📌Capítulo 2

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Dublin é a capital da Irlanda. Castelos, parque da Phoenix, catedrais, e vários museus. Aqui é meio frio, e eu gosto do frio para muitas coisas, dormir e... Só dormir. No inverno não passa de 8°, e no verão não passa de 19°. Eu amo o tempo daqui por algum motivo que desconheço.

Graças a esse tempo quase sempre frio, é fácil você encontrar pelas ruas, ou até mesmo pelas escolas, pessoas andando juntas abraçadas. É... exatamente! Essa é a época em que aparecem os casais mais improváveis do mundo de repente. E logo depois eles somem de novo, no verão.

Também tem o Samuel, e como em todo filme existe aquele garoto mega popular, na minha escola também existe. Samuel é um desses garotos. Capitão do time de rugby e... namorado de Annabeth!

-Sam me obrigou a ir no jogo semana que vem - Annabeth disse quando estávamos almoçando.

Eu olhei ao nosso redor. Todos comendo e brincando. Eu e Annabeth estávamos um pouco afastadas dos outros, e eu era obrigada a sentar em cima da mesa ao invés do banco.

-Hã... você vai? - pergunto.

Bato o olho em um garoto, ele está me olhando... não, não, está olhando para Annabeth, certeza.
Eu começo a desviar dela para ver se ele realmente lhe olha.

-Claro que não. Vocês sabem que eu acho rugby muito violento.

-E você não gosta de coisas violentas? - pergunto logo depois percebendo que o garoto olha para mim e não para ela.

Ele está rindo de alguma coisa, provavelmente por eu ter ficado indo para um lado e para o outro com a cabeça. Ele está sozinho, sem ninguém com ele, parece ser alguém solitário.

-Terra chamado Hanna!

-Oi, o que? - pergunto me virando para ela.

-Você está me ouvindo?

-Não, me desculpa. O que está dizendo mesmo?

-Que rugby é violento! - ela fala como se já tivesse falado mil vezes e até que falou...

-Essa parte eu ouvi, até perguntei se você gost....

-E eu disse que não, e depois fiquei animada e falei que hoje é a véspera do seu aniversário e perguntei se estava animada. Você estava mais interessada em olhar para outra coisa. O que é?

Eu tiro os olhos dela e olho para onde o garoto solitário estava. Ele não está mais lá.

-Hã... não sei, estava olhando para o pátio.

Nessa hora Samuel e os amigos se sentam na nossa mesa, mas nos bancos.

-Oi meu amor - Sam diz dando um beijo em Annabeth e sentando ao seu lado na mesa.

-Oh, e aí Sam?

Peter senta de frente para mim e eu lhe dou um chute enquanto mordo uma maçã.

-Sai fora Peter.

Ele segura o meu pé antes que o acerte e dá uma risadinha boba.

-Não vou a lugar nenhum! - ele diz com uma voz de orgulho.

Eu reviro os olhos e sento na banco, do lado dele. Annabeth arregala os olhos para mim.

-O que está fazendo?

-Sentando?

-Não. Nós três. Topo do mundo.

Annabeth tem mania de ser implicante. Acha que ela e Samuel precisam se aparecer sentando em cima da mesa e que eu preciso estar junto.

Eu só concordei porque Annabeth é insuportavelmente persuasiva e chata quando ela não consegue o que quer.

Suspiro de olhos fechados e volto para a mesa, em frente à Peter.

-Prefiro que você se sente ao meu lado - ele diz fazendo beicinho.

-Eu também, mas não vou discordar dela.

Nós dois rimos e eu roubo umas batatas fritas dele.

Quando o sinal já está para bater eu me levanto e anuncio que vou ao banheiro.

-Quer companhia, amiga? - Annabeth pergunta.

-Não, obrigada.

Quando eu estou saindo do banheiro esbarro com alguém. Eu levanto a cabeça e vejo que é o garoto que vi mais cedo sozinho.

Limpo a garganta.

-Desculpe! - ele me encara.

Não aguento tanta pressão. O garoto não para de me encarar, Ah meu coraçãozinho.

Ele por fim sorri para mim sem mostrar os dentes e sai.

Ele é alto, de cabelos pretos, cheiroso e aparentemente musculoso. Ah meu Deus, como ele é cheiroso.

Ele já foi e eu fiquei parada ali. Não olhe para trás Hanna, não olhe para trás. É exatamente o que faço, olho para trás. Ele está caminhando pela escola com a mão na mochila. Totalmente invisível. Ninguém parece notá-lo.

(...)

Quando chego em casa minha mãe está debruçada na mesa com os olhos cheios de lágrimas.

-Mãe? - eu corro até ela e ponho a mão nos seus braços. - Mãe, o que aconteceu?

Ela para de chorar e me abraça.

-Você vai ter um aniversário perfeito querida!

O que quer que seja que ela pretende fazer não a faz nada bem.

(...)

Já é noite. Minha mãe disse que queria que eu fosse ao shopping com Annabeth para comprar uma roupa para passar meu aniversário. Eu recusei e disse que não gostava de aniversários, - de certo modo eu não gosto por causa da Jennifer, mas eu estava um pouquinho animada - e ela pegou nas minhas mãos e eu pude notar seus olhos inchados.

-Desse aniversário você vai gostar. Vai ser o melhor aniversário da sua vida!

Fico com medo, o que ela pretende me dar? Livros aparentemente não. A não ser que ela compre todos os livros da lista que dei para ela. Ah, como eu adoraria isso. Mas só vou saber amanhã.

Eu obedeço minha mãe e chamo Annabeth para ir no shopping. Ela aceita na hora e nem vinte minutos depois já está na minha casa.

Quando se trata de shopping, Annabeth é muito rápida.

Eu compro um vestido que achei maravilhoso. Eu não entendo NADA de moda, mas ele é transparente e repleto de flores desenhadas com linha dourada, tem um tom meio preto e é repleto de rendas da cor branca e dourada com gola U.
Como eu não suporto saltos, comprei um tênis dourado para combinar.

Voltamos para casa já era tarde, mas eu não me importei, afinal, faltavam somente duas horas para o meu aniversário.

Liguei o rádio e a música "I'm yours" ,do Jason Mraz, estava tocando e eu me permiti cantar um pouco para não ouvir a gritaria dos vizinhos e o choro do bebê. Logo peguei no sono com centenas de pensamentos na cabeça.

Era amanhã, e eu mal podia esperar para ver o presente da mamãe.

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora