Procurando culpados.

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Capítulo 22 | Liz / Dean

Liz

Me levantei do sofá na mesma hora que ouvi as palavras do Dean, ele fez o mesmo.
Meu coração batia tão rápido que parecia que iria sair pela boca à qualquer momento.

- Luíza... eu posso explicar...

- Como assim(?) você prometeu que cuidaria da gente? - senti uma pontada no peito. - Você sabia que o meu pai iria morrer? - perguntei horrorizada.

Ele não respondeu de imediato, parecia escolher as palavras que usaria e eu não queria esperar por falsas explicações, sabia que ele buscava alguma forma de omitir os verdadeiros detalhes.

- Você sabia o que estava acontecendo? - pressionei impaciente.

- Sim... eu sabia... - respondeu me fitando.

Sua resposta foi totalmente contrária ao que eu pensei que ele diria, Dean não tentou me enganar, ele foi totalmente sincero, eu deveria ser grata por ele dizer a verdade. Mas a sinceridade de suas palavras acabaram comigo.

- Só pode ser uma brincadeira... - digo com um sorriso nervoso.

Olho para ele em busca de uma explicação, ele suspira triste, sem conseguir dizer mais nada.

- Não... Não pode ser. - digo negando. - Você não faria isso... - apontei sentindo os olhos arder.

- Preciso que você entenda...

- Diz que não sabia... diz que você não sabia que ele iria nos deixar... - peço desesperada enquanto inutilmente tento segurar as lágrimas. - Por favor Dean... diz que se soubesse não tinha deixado ele morrer... - um nó na garganta me sufoca.

- Ele não me permitiu salvá-lo... eu juro que tentei... - ele veio até mim e colocou as mãos em cada lado da minha cabeça, olho para o chão dando vazão as lágrimas.

- Como você tentou se ele... - solucei chorando. - Morreu...? - ergui a cabeça e fitei seu rosto.

- Fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas a vida do seu pai não dependia de mim. - ele encostou a testa na minha, fechei os olhos. - Eu gostava muito dele, acredite... não foi fácil ver minhas mãos atadas.

- Do que você está falando? - me afastei o suficiente para encarar seu rosto.

- Seu pai me fez jurar que não diria nada à ninguém... Eu o levei à vários médicos, mas Samuel... ele se negou à todos os tratamentos oferecidos.

- Talvez se você tivesse me dito... ele estivesse vivo agora! - digo me afastando totalmente dele.

Dean deu um passo em minha direção, involuntariamente dei um passo para trás, ele percebeu e pareceu desapontado.

- O que te impediu de me dizer... é do meu pai que estamos falando... eu podia ter feito algo para ajuda-lo... - falo entredentes.

- Eu sei e sinto muito por isso... Mas Samuel me fez jurar que não diria nada à ninguém! - Dean gesticulava com as mãos enquanto falava, ele parecia nervoso. - Eu sou um homem de palavra Luiza... Dei minha palavra que não diria nada... tive que cumprir...

- Então você colocou uma promessa acima da vida do meu pai? - perguntei friamente. - Meu pai morreu porque você quis manter sua palavra é isso?

- Você está distorcendo as coisas. - ele se aproximou dei outro passo para trás, minhas pernas encontraram o sofá, Dean estava tão próximo de mim agora. - Sabe que não foi assim, eu...

- O que ele tinha? - solucei interrompendo-o. - Qual o motivo de sua morte?

- É melhor conversarmos amanhã! - disse me dando as costas. - Você precisa descansar um pouco.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora