tomou conta de todo o meu quarto, como se estivessem explodindo ali dentro mesmo. Sucesso! Sem precisar de ajuda, sem passar horas planejando, sem machucar ou colocar ninguém em risco. Ah, se eu soubesse que me satisfaria com tão pouco... Se eu soubesse que fosse tão fácil.

Desci as escadas com um bom-humor que não havia demonstrado o dia inteiro e avisei minha irmã que iria sair. Ela, Jace e Kennedy estavam entretidos em uma conversa sobre qualquer coisa chata e que apenas irmãos mais velhos achariam divertido falar. Como Naomi não era minha mãe, apenas balançou a cabeça em concordância e me disse para eu não esquecer a chave de casa, pois não levantaria da cama para abrir a porta para mim.

Ao sair, esperava encontrar Maximus ainda sentado, mas ele já não se encontrava mais ali. Ao invés disso, Scott encostava com seu carro e esperava que eu me apressasse em entrar.

- Achei que não se desse bem com a sua irmã. – ele disse, dando partida assim que coloquei o cinto com meu sorriso de satisfação estampado no rosto. – Me parece que teve um bom dia.

- Eu tive um dia péssimo, mas até que ele não terminou ruim. Antes que você comece a falar besteiras, meu bom humor não tem nada a ver com minha relação com a minha irmã, muito menos com você. – finalizei, ouvindo sua risada de quem esperava por uma resposta ácida. Depois de algum tempo calados, vi que estávamos bem longe do meu bairro. – Aonde vamos?

- Quitar parte do seu débito. – ele respondeu simplório, me fazendo revirar os olhos.

Comecei a prestar mais atenção em tudo. Mesmo que ele tenha feito algumas coisas boas para mim, não significava que não pudesse estar com más intenções no momento, afinal, ele era Scott, o cara mais irritante e aproveitador da face da Terra.

Dirigia devagar – para uma pessoa maluca da nossa idade – e percebi que era devido sua atenção estar dividida entre digitar mensagens no celular e olhar para o caminho que fazia. Sua falta de atenção em minha curiosidade começou a me irritar.

- Gostaria de saber sobre o local que está me levando. – apesar da maneira comedida, meu tom de voz exigia uma resposta, vendo-o abrir um pequeno sorriso e apontar com a cabeça para uma casa iluminada e uma rua repleta de carros estacionados. - Isso é sério? – apontei para o lugar, não me recordando de qualquer pessoa que morasse ali e pudesse fazer uma festa com tanta gente. – O que diabos se tem para fazer em uma festa dessas?

- Achei que eu quem fosse escolher o que você tem que fazer, Wright. – ele estacionou numa vaga próxima calmamente. Após parar o carro por completo, soltou o cinto e virou-se em minha direção: – A proposta é a seguinte: posso te deixar sozinha, mas quando eu quiser que você fique comigo, você vai ficar comigo.

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