Não quero vê-lo

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Capítulo 27 - Liz / Dean / João Lucas

Liz

Olhei para o túmulo do nosso pai, melhor dizendo, para a pedra de mármore no chão sobre a grama com o nome dele escrito. Havia vários buquês de flores, boa parte deles deixados por funcionários da empresa e outros deixados por antigos amigos. Era bom saber que mesmo depois de ter partido, as pessoas ainda tinham a delicadeza de vir visitar seu túmulo.

No túmulo de nossa mãe também havia flores, colocadas por Nana, Mel e eu naquela tarde.

Mel se abaixou e tocou as letras que compunham o nome do nosso pai, ela chorava e Nana estava ao seu lado. Eu estava dois passos atrás, eu não devia, mas não conseguia evitar o sentimento de mágoa que existia dentro mim.

Eu me sentia magoada com tudo o que aconteceu, papai quando descobriu que estava doente se afastou de mim, se aproximou mais da Mel e depois eu descubro que ele planejava casa - lá com Dean, e o pior de tudo, ele preferiu confiar num estranho à confiar nas próprias filhas. Cada vez que eu lembrava disso só sentia ainda mais mágoa dele.

Hoje faz dois meses desde sua morte, a saudade que sentíamos não desapareceu e nunca iria. Não tínhamos nos acostumado com sua partida, apenas nos conformado.

Ninguém se acostuma com a saudade, como se acostumar com um sentimento de perda tão forte quanto esse?

Mas como Nana havia dito uns dias atrás, tínhamos a obrigação e o dever de continuarmos seguindo em frente, porque assim nosso pai desejaria.

- Vamos pra casa? - ouvi Nana chamar.

Mel levantou e andamos de volta para onde aguardava nosso motorista junto ao carro. Ao nos ver ele abriu a porta do carona para Nana e em seguida a do banco de trás para mim e a Mel.

Olhei para Mel sentada no banco ao meu lado. Ela usava óculos escuros, mas é possível perceber seu rosto um pouco vermelho.

- Você está bem? - pego sua mão sobre o colo.

Ela tira os óculos e me olha, e assim comprovo seus olhos vermelhos e marejados.

- Enquanto eu tiver você, sempre ficarei bem. - responde com um sorriso.

Me inclino abraçando-à com força.

- Eu vou sempre estar com você Mel, nada e ninguém poderá nos separar, eu te amo muito. - falo baixinho apenas para ela ouvir e dou um beijo em seu rosto.

Depois que Melany me disse que papai pretendia casa - lá com Dean, as coisas haviam mudado por uns dias entre nós duas. Eu fiquei magoada com ela por ter escondido aquilo de mim, então ela me pediu desculpa e jurou que nunca mais esconderia nada.

Foi quando eu me senti mal, eu não tinha o direito de está com raiva dela, quando meu segredo era bem maior. E pior, eu estava apaixonada pelo Dean, já tínhamos até nós beijado e ele tinha me tocado de forma tão intima na sala de estar da cobertura dele meses atrás.

- Eu também te amo. - disse e sorriu.

Eu vinha escondendo muito mais coisas da minha irmã do que ela poderia imaginar. E isso não me deixava nada bem, na verdade eu me sentia uma verdadeira mentirosa, assim como Dean havia dito na minha cara quando descobriu nossa farsa.

*********

Entramos em casa e Maria veio em nossa direção com o telefone na mão.

- Telefone pra senhorita Melany. - estendeu o telefone para a Mel e completou. - É o senhor Lautner!

Meu coração disparou na mesma hora, Mel pegou o telefone.

- Obrigada Maria. - sorriu. - Alô, Dean? - ouvi o ruído distante de sua resposta. - Sim, sou eu, a Melany.

A Gêmea Errada - O destino nos separou (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora