Capítulo 31 ✅

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[... Jennifer...]

Ele tirou o celular do bolso? Sério mesmo que ele tirou o celular do bolso?

-O que você tá fazendo Dylan? - pergunto rindo nervosamente.

Ele sorri e o flash do seu celular me cega. Mesmo estando claro e meus olhos já estejam acostumados com a claridade, aquele flash tinha me cegado completamente.

Escondo meus olhos com o braço e aperto eles para que aquela tontura passasse logo.
Ao perceber o que fez, Dylan se aproxima de mim e toca no meu braço delicadamente.

Olho para ele e pisco algumas vezes, espero alguma resposta sair da sua boca por vontade própria.

Ele abre a boca e depois fecha. Depois coça a cabeça e olha para o chão, depois olha diretamente para os meus olhos.

-É que você estava bonita assim e eu precisava de uma foto sua.

Levanto uma sobrancelha e cruzo os braços, e a mecha de cabelo que antes estava atrás da minha orelha agora caia sobre meu rosto.

-Ah é? - pergunto sorrindo de canto.

Ele ri e guarda o celular no bolso, depois olha para mim mostrando seus dentes brancos.

-Ah é!

Descruzo os braços e limpo a garganta, depois descanso uma mão sobre a outra.

-E o que mais? - pergunto.

Ele abre um sorriso enorme e se aproxima um pouco de mim.

-E o que mais o que?

-O que mais veio fazer aqui? - refaço a pergunta.

Ele põe a mão sobre meus ombros e me encara.
Conseguia sentir seu cheiro de perfume se diluindo no ar e dando espaço para o cheiro de suor predominar.
Conseguia ver seus olhos castanho brilhando e seu cabelo desarrumado e úmido, pela primeira vez.

-E você ainda pergunta? - ele diz e então me puxa para si e me beija.

Não é um daqueles beijos rápidos ou sem graça que geralmente víamos na teve. Foi realmente um beijo daqueles.

O beijo de Dylan não tinha sabor de cereja ou baunilha, nem pasta de dente. O beijo de Dylan tinha sabor de paixão e desejo, de Dylan e somente Dylan.

Quando nos afastamos eu ainda continuo com os olhos fechados, tentando aproveitar cada segundo que me restava daquele momento.
Percebi que nem mesmo beijando Sebastian eu havia sentido tantas borboletas no estômago batendo as asas, parecendo que elas iriam me atravessar ali mesmo.

-Porque fez isso? - perguntei colando nossas testas.

Eu já havia reparado nos pequenos e quase imperceptíveis sinais que Dylan me dava. Eu sabia que ele sentia algo por mim, mas não imaginei que ele chegaria ao ponto de vir para Cork atrás de mim.

Eu, por minha vez, gostava de Dylan, mas eu ainda não tinha descoberto o quanto eu o considerava. Mas é que depois daquele beijo já não me restavam dúvidas, eu gostava de Dylan.

Só que eu não gostava dele o suficiente, se fosse eu em seu lugar eu não iria atrás dele.
E pensar assim desse jeito me magoava porque eu não queria que ele sentisse algo por mim e eu não o correspondesse de tal maneira.

-Porque você é a garota y. Porque vou dormir pensando em você e acordo com um sorriso no rosto só porque a personagem principal do meu sonho era você!

Suspiro fundo e aperto com a palma da mão as bochechas de Dylan. Ele fica fofo o que me faz rir, mas logo eu fico seria novamente.

-Dylan eu... eu gosto muito de você, só que é mais como amigo do que algo a mais.

O meu coração possuía um dono e eu odiava ter que saber disso.
Eu podia tentar algo com Dylan mas eu jamais me esqueceria de Tobias e o meu coração apertaria a cada segundo que o visse me esquecendo e beijando outras bocas. Eu não conseguiria lidar com isso.

A expressão no rosto de Dylan é preocupante e eu sou salva por uma garota de cabelo rosa meio desbotado.

-JEEENIFEER, QUEM É ESSE AIII?

Luli estava bem ali do meu lado, gritando nos meus ouvidos.
Eu fico super sem graça por ela ter nos interrompido e tudo o mais, mas o que eu podia fazer era apresentá-los.

-Esse aqui é o Dylan - falo apontando para ele. - E essa aqui é a Liliana.

Porque eu a chamava de Luli? Porque o seu apelido era Lili, mas eu sempre achei Luli mais legal que Lili e também mais original.

Dylan somente sorri tristemente e abaixa a cabeça murmurando um oi e Luli diz um oi até que bem animado.

E então meu pai vem até nós e começa a perguntar como é que Dylan havia chegado ali e essas coisas de pai ciumento que viu o beijo que a filha deu naquele garoto parado na sua frente.

Depois todos nós entramos e meu pai pediu para entregar o café da manhã da padaria perto de casa.
Então nós comemos enquanto Dylan e meu pai se encaravam e eu e Luli ficamos falando pelos cotovelos.

Eu não consegui ter a oportunidade de falar com Dylan direito, e meu pai disse que ele poderia passar o dia em casa e no dia seguinte ele o levava para casa.
Dylan negou mas eu não iria deixá-lo ir para casa sozinho, então o fiz ficar e implorei para Luli passar a noite em casa.

Ela aceitou porque disse que sentia muito a minha falta mas disse que não iria ficar de vela.

E ela não iria porque eu não podia ter nada com Dylan porque Tobias ainda tinha um certo poder sobre mim e era algo forte demais para mim deixar para lá, assim como acabara de fazer com Dylan.

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora