Capítulo 23 ✅

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[... Hanna ...]

Era agora. Agora era a hora.

-Professor eu preciso ir ao banheiro! - falo.

Ele me olha surpreso.

-Hanna você acabou de vir do intervalo.

-Eu sei, me desculpe mas eu estou naqueles dias. Tenho certeza que vai tudo ficar vermelho se eu não poder ir - menti.

Ele me olhou com dó e me deu um passe para o banheiro.
Eu na verdade não estava mentindo. Eu estava naqueles dias, mas a coisa não estava tão feia assim.

Corri para o banheiro feminino que estava vazio e quando eu sai de lá dei de cara com Sebastian.

Meu coração pulou e minhas mãos soaram instantaneamente.

-Oi - ele diz sorrindo.

-Oi - falo sem graça.

Ele me puxa para dentro do banheiro feminino novamente onde teremos privacidade já que o intervalo é diferente para meninos e meninas.

Ele me empurra de leve na parede e eu nem sei o que pensar, como pensar... o que é que ele quer?
Ele chega perto de mim e abre um sorriso que tira totalmente o meu fôlego. Ele é lindo demais.

-Precisamos conversar? - pergunto tentando sair da transe que ele me deixou.

-Sim. Precisamos - ele disse como se estivesse lembrando disso agora.

-Hum... sim, pode falar.

Ele sorri.

-Hanna. Eu sou louco por você - meu coração para de bater, minhas mãos congelam, minhas pernas estão mais bambas que uma corda bamba. Ok, essa comparação ficou estranha. - Eu sou louco por você e eu queria saber se você quer ficar comigo.

OI? OIE? O QUEEEÊ?
Eu estou ouvindo direito? O que ele acabou de falar?

-Isso é real? - pergunto.

Ele sorri.

-Sim, é real. Quer ficar comigo?

Rio enquanto fecho os olhos. Não estou acreditando nisso, não estou acreditando mesmo.

-Sim, sim, sim, sim. Quero, quero, quero.

Ele sorri e me beija. Deus ele me beija!
Sinto uma coisa estranha na minha barriga. Muito estranha. Meu coração acelera e... que loucura!

-Isso é sério? - pergunto de novo, realmente não acreditando.

-Sim. Mas não conte pra ninguém ainda. É o nosso segredo. Vamos nos encontrar depois da escola, ok? Por enquanto é segredo.

Assinto com a cabeça. Eu posso fazer tudo só pra poder beijar aquele garoto de novo.
Beijo ele de novo, percebendo que agora é real e como aquilo é viciante.

(...)

Quando volto para a sala estou com um sorriso gigante de orelha a orelha. O professor me olha e eu tento esconder o sorriso e fazer cara de paisagem.

Consigo totalmente porque sou uma excelente atriz.

Eu fico contando cada segundo para poder estar com Sebastian. É tudo tão louco e anormal. Eu estou ficando com Sebastian quase que oficialmente.

Depois da aula dou uma desculpa para a Jennifer de que eu iria ficar na escola para ajudar alguns amigos a estudar e ela totalmente fugiu de mim dizendo que tinha mais o que fazer do que me ver ensinando os burros.

Fiquei com o garoto o tempo todo. Ele beija bem. Eu gosto dele. Muito.

[... Jennifer ...]

É estranho. No almoço Sebastian ficou colado na Hanna, e ela tinha um sorriso enorme no rosto.

Por um segundo eu penso que o precisamos conversar vai ser bem estranho.

"Largue do meu pé, não olhe mais pra mim. Agora eu estou com sua irmã, não atrapalhe as coisas entre nós".

A última coisa que eu podia fazer era ficar triste e então fugi de Hanna na hora da saída (mas eu acho que ela fugiu de mim primeiro), para poder ir a um lugar onde eu não ficava exatamente triste.

-Ei estrela. Por onde andou?

Dylan agora sismou de me chamar de estrela.
Depois que ele saiu da minha casa no dia do pedido de namoro do Tobias, nós não nos falamos mais.

Não é como se fosse uma eternidade. Não faziam nem 12 horas. Mas ele estava sentindo minha falta e eu admirava isso. Dylan era o melhor amigo do mundo.

Eu sabia que eu tinha que contar pra ele que o garoto X era o seu melhor amigo e ver sua reação e receber seus conselhos de amigo maior de idade experiente.
Mas eu não me sentia pronta. Eu simplesmente não conseguia.

-Eu andei por aí. Nas beiradas da calçada.

-Aquilo se chama guia Jenn - ele me corrige.

Sorrio.

-Que seja. Andei por aí nas guias das calçadas. É amanhã.

Ele suspira e fecha a porta do quarto. Deitamos na cama lado a lado e ele suspira de novo.

-Você não vai me dizer quem é o garoto X? - pergunta.

-Você vai me contar alguma coisa da garota Y?

Ele pensa e sorri.

-Você vai me contar quem é o garoto X?

Assinto com a cabeça. Talvez eu conte. Talvez não. Dylan sabe que não pode confiar em mim nesse tipo de coisa.

-Hum... ok. Vou te dizer duas letras do nome dela. N e R.

-Nayara? - Pergunto imediatamente.

Ele ri igual a uma criança ao me ouvir falar isso.

-Eu não vou te contar. Ela tem o cabelo castanho e é muito chata.

Bufo.

-A Nayara. Claro.

Olho para ele e ele está se divertindo comigo. Eu sinto algo estranho dentro de mim. Acho que é ciúmes.

Eu não queria que o Dylan gostasse da Nayara. Ela era uma garota boba, não gostava dela. Mas o que eu queria afinal? Que ele não gostasse de ninguém?

É, não gostar de ninguém seria uma coisa muito boa. Eu ficaria muito grata em não dividi-lo com nenhuma outra garota chata.

Eu o tinha como amigo a tão pouco tempo, não passava de três meses, mas mesmo assim ele era tão importante pra mim que eu sentia que se eu não o visse pelo menos uma vez no dia eu iria dormir sentindo que algo estava faltando no meu dia.

-Você não tem certeza se é a Nayara - ele diz.

-Não, não tenho, mas me conte depois. Eu preciso saber quem é ela.

-Na hora certa você vai saber, não se preocupe.

(...)

E no dia seguinte era o dia. Estava eu, no auditório esperando Sebastian e nada dele.

Fiquei lá tipo uns dez minutos, e nada dele. Quando me cansei e sai de lá transtornada esbarro em alguém e sou empurrada pra dentro da grande sala novamente.

É ele. Digo... Sebastian.

-Aonde pensa que vai? Precisamos conversar.

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora