A verdade sempre aparece

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Capítulo 26 | Mel

- Não... Não... NÃO!

Acordo com o som de gritos angustiados vindo do quarto da Liz, me levanto e corro até lá.

Abro a porta do quarto dela e a vejo sentada na cama, ofegante e suada.

- Liz... você está bem? - pergunto ao ligar a luz do abajur, sento diante dela.

- Mel... - me abraça começando a chorar.

- Eu estou aqui... - digo tranquilizando-a - Shhhh... fica calma...

- Ouvi gritos... aconteceu alguma coisa? - Nana entra no quarto, vai até as janelas e a porta da sacada. - Está tudo fechado, você está bem querida?- olho para ela.

Entendendo meu olhar se acalma.

- Você teve outro pesadelo, não foi Liz? - pergunto.

Ela não responde, apenas continua chorando abraçada à mim.

- Eu vou buscar um copo d'água, já volto. - Nana diz antes de sair.

- Porquê você não me conta com o que tem tido esses pesadelos? - pergunto fazendo carinho em seus cabelos.

- Porquê o papai se foi? - soluça entre lágrimas.

- É esse o motivo? - me afasto o suficiente para olhar seu rosto.

- Eu não quero falar disso... - limpa as lágrimas com o dorso da mão.

- Liz... Já é a terceira vez só esse mês, e eu não sei o que fazer... não sei como te ajudar... - questiono.

- Vai passar. - diz cabisbaixa.

- É se não passar? E se piorar? - suspirei. - Amanhã faz um mês da morte do nosso pai... antes você não tinha pesadelos... mas agora você acorda gritando...

- Por favor Mel... - me encara. - Eu quero dormir.

Suspiro e concordo com um gesto.

- Vou ficar aqui, até que você durma.

- Não precisa, estou bem.

Vejo que está mentindo, mas concordo para evitar prolongar o assunto.

- Tente dormir, amanhã conversamos.

- Tá bom. - concorda e volta a deitar.

Cubro - a e me inclino para beijar sua testa.

- Qualquer coisa me chama, eu venho correndo! - sorri.

- Desculpa te acordar...

- Não estava dormindo, não se preocupe. - menti. - Até daqui a pouco. - digo vendo que já passa das quatro e meia da manhã, no relógio sobre o criado - mudo.

Ela fecha os olhos, mas eu sei que ela não vai dormir, disse isso apenas para ficar sozinha.

Saio do quarto e vejo Nana vindo pelo corredor com uma xícara de chá.

- Ela já dormiu? - pergunta preocupada.

- Não, mas disse que iria dormir como das outras vezes. - suspiro.

- Eu iria trazer água, mas achei que o chá seria melhor, mas não vou incomoda - lá.

- Eu não sei o que está acontecendo... - passo a mão na nuca.

- Tomé o chá, vá para seu quarto e volte a dormir...

- Eu não vou conseguir dormir... - digo recusando o chá que ela me estende. - Volte a dormir... está tudo bem não tem com o quê se preocupar, eu vou tomar um copo d'água na cozinha e voltar para meu quarto.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora