[... Jennifer...]
Era a primeira vez que eu entrava lá. Na sua casa. No seu quarto. No seu canto.
Não reparei muito nos detalhes. Tinha até quase caído na escada por conta das lagrimas que caiam sem parar dos meus olhos.
Quando sentei na sua cama, totalmente chateada, ele deixou a porta entreaberta e sentou do meu lado.
-Eu devia perguntar o que foi?
Não o respondo de imediato. Mas depois de um tempo nego com a cabeça. Ele suspira e põe a mão no nariz.
-Só espero que você não espere nada de mim. Eu nunca estive nessa situação e... e... eu realmente não sei o que fazer. Te deixo sozinha? Te obrigo a falar?
Eu não aguento e rio. É engraçado vê-lo se preocupar comigo e falar complicadamente. É fofo até. Ele também ri um pouquinho.
Eu balanço as pernas no ar já que sua calma é alta e eu sentei de um jeito que meus pés não tocavam o chão.
-Sinto muito por aparecer aqui assim. Sem dizer nada, e...
É estranho falar com ele. Parece que cada palavra dita por mim é levada ao nível master de consideração.
-Não se preocupe. Eu disse que se precisasse de mim eu estaria aqui e além do mais sou seu amigo. Você pode me contar o que você quiser, começando com o que está acontecendo -ele toca meu ombro com o seu de leve e sorri, o que me faz rir de novo.
Eu não o consideraria meu amigo. A última vez que conversamos de verdade foi quando eu me perdi, a uns dois meses atrás. Mas agora Dylan parece a melhor pessoa do mundo para ser amiga.
-Eu... Hanna... nós começamos a brigar a um tempo atrás... -e eu contei para ele toda a historia.
Ele ficou quieto, escutou, deu a opnião em certas partes e ficou serio o tempo inteiro. Quando eu terminei de contar percebi que ambos havíamos tirado os sapatos e estávamos sentados com as pernas transpassadas. A minha direita estava esticada e a esquerda dobrada, a sua perna esquerda estava esticada e sua direita dobrada.
-E o que te incomoda tanto agora, nesse exato momento que você não para de chorar nem por um minuto? -ele pergunta sorrindo enquanto olha para o quarto inteiro.
Ele se inclina um pouco para o lado da sua cômoda, sem levantar da cama, e tira de uma das gavetas um pacote de lenços umidecidos. Sorrio quando ele me entrega e diz: "Não é lá bela coisa e vai deixar seu rosto molhado, mas talvez te ajude a parar de chorar já que eu não consigo".
Depois de tentar parar de chorar e ter gastado algumas duzias dos seus lenços, eu volto a falar.
-Eu jamais pensei que eu e minha irmã fossemos gostar da mesma pessoa. E jamais queria que isso acontecesse sabe? Eu não sei. Sempre foi Hanna quem ficou com aqueles garotos bonitos da sala mesmo quando ainda tínhamos oito anos. Você sabe bem como eram as crianças naquela época -nós dois rimos, me afastando um pouco da minha chateação. -Eu sempre fiquei de fora. Não sei o que acontecia, e eu não me importava. Agora sim, esse garoto me dá calafrios e faz meu coração acelerar... -eu ainda não havia lhe dito quem era o garoto, tinha o apelidado de garoto X. -Mas pelo jeito eu vou perdê-lo para a minha irmã de novo. Mas vai saber... as vezes ele nem é o garoto dos meus sonhos e sim o da Hanna. Talvez a família seja mais importante.
Dylan sorri de canto.
-Você diz muito talvez. As vezes é necessário você parar de dizer tanto talvez ou depois, e descobrir realmente se o cara vale a pena para você. Se ele realmente vai te satisfazer, te fazer feliz e tudo o mais. Vai ver você nem gosta dele tanto quanto pensa.
Sorrio e pego mais um lenço para secar o meu rosto.
Eu parecia uma daquelas garotas de filmes que quando via o garoto dos seus sonhos beijando a sua inimiga ficava chorando pelos cantos. Falei isso para Dylan e ele riu e se encostou na cabeceira da cama, me puxando junto e me abraçando por trás.
Enquanto conversávamos ele as vezes passava a mão no meu rosto e dizia que eu seria facilmente confundida com uma máquina quebrada que fabricava água.
