Capítulo 29 ✅

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[... Hanna...]

-Não!

-Porque? - pergunto virando a cabeça de lado.

Jennifer suspira e enterra a cabeça nas mãos.

Eu me sento do seu lado e toco no seu braço levemente. Sorrio tristemente, afinal... aquilo era mancada sim.
Ela levanta a cabeça e me olha.

-Eu não quero que você fique com o Sebastian Hanna, ninguém quer! Eu não fico confortável com isso e... a que ponto você chegou para voltar com ele? A que coisa bizarra você pensou quando disse que o perdoava?

Algo dentro de mim se estilhaça em mil pedacinhos, e é incrível como dói. Meus olhos instantaneamente transbordam em lágrimas e minha visão fica embaçada, mas eu não tenho coragem nem de limpá-las.

Eu estava imóvel, não raciocinava direito.
Eu amava Sebastian mais do que tudo... ou era isso o que meu coração dizia.

-Mas eu o amo - falo olhando para minha irmã agora chorando também.
Ela levanta da cama com um pouco de raiva e fica de costas para mim.

-Hanna você não o ama. Pode ter certeza. Amor não é isso. Amor é você não conseguir parar de pensar em alguém, não conseguir parar de falar nele e contar os segundos para ter ele ao seu lado. É você ficar duas horas longe dele e já sentir saudades, é você não falar com ele e sentir que algo está faltando no seu dia. É você pensar nele a cada dia mais e você perceber isso a cada dia menos. É o misto de ódio e amor, incompreensão e solidariedade.

Mais uma vez, meu coração se estilhaça em dois mil pedacinhos minúsculos.
Se eu não sentia essas coisas por Sebastian porque é que me sentia tão atraída por ele?

Mas eu sentia sua falta sempre, daquele seu sorriso e do seu perfume ruim.
Das suas palavras confusas e do seus olhos serenos.

-Se como você diz, eu não o amo, quem é que eu amo? - pergunto.

Ela se vira para mim com a expressão cansada. Ela vem com essa expressão desde aquele dia.
Eu sei que minha irmã está cansada de tudo. Do que passou e do que eu estou fazendo-a passar.

-Não sei. Diga-me você!

Agora tudo o que eu mais quero é a minha mãe. Seus conselhos agora me pareciam tão bons. E o seu colo tão aconchegante.

Levanto da cama e vou até o seu quarto rapidamente. Abro a porta sem bater e a vejo encarando o meu pai com uma típica raiva nos olhos.

Sinto medo, mas não me deixo abalar. Sento do seu lado na cama sem fechar a porta e me jogo em seus braços.

Fico sentindo aquele cheiro de mãe que eu já não sinto a tanto tempo. Ela não está mais trabalhando sempre porque agora tem o papai, e isso é ruim porque desde que ela está em casa eu só fico preocupada com o que vou fazer no dia seguinte para agradar Sebastian o que agora pensando assim, era ridículo depois de tudo que ele fez.

Meu pai me pergunta o que há, eu não o respondo e ele então sai do quarto.

Minha mãe me olha e eu só consigo chorar. Eu sabia que aquilo era burrada, só que na hora não me parecia tão ruim.

Conto tudo o que aconteceu para minha mãe, que não ficou sabendo de nada porque sou uma idiota por não contar antes.

No final ela me puxa pra si e me abraça forte.
Então me faz uma pergunta.

-Se como Jennifer diz, você não o ama, quem ama então?

Meu coração aperta, mas agora eu consigo pensar claramente.
Quem será que minha mãe e Jennifer querem que eu tanto entenda que amo?

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora