Quando eu sinto seu toque

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Capítulo 7 | Liz

Saí da mesa como se ela estivesse em chamas, só me dei conta que estava do lado de fora do hotel quando senti o vento frio da noite. Olhei para os lados e avistei um banco de madeira à poucos passos dali.

- Algum problema senhorita? - ouvi alguém dizer.

Olhei na direção da voz e vi o porteiro, não havia percebido sua presença ao meu lado. Neguei com a cabeça e fui em direção aquele banco. Só queria ficar sozinha, à noite não tinha começado bem desde o momento que a porta da biblioteca abriu e vi Dean Lautner.

Neste momento ele apareceu na entrada do hotel, eu não queria olhar pra ele. Ele tinha sido o motivo que me fez sair de forma tão deselegante da mesa, papai deveria estar desapontado comigo.

Ele veio em minha direção e sentou ao meu lado, eu apenas olhava para o chão e na garganta um bolo se formando, parecia me sufocar.

Por fim perguntou o motivo pelo qual sai da mesa daquela forma. Então falei o que pensava, ele não tinha o direito de me envergonhar da forma que fez. Ele apenas ouviu minhas respostas calado envolto em pensamentos. Eu me sentia cansada, provavelmente eu não descobriria nada do que vim saber com papai, me sentia cansada de fingir ser quem não era. As lágrimas começaram a vir e não tentei contê-las.

E sem nenhum aviso me vi envolvida em seus braços. Foi tão rápido que não tive reação, apenas aceitei o conforto do seu abraço. Era tão bom e acolhedor naquele frio, seu cheiro invadindo os meus sentidos me provocando arrepios, desde a hora que o vi ele não havia abandonado os meus pensamentos nem por um segundo. E agora eu estava ali no meio da noite abraçada ao homem que tinha me magoado minutos atrás.

- Me desculpe, eu não deveria ter dito aquilo, não me diz respeito e sei que deve ser algo muito delicado pra você. - desde a primeira vez que ouvi aquela voz na biblioteca ela tinha se tornado minha melodia preferida.

Apenas afirmei com um gesto de cabeça,

Eu não queria soltá-lo, não queria me afastar dos seus braços.

- Eu quero me desculpar com você. - ele foi se afastando de mim, ao mesmo tempo senti uma espécie de vazio e pude sentir o vento frio novamente. - Me espere aqui.

Ele levantou e voltou ao hotel, poucos minutos depois retornou.

- Venha. - falou ao estender sua mão pra mim - Não se preocupe eu já falei com seu pai.

Eu não sabia se deveria ir, ele percebeu meu receio e completou.

- Você não confia em mim não é mesmo? - não respondi - Eu prometo que não vou te magoar novamente, confia em mim por favor!

Eu não me dei conta do que tinha feito até ouvir minha voz.

- Eu confio! - dei a mão a ele e me deixei guiar até o carro.

Não fazia ideia pra onde ele me levava mais tampouco me importava. Eu só queria estar com ele, algo naquele homem me atraía e eu não conseguia entender o motivo.

- Onde está me levando? Esta não é a direção da minha casa.

- Não estou te levando pra casa.

Senti um frio na barriga, sua expressão era séria e minha pulsação acelerou.

- E pra onde você está me levando? - não queria parecer uma adolescente assustada, mas eu não sabia nada daquele homem e estava ali a sós no carro dele indo pra Deus sabe onde.

- Eu disse que me desculparia pelo meu comportamento e é isso que vou fazer. Agora seja uma boa passageira e aproveite a vista.

Deu um sorriso maroto pra mim e me senti derreter. Olhei através da janela e perdi o ar, estávamos passando pelo calçadão de Ipanema e à vista era de tirar o fôlego aquela hora da noite.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora