Capítulo 24

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- Aos alunos que não tiveram um bom desempenho nas provas, aproveitem para registrar o que tiveram dificuldade e utilizem essa última semana de aula do semestre para eliminar as dúvidas com nós, professores e conseguirem fazer a prova de avaliação semestral com tranquilidade.

- O próximo semestre começa semana que vem e eles querem que a gente use o tempo livre para lembrar das nossas falhas? – Nicole comentou ao meu lado, esnobe. – Não é como se essa prova fosse nos reprovar, não é?

É claro. Porque ela não estava a um fio de ser reprovada.

Eu achava que havia estudado o suficiente. Tecnicamente, eu havia. Mesmo com todo o auê e as coisas que aconteceram durante o primeiro semestre, achei que fiz um bom trabalho. As apresentações foram praticamente perfeitas, o feedback deles foram bons, os trabalhos foram entregues em dia e completos...

E mesmo assim, estou dependendo de uma prova que é insignificante para a maioria dos alunos – uma grande maioria – porque se for bem, posso aumentar minha nota em um tanto que consigo concorrer aos méritos de melhor aluna do meu curso, o que é ótimo para meu orgulho e para meu bolso, já que a universidade oferece alguns benefícios aos alunos com méritos; por outro lado, se for mal, posso acabar pegando exame e todos sabemos que essa é a pior alternativa para passar no semestre simplesmente porque os professores não têm muita simpatia, nem interesse em ajudar os alunos que ficaram de exame final.

Eu culpo a traição, a verdade e minha mania de me tornar a vítima de todo o problema. Não saiu da minha cabeça o fato de Isla nos ter enganado a todo tempo. Nas poucas aulas que tivemos antes das provas, ela veio falar conosco como se nada tivesse acontecido. Jessica já havia dito que isso provavelmente iria acontecer, já que ela não fazia ideia que Nikki havia descoberto toda a farsa. Eu não imaginaria que, depois de tanto ter treinado meu lado vadia, fosse achar tão difícil fingir que nada havia acontecido.

Para ajudar, Scott não tinha limites. Todos os dias, repito, todos os dias ele fazia uma nova tentativa de conversar. No início me sentia como se estivesse esperando. Corra atrás de mim, seu idiota, era o que eu pensava. Mas então, na segunda semana, eu já queria pegar a cabeça dele, bater em uma parede mal feita e esfregado até sumir metade de seu encéfalo. Por sorte, minhas duas melhores amigas fizeram um bom trabalho de deixarem-no bem longe – mas bem longe –, de modo que pude sobreviver por mais uma semana sem encheção de saco.

Maximus, por outro lado, parecia entender que eu não queria ninguém perto de mim. É claro que dessa vez ele fez o que deveria ter feito há anos. Veio atrás de mim, tentou falar. Quando viu que não dava nada certo, tentou agir como se fôssemos amigos. Quando Nicole gritou para ele ficar longe de mim da janela de nosso dormitório, ele entendeu que não devia mais se aproximar até que eu tomasse a iniciativa – ou Nicole, já que ela parecia ainda mais nervosa do que eu.

- Eu já sei o que precisamos fazer para acabar com essa sua distração. – Nikki disse, quando saímos para almoçar. Jessica havia pedido a Maximus que tirasse Isla de perto de nós o máximo que ele conseguisse, afinal, de todos, ele era o único que conseguia olhar pra cara dela. Assim, a vaca logo disse que precisava ir encontrar com o "namorado" e se despediu de nós com a maior atuação de menina inocente.

Enquanto isso, eu utilizei o meio tempo entre Isla estar totalmente longe de nós e nós estarmos totalmente longe de Isla para reclamar sobre minha cabeça, que estava me atrapalhando ao me deixar distraída durante as provas.

- Eu não vou participar de nenhum plano de vingança até semana que vem, quando começaremos um novo semestre com nenhuma pendência nas costas! – falei nervosa. Nicole, como uma boa amiga que poucas vezes consegue ser, não me retrucou como se eu fosse uma lesma. Mostrou-se solidária e ouviu meus muxoxos antes de soltar a bomba.

Love Me RightOnde histórias criam vida. Descubra agora