-Será que eu não sou boa o bastante? Será que eu sou uma droga e a Hanna é a garota foda? -pergunto quase que me lamentando por eu ter razão.
Dylan ri alto, e pressiona minha cabeça contro o seu peito de um jeito protetor e carinhoso.
-Não fala assim Jenn. Hanna não é nenhuma rainha e você não é nenhuma megera. Escuta... você tem Tobias na palma da sua mão, talvez você o perdoe e vocês voltem a ficar juntos. Você também com certeza deve ter ganhado o coração de alguma outra pessoa... ou está ganhando. Quem você conheceu recentemente?
E então começamos a conversar sobre assuntos totalmente aleatórios o que me fez esquecer por um tempo aquela loucura toda.
Quando eu levantei minha cabeça do seu peito percebi sua camiseta toda molhada.
-Sinto muito. Eu te molhei.
Ele ri e levanta da cama.
-Não tem o menor problema. Eu tenho várias no meu guarda roupa.
E então ele abre o guarda roupa e tira a primeira blusa que vê de lá, jogando ela em minha direção. Eu me distraio a pegando no ar e quando olho para ele percebo que ele havia tirado a camiseta.
Nem preciso dizer nada né? Bronze, músculos, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O.
Coro e olho para baixo sorrindo enquanto lhe devolvo a camiseta. Ele com certeza percebe que eu fiquei corada pois ri de mim e diz:
-Dá próxima vez eu troco no banheiro.
-Eu não me importo de te ver sem camisa -falo sem pensar. Quando percebo minha fala volto a olhar para baixo, sem graça.
Ele ri e diz um "tudo bem" melodioso, me puxando para baixo logo em seguida, e dizendo que se eu não beber água provavelmente eu vá desidratar.
(...)
No dia seguinte na escola as coisas fluem normalmente. Atrasadas, segunda aula, intervalo, mais aulas chatas e almoço. Eu disse para Hanna que eu não queria ficar lá, mas ela me convenceu de ficar com ela e com Annabeth.
Quando uma garota insuportável passa na nossa mesa nos convidando para assinar um papel que serve para eles fazerem não sei o que lá na escola, a maioria das pessoas vão, principalmente Hanna e companhia. Fico praticamente sozinha na mesa pois eu não estava afim de assinar aquilo, estava com fome e com preguiça.
Quando noto Sebastian está ao meu lado. Ele beija minha bochecha e envolve meu pescoço com as duas mãos.
-Argh, você tá me inforcando -falo puxando suas mãos para baixo.
-É que você é muito fofa. Parece um bichinho de pelúcia de tão fofa que é -ele diz sorrindo e me apertando mais ainda.
Eu rio e então ele me solta e desliza mais para perto de mim.
-E então... onde você foi ontem? Saiu em disparada da escola.
Queria gritar pra ele que eu o vi abraçado com Hanna e fazendo toda aquela merda. Ele não entenderia e eu passaria vergonha e provavelmente perderia o amigo.
-Fui pra casa. Tava me sentindo mal.
-Hum... sei. Mal... nada que beijos não curem não é? -ele disse e começou a beijar todo o meu rosto.
Eu disse que eu iria postar o capítulo amanhã não foi... Tecnicamente já é amanhã porque já passa da 00:00. Fiquei animada e não aguentei, não me julguem por ser louca KKKKKK
Mas só vim avisar que estou louca por colocar as fotos (no caso gif) dos personagens e essa que tá ai hoje é do boy magia do Sebastian. Muitas de vocês com certeza já o conhecem mas de qualquer jeito tá ai... Sorrindo pra vocês <3 <3 <3
PS: Se você imaginou diferente não esqueça de esquecer as fotos hahaha'
PS²: Capítulo dedicado para a fofa da Lais ❤ Sei lá, você é demais e sempre comenta coisas que me fazem rir. Bate aqui
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Gêmeas em guerra
Ficção AdolescenteHanna e Jennifer são irmãs gêmeas idênticas que sempre foram muito unidas, mas separadas com apenas nove anos de idade. Oito anos depois, seus pais decidem uni-las novamente. Porém o que elas menos esperam na nova rotina é se apaixonar. E ainda pio...