Capítulo 11

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LILLIA


Estou vestida para ir à escola, deitada na cama por cima da coberta, os olhos bem abertos.


Não dormi esta noite. Como poderia, quando não sabia onde minha irmã estava? Mesmo depois

que Alex a trouxe, depois de eu ouvir Nadia subir na ponta dos pés e da porta de seu quarto ranger ao

abrir e de novo ao fechar, mesmo depois disso não consegui dormir.


Duvido que Rennie venha me buscar hoje. Não depois de como deixamos as coisas ontem. Espero até dez para as oito para então dizer a Nadia que vá para o meu carro, que vou levá-la para a escola.


Depois disso nenhuma de nós diz uma palavra.


No trajeto inteiro fico tentando encontrar uma forma de dar sentido a isso. O que eles poderiam

estar fazendo juntos no meio da noite? Talvez ele quisesse a camisa de volta, e ele a levou até a casa

de Janelle para pegar a camisa. Talvez eu tenha feito Nadia sentir-se tão culpada que ela quis pedir

desculpas a ele por ter derramado daiquiri de morango por todo lado, porque pode ter caído no


carpete dele ou algo assim. Ou talvez eles estejam planejando uma festa surpresa para o meu

aniversário. No meio da noite. No bosque.


Alex Lind e minha irmãzinha. Não quero nem pensar nisso. Porque, se penso, fico tão furiosa que

mal consigo respirar.


O sinal está para tocar quando Rennie aparece atrás da porta do meu armário. Ela estava usando

uma blusa larga de uma só alça, legging e sandálias de gladiador, e carregava dois pirulitos à

maneira de um buquê de flores.


- Oferta de paz - diz ela. - Um para você, um para mim.


- Não, obrigada. - Ela acha mesmo que um pirulito vai fazer tudo ficar bem? Se ela não tivesse

me arrastado para aquela festa, nada disso teria acontecido.


- Tentei ligar para o seu celular ontem - diz. - Acho que você estava num lugar sem sinal.


Praticamente a ilha inteira está num lugar sem sinal.


- Bem, eu não tenho nenhuma chamada não atendida. Por que você não ligou para minha casa?


Percebo que ela está tentando pensar em outra mentira. Mas aparentemente não consegue pensar


em nada. Ela morde o lábio.


- Certo. Desculpe de verdade. Desculpe por ter saído daquele jeito ontem. Não foi legal. Mas

vamos lá! Isso é estranho. Você e eu nunca brigamos. - Ela se encosta no armário ao lado do meu e

olha para mim, preocupada. - Sei que as coisas têm estado um tanto malucas nos últimos dias, mas,

eu garanto, nosso ano de formandas vai ser incrível.


Pego o pirulito e tiro o plástico. Eu não ligo mais para o ano de veteranas.
- Então está tudo bem com a gente?


Quando ergo o rosto, vejo Kat parada na escada, olhando para mim.


- Sim - digo depressa. - Está tudo bem.


- Bom. Você vem comigo até a sala da Sra. Gismond? Tenho que entregar meu trabalho de

Olho Por OlhoWhere stories live. Discover now