📌Capítulo 1

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História ainda não revisada, ou seja, contém erros ortográficos e derivados.

Eu nunca fui uma garota extravagante. Eu gosto de transparência e invisibilidade, passar despercebida.

Já a minha melhor amiga, Annabeth, é totalmente o meu oposto.

Sexy, popular, sem vergonha, cara de pau. Ela tem muitos amigos e quando eu digo muitos, eu quero dizer MUITOS, muitos mesmo.

Ela é o tipo de garota última bolacha do pacote e eu sou sua melhor amiga!

Annabeth não é lá uma pessoa muito pontual, então toda vez chegamos atrasadas na escola.

Seu pai é extremamente rico, por isso ela tem um carro totalmente diferente da sua realidade. Um Opala preto. Eu adoro aquele carro porque me faz lembrar a minha série de TV preferida, Supernatural.

Estamos no carro dela nesse exato momento, com o rádio no último volume cuja música tocando é "Sorry" do Justin Bieber. Essa garota é apaixonada por ele. Não que eu não goste dele, até que gosto, mas não moro de amores.

Sua música é legal, mas suas ações... não.

-Hanna, o que você acha que sua mãe vai te dar de aniversário? - Ela grita para que eu possa ouvi-la entre a música alta.

Abaixo o som do carro e Annabeth murcha como uma flor. Ela ama música alta.

-Eu não sei. Talvez ela vá me dar um celular novo. Ou livros... - meus olhos brilham quando digo livros, com certeza.

Eu amo ler. Para mim ler é estar em vários lugares do mundo e ser pessoas completamente diferente do que você realmente é. Fugir da realidade.

Se eu quiser sentir o gosto de começar uma revolução, é só ler Divergente ou Jogos Vorazes. Se eu quiser ir para Amsterdã e viver um clichê, é só ler A Culpa é das Estrelas. Ou se eu quiser ter poderes especiais e ainda ter sangue vermelho, eu posso ler A Rainha Vermelha.

Os livros nos convidam a ir a vários lugares, ser quem quisermos e sermos livres. Por isso amo tanto ler, só para sentir o gostinho da liberdade.

-Mas você vai fazer dezessete! Ela tem que te dar algo especial, não livros.

Olho para Annabeth com uma cara de "você não disse isso".

-Ei, você sabe muito bem que não gosto desse tipo de coisa grandiosa como você. Prefiro ficar quieta na minha e ler meus livros em paz.

-Ah, como você é careta!

-Sou mesmo. Totalmente o contrário de você. Até já imagino o que seu pai vai te dar de aniversário esse ano.

-Você acha que ele vai me dar a viagem para Nova Iorque?

-Claro... que não! Seu pai não aguenta ficar longe de você por muito tempo. Acho que ele vai te dar um pônei rosa com um bilhete escrito, "Filha, sinto muito, mas tive que trabalhar no seu aniversário. Aceite esse pônei como meu pedido de desculpas e pegue o dinheiro no meu cofre para comprar um carro novo. Feliz Aniversário!"

Ela revira os olhos e depois sorri.

-Acho que você tem razão.

-Sei que eu tenho.

A mãe de Annabeth morreu quando ela tinha nove anos e seu pai não aguentou a pressão e se mudou para Dublin com ela, onde estão até hoje.

Ao contrário de Annabeth, meus pais haviam rompido com o casamento. Eu moro com minha mãe. Saímos de Cork e viemos para cá. Meu pai ficou com a minha irmã gêmea, Jennifer. Eu nunca mais a vi e nem mandei mensagens.

Eu não sei porque nossos pais nos separaram desse jeito. Se eles queriam o divórcio que seja, mas não tinha motivo para separar duas irmãs... gêmeas!

Como a mãe de Annabeth morreu quase na mesma época que minha mãe se separou do meu pai, nós duas viramos amigas por medo de ficar sozinhas na escola, e então a nossa amizade foi crescendo aos poucos e hoje somos inseparáveis.

Minha mãe é como uma mãe para ela, e o pai dela é como um pai ausente para mim.

Tanto o pai de Annabeth quanto minha mãe se esforçam para parecerem nossos pais, mesmo não sendo amigos. Acho que minha mãe faz isso por sentir muita falta da Jennifer.

-Você pode me fazer um favor e entrar nesse bendito Whatsapp quando você chegar em casa, Hanna?

-Claro que posso, mas antes eu preciso ler pelo menos uma carta do livro "Carta de amor aos mor..."

-Você não tem que nada Hanna! Pare de ler e converse com sua amiga.

-Ah, Anna seja menos chata!

(...)

Já é noite, minha mãe acabou de chegar do hospital, ela é enfermeira e trabalha o dia todo.
Eu estou de pijama me preparando para dormir.

-Oi filha, está tudo certo?

-Oi mãe - eu a abraço. - Está tudo bem, e você?

-Estou sim. Como foi o Colégio?

-Annabeth se atrasou de novo! - Falo rindo.

-Ah, Deus essa menina não tem jeito. Ela está bem?

-Sim, sim. Está!

Ninguém fala mais nada por falta de assunto e me sinto mal.

Subo para meu quarto, me deito na cama e ligo meu rádio para escutar o rádio.

É horrível dormir quando você escuta uma DR, e é o que mais acontece com os vizinhos. Eu sinto vontade de bater na porta deles e gritar em seu ouvidos o porque daquela gritaria toda aquela hora da noite. Eles me responderiam que a mulher não faz nada o dia inteiro, e o homem não se importa mais com ela. É tudo o que eu ouço e não aguento mais.

"Você não se importa comigo, não se importa com nada. Você nunca está trabalhando, você vê o que eu faço em casa sempre. Eu limpo, cozinho, arrumo e faço todas suas vontades!"

"Quem é você para me dizer que nunca trabalho? E eu já disse para você contratar alguém para cuidar da casa!"

" Não é assim Jeremias... tem a bebê. Com quem ela vai ficar? "

" Com a babá! "

" Que babá, Jeremias? Você não tem dinheiro nem para comprar pão, quem diria ter dinheiro para pagar uma babá... "

Os homens são tão complicados...

(...)

No dia seguinte é a véspera do meu aniversário, eu estou tão ansiosa, não vejo a hora dos ponteiros marcarem 00:00 e eu completar dezessete anos!

As 6:45 Annabeth já está buzinando no meu portão. Dou um beijo na bochecha da minha mãe e me despeço.

Depois que mudamos para Dublin, minha mãe não é a mesma pessoa. Ela anda triste pelos lugares e a pego chorando as vezes. Eu não sei se é algum problema com o trabalho ou em sua vida amorosa

Ou é saudades de Cork, Jennifer, e papai. Não dá pra saber se eles ainda mantém contato pelo menos para saber como as gêmeas separadas andam. Mas algumas coisas indicam que sim, ou não, sei lá!

Minha mãe anda feliz ultimamente e é isso que conta. Talvez seja a surpresa que está preparando pra mim, ou talvez tenha achado alguém ou alguma coisa que para ela possa valer a pena sorrir.

-Olha só, ela não está atrasada hoje! -Digo sorridente enquanto entro no carro.

-Pois é, né? Milagre!

Sorrimos e vamos para a escola em silêncio, pela primeira vez. Annabeth deve estar preocupada com algo, mas eu não pergunto por estar preocupada também com alguma coisa.

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora