Não me mexi porque estava hipnotizada por seu toque.
Mesmo com todos os anos afastados, era como se meu corpo soubesse exatamente como reagir, relaxando e deixando a trepidação rolar à solta.
- Chega. – balancei minha cabeça e tirei o cinto, saindo do carro. – Eu preciso ficar sozinha. – murmurei. – Vou ficar louca. Já estou, acho. Ou sempre fui.
Caminhei sozinha em qualquer direção e não ouvi Maximus me chamando ou o grupo de pessoas que se reuniam nas residências próximas do colégio que gritavam a contagem regressiva para o ano novo.
Senti a mão de Maximus segurar meus ombros, para então me virar e trazer-me de volta à realidade. O problema era que além de voltar à realidade, pude perceber que estávamos exatamente onde sempre ficávamos quando namorávamos.
Não tive tempo de reagir. Não consegui sequer pensar. No mesmo momento em que os fogos de artifício que informavam o começo de um novo ano iluminavam o céu, os lábios de Maximus estavam grudados no meu.
Eu queria poder dizer que reagi. Que o empurrei e dei-lhe um tapa em sua cara pela ousadia. Queria ter tido força para dar-lhe um belo sermão.
Mas não. Fraca uma vez, fraca até decidir melhorar.
Seus braços envolveram minha cintura e logo senti minhas costas encostarem em algum lugar, provavelmente o muro do colégio. O beijo de Maximus continuava exatamente da maneira que lembrava ser; tranquilo, mas urgente, carinhoso, mas dominante... seus lábios ainda eram macios e sua língua fazia o mesmo trabalho, só que dezenas de vezes melhor. Ninguém imaginaria que ele pudesse beijar tão bem. Isso, mais o combo de suas carícias e o perfume entorpecente... era puro pecado.
Imperfeita como sou, obviamente não resisto a um bom caminho errado para seguir.
Seus beijos passaram de fortes, para um mais calmo e com paixão. Soube, através dele, que ninguém havia tomado meu coração após nosso término. Dizem que os sentimentos intensificam tudo o que sentimos. Maximus continuava me proporcionando as reações que mais desejei nos garotos com quem me relacionei nos últimos anos. Repentinamente, Scott fugiu da minha mente, mesmo eu querendo que ele aparecesse e nos visse, só para sentir o gosto de ser traído – mesmo que não estivéssemos mais juntos.
- Você... – King murmurou. – Eu senti sua falta.
- Mentiroso. – respondi imediatamente, tão ofegante quanto ele.
Maximus riu em resposta. Pegou minha mão até então pousada em seu braço e levou na área do peitoral em que podia se sentir o coração. E ele pulsava forte. Muito forte. Tão forte que não me surpreenderia se pudesse ver a olho nu o órgão pulsar.
- Eu não sei você, mas jamais conseguiria fazer meu coração saltar assim. Nem durante os jogos.
Limpei a garganta, tentando disfarçar quão sem graça estava. Me afastei e não fui impedida como Scott fazia.
Scott.
Passei a mão pelo rosto, lembrando do que havia acontecido há pouco, no ano passado. Passado. Siga em frente, Bailey Wright, você deve ser a rainha do 'siga em frente'.
- Isso não pode mais acontecer. – disse, voltando meu olhar para Maximus, encontrando-o próximo demais.
Tão próximo que achei que fosse acontecer um novo beijo. Não tão surpreendentemente, não dei nenhum passo para trás, o que me fez perceber que eu estava ficando louca. Louca para ser feita de idiota novamente.
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Love Me Right
RomanceBailey Wright era uma garota doce e alegre. Aos 12 anos, viveu seu primeiro amor com Maximus King. Achou que o sentimento era retribuído, até que, depois de dois anos de relacionamento, o viu traí-la com outras garotas. Mesmo criança, Bailey não con...