Luz na escuridão

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Capitulo 46 | Liz

Dean me beijou e eu só conseguia pensar nos seus lábios macios sobre os meus. Ergo a mão e toco seu rosto.

O gesto me faz sentir algo estranho se espalhando pelo meu corpo. Era medo.

- Não posso... - recuo, tiro seu blazer dos meus ombros e lhe entrego, em seguida me afasto.

- Luíza, aonde você vai? - pergunta de trás de mim.

As lagrimas não me deixam responder e eu continuo a me distanciar do lugar de onde ele está.

- Eu fiz algo de errado? - de repente ele para á minha frente bloqueando meu caminho. - Luíza me desculpe, não queria te fazer chorar.

- Eu não estou pronta... - digo apavorada. - O casamento... A encenação... - ergo a cabeça e fito seu rosto. - Você. Não dá! - balanço a cabeça frenética.

- Luíza...

- Eu não consigo... - meus lábios tremem. - Tenho medo. - choro.

- Luíza... - põe as mãos em meus ombros.

- A minha vida... Quem eu era... Tudo se foi. - lagrimas rolam. - O que aconteceu comigo?

- Luíza, tenta se acalmar. - pede me vendo beirar a histeria.

Mas eu não consigo prestar atenção em nada que ele diz. Minha cabeça gira sem parar, e eu só quero fugir daquela sensação de abandono.

- Luíza... Aqui... - Dean pega minha mão e coloca em seu peito, o gesto tomando toda minha atenção.

- Sente isso... - sua mão mantendo a minha sobre seu coração.

Eu podia sentir seus batimentos sob meus dedos e na palma da minha mão. Não sei por que, mas eu me concentrei naquele batimento tão forte e no calor que eu sentia vindo de sua pele sob a camisa.

- Sente isso... - seu rosto fitando o meu. - Eu aqui... - diz me passando segurança. - Eu aqui com você... - minha atenção agora em seus olhos. - Vai ficar tudo bem... - ouvir cada palavra dele, foi como por o freio na montanha-russa de sentimentos á qual eu me encontrava. Sua voz me trazendo a calmaria depois da tempestade.

Os soluços foram se tornando menos intensos. De uma forma nunca vista, ele conseguiu me acalmar.

- Respira... Você vai ficar bem...

A sensação de estar sufocando desapareceu aos poucos e eu senti o ar invadindo meus pulmões. Olhei para minha mão ainda em seu peito, a mão dele sobre a minha.

Por mais que eu tentasse negar pra mim mesma, Dean era meu ponto de equilíbrio. A luz em meio a escuridão que havia se tornado a minha vida.

********

Dia seguinte...

Nana se senta ao meu lado no sofá da sala.

- Conseguiu falar com ele? - pergunto sem muitas esperanças.

- Não, me desculpe filha. - responde triste.

- Tudo bem. - toco suas mãos sobre o colo.

- Mas não vou desistir até conseguir. - garante.

- Não quero que volte a tentar. - falei.

- Porque não?

- Porque se João Lucas quisesse, estaria aqui. - balanço a cabeça. - Mas ele simplesmente sumiu.

- Talvez tenha acontecido alguma coisa. - tenta me convencer.

- Não, Nana! Eu não acredito mais nisso... - acrescentei. - Ele não estava aqui quando acordei do acidente, nem estava presente no funeral da... - respiro fundo. - Da Mel... eu precisei dele, mas João Lucas simplesmente sumiu, como se nunca tivesse existido. - digo com magoa.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora