Diz que não é um sonho

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Capítulo 31 | Dean / Liz

Dois dias depois | Manhã de sexta - feira

Dean

Desço as escadas assobiando alegremente enquanto ajeito a gravata. Dona Dulce me olha desconfiada enquanto vai subindo os degraus com o aspirador de pó nas mãos.

- Bom dia, minha querida dona Dulce! - cumprimento sorrindo.

-  Bom dia senhor! - estreita o olhar.

- O dia está lindo não é? - paro um degrau antes.

- Alguém acordou de muito bom humor pelo que vejo. -  sorrir.

- Certamente que sim! - inclino e lhe dou um beijo na bochecha. - Tenho que ir trabalhar!

Ela cora envergonhada e leva à mão a bochecha.

- Tenha um bom dia dona Dulce!

Desço os degraus passando por ela e vou para a porta.

- Não vai tomar seu café da manhã?
- Não, se sentir fome como algo na empresa! - pisco para ela, pego minha minhas chaves e saio.

************

Chego a empresa, estaciono o carro na garagem e pego o elevador privativo para o último andar.

Saio do elevador, passo pela sala de espera e me direciono para minha sala quando vejo a porta da sala de Samuel aberta.

Que estranho, ninguém entrava naquela sala depois da morte dele. Era sempre mantida trancada e só o próprio Samuel tínha a chave, então depois que ele se foi eu pedi a cópia da chave ao Carlos, o encarregado pela manutenção.

Sem esperar fui direto para a sala, seja quem fosse o audacioso a entrar naquela sala, ele iria se arrepender amargamente.

- Senhor Lautner! -  ouvi a voz de Amanda.

Me virei a tempo de vê - la saindo da minha sala com sua agenda na mão.

- Bom dia senhor! - cumprimenta.

- Amanda! Porque a porta da sala de Samuel está aberta? Quem deu permissão? - digo rude.

- Bem senhor...

- Seja quem for, vai se arrepender! - digo dando - lhe as costas.

- Espera senhor...

Não dou ouvidos e sigo a passos largos para lá.

Entro na sala e a cadeira de Samuel está de costas para a entrada e de frente para a parede envidraçada de modo que eu não tinha nenhuma visão de quem se tratava. Tamanha ousadia me irrita ainda mais.

- Seja lá quem você for, você tem cinco segundos para sair dessa cadeira e um minuto para sumir dessa empresa!

Mas minha ameaça não surte efeito algum. A pessoa não dá a mínima e continua onde está.

- Você está me ouvindo? - rosno ainda mais irritado.

- Sim! - a pessoa diz e vira a cadeira ficando de frente para mim.

Engulo em seco, meu olhar vai direto para o colar em seu pescoço.
- Luíza! - digo perdendo o ar.

Então encontro seus olhos cinzas, mas eles estão vermelhos assim como o nariz. Ela limpa as lágrimas com o dorso da mão, não resisto e vou até ela em poucos segundos, me abaixo à sua frente e num impulso toco a maçã de seu rosto.

- Está chorando... - meu peito comprimi ao ver lágrimas grossas descerem de seus olhos. - Está machucada? - procuro por algum machucado, mas não encontro. - O que aconteceu? - insisto sem imaginar o óbvio.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora