Batendo à porta do passado

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Capitulo 4 | Dean

Estava trabalhando um novo projeto em minha sala quando uma batida na porta me chama a atenção.

- Pode entrar!

Era o senhor Simmons, antes sócio do meu pai e agora meu.

- Podemos trocar algumas palavrinhas? - perguntou da porta.

- Claro senhor Simmons, entre! - falei, gosto muito dele e graças a sua ajuda me tornei o que sou.

Ele entrou e indiquei a cadeira à frente.

- Em que posso ser útil?

Ele me pareceu sem jeito, dificilmente o via assim. Posso até dizer que nunca o vi assim até o dia que me pediu para ser acompanhante de sua filha Melany, em uma festa beneficente. Eu aceitei sem discutir, devia muito a ele e faria qualquer coisa que me pedisse.

- Acabei de falar com minha filha Melany, contei a ela sobre a festa e que você está ajudando a organizar tudo. Ficou bastante animada com a ideia.

Melany... Eu a conhecia desde pequeno, meus país me levara para brincar com ela e Luiza algumas vezes. Depois da morte da mãe após o parto, elas foram criadas pelo pai e por babás. Lembro que como não tinha nenhum irmão me sentia bem ficando com elas. Era mais velho e as tinha como irmãs mais novas. Tomava conta delas e dizia que nunca deixaria ninguém machucá-las. Hoje já não me imagino mais fazendo isso.

Luiza era a tímida e Melany a extrovertida, idênticas na aparência é tão diferentes de almas.
Da última vez que eu as vi elas tinham três anos e eu quase doze, papai decidiu me colocar em um colégio interno e por isso perdemos contato. Mamãe não concordou mais não tinha o que fazer, nunca teve voz para o homem mais arrogante que já conheci em toda minha vida, um homem que só pensava em negócios e esquecia a família.

Passávamos os natais e fins de ano sozinhos, apenas eu e mamãe na companhia um do outro, enquanto papai trabalha e viajava de um país a outro por conta das empresas. Me acostumei a isso e nem estranhava mais. Foi quando ele decidiu se livrar de mim me colocando em um colégio interno, sempre achei que ele nunca quis ter filhos e a prova disso era que só tinha a mim.

No fim fui mandado pros Estados Unidos e lá fiquei até meus dezoito anos, recebia apenas as visitas de minha mãe. Não me importava que ele não fosse me ver, nunca foi carinhoso comigo e não seria me mandando pra lá que ele mudaria.

Quando voltei pra casa lá estava mamãe me esperando de braços abertos, papai (?) não estava, a empresa era mais importante... Sempre foi. Jantávamos juntos quando ele estava presente e fazíamos todas as outras refeições assim, mas todas em silêncio, volta ou outra mamãe tentava quebrar o silêncio mais nem papai e nem eu ajudávamos. Assim se passavam os dias, meses até que completou um ano desde a minha chegada. Foi quando em um jantar eu anunciei minha decisão profissional.

Passado

Estávamos sentados à mesa, o clima não estava dos melhores como sempre.

- Filho onde você esteve o dia todo? Te procurei por toda parte e não o encontrei. - mamãe perguntou.

- Estava na faculdade mamãe, fui para uma entrevista!

- Que maravilha filho! - exclamou feliz - E como foi lá?

- Bem... quando... - estava animado pra contar a ela como tinha sido quando papai me interrompeu.

- Vamos deixar os por menores de lado - falou irritado - Espero que tenha ido para uma entrevista com a profissão que tenho em mente pra você! - sua voz era áspera é tão fria quanto o gelo.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora