📌Capítulo 3

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São seis horas da manhã e meu celular acabou de despertar porque hoje é dia de escola, hoje é o dia do meu aniversário.

Mamãe me disse para usar o vestido o dia todo, mas eu não quero usá-lo na escola porque não vou usar um vestido que não cobria nem metade das minhas coxas.

Tomo banho e resolvo colocar meu converse rosa, uma calça jeans azul skinny, uma blusa de manga comprida branca e uma jaqueta bem grossa azul escuro. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto mas algumas mechas da minha franja ficam soltas fazendo um charme e tanto.

Pego minha mochila colorida e ponho no ombro direito e desço as escadas, o que será que me espera?

-PARABÉNS PRA VOCÊ, NESSA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES, MUITOS ANOS DE VIDA!!!

Minha mãe está em pé ao lado da mesa da cozinha com uma bandeja cheia de cupcakes cantando parabéns para mim.

Eu largo a mochila no chão e solto um dos meus melhores sorrisos. Ela coloca a bandeja na pia e eu lhe abraço.

-Feliz aniversário querida! Muitos anos de vida, saúde, paz, juízo, sucesso e inteligência. Eu te amo!

-Obrigada, mãe. Eu também te amo!

Ela me dá um daqueles abraços sufocantes que as mães dão quando é seu aniversário.

Quando nós recuamos, ela faz cara de pensativa.

-Quantos anos são mesmo? Ah é, dezessete. - e começa a puxar minha orelha.  - Uma, duas, três, quatro, cinco, seis....

-Mãe, mãe, pode parar! - digo rindo. - Isso dói.

Ela sorri e me dá outro abraço. Ela parece estar tão feliz, e isso me faz ficar muito feliz.

Minha mãe não é a melhor cozinheira do mundo, muito pelo contrário, ela deixa a torrada e o macarrão instantâneo queimar. Mas uma coisa que minha mãe é extremamente boa é em fazer cupcakes.

Esses estavam maravilhosos. Eram de limão com recheio de mousse de limão, cobertura de cream cheese e confeito de brigadeiro.

Fico conversando com mamãe enquanto como e então, seu celular recebe uma notificação e depois de ler ela começa a chorar e diz:

-Filha, lembra que te disse que esse seria o melhor aniversário da sua vida?

Eu balanço a cabeça enquanto coloco a mecha da franja atrás da orelha.

-Esse aqui é o meu presente.

Ela caminha até a porta e por um segundo eu penso que é um carro, ou alguma outra coisa maravilhosa e grande mas...

-Pai?

Ele vem até mim e me dá um daqueles abraços sensacionais, tipo filme.
Eu não seguro o choro. Já fazia oito anos que eu não via o meu pai e é muito estranho vê-lo depois de tanto tempo. Eu estou muito feliz por ele estar ali no dia do meu aniversário.

-Ah minha princesa como você cresceu! - ele diz segurando a minha cabeça. Depois que me examina me dá um beijo na testa. - Senti saudades! Parabéns, parabéns!

-Eu também senti pai.

Eu queria lhe perguntar porque ele tinha deixado mamãe ir embora. Queria saber porque eles nos deixou partir e só voltou agora.

Mamãe chega perto dele e diz com a voz carregada de orgulho:

-Oi Henrique.

Papai prende o ar por alguns segundos e lhe responde:

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora