Capítulo XV

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Depois da escola, Marina foi pra minha casa, sem parar um minuto de tagarelar sobre como Igor era fofo, um cara perfeito, loiro... E blá, blá, blá... Isso ela já fazia normalmente, eu nem precisei contar a história do colar.
Ela estava vestida com um vestido preto tão justo que eu não sei como ela conseguiu entrar nele. Os cabelos vermelho soltos e encaracolados voavam atrás dela enquanto ela me arrastava para atravessar a rua.
- Você consegue respirar dentro desse vestido? - pergunto parando de correr por causa do salto preto desconfortável. Ela faz uma pose na minha frente e pergunta.
- Eu tô bonita?
- Tá. - Falo, e ela sorri.
- Então não preciso respirar. - Rio, e ela continua. - E não vem bancar a santa com esse decote querida.
O decote não era tão grande, eu estava em um vestido simples e roxo. E com o colar que Igor me deu. Ela volta a me puxar resmungando qualquer coisa. Paramos em frente a porta da cada de Igor, dava pra escutar som de música muito alta... Chris Brow talvez.
Marina abre a porta e nós entramos... Meu deus.
Eu já fui à festas antes, mas aquilo estava uma zona.
A mesa de jantar estava repleta de salgadinhos e vários tipos de bebidas, que variavam de não alcoólicas, alcoólicas e muito alcoólicas. Havia casais agarrados em lugares mais escuros, gente dançando, luzes coloridas por todo lado. Uau.
Olho pro lado e vejo que Marina já havia sumido, então fico meio perdida até meu olhar encontrar o de Igor. Ele sorri e vem até mim. Ele está lindo, com calça e blusa pretas, um pouco suado o que me permite constatar que ele estava dançando. Ele se aproxima de mim, coloca uma mão na minha cintura e se inclina um pouco, para que eu possa ouvi-lo por causa da música forte.
- Você veio, pensei que ia levar um bolo.
- Não que eu fizesse falta. - Falo. - Quer dizer, olha isso aqui. - Aponto ao redor.
Ele ri e vai fazer algum comentário, mas antes disso seu olhar repousa no meu colo, no colar que ele me deu. Ele estende a mão e o toca, seus dedos encostam na minha pele e me arrepiam instantaneamente.
- Que bom que você está usando. - ele fala. Quando eu ia responder Esther aparece atrás dele.
- Igor vem dançar, eu t... Ha, oi Deborah. - ela está com um vestido vermelho e um copo com um líquido também vermelho na mão.
- Oi Esther. - Falo.
- Ham... Vai na frente, eu já vou. - Igor fala desconfortável, ela faz um bico falso.
- Por favor.
- Vá Igor. - Falo me esforçando para sorri.
- Tudo bem. - Ele resmunga. Ela o puxa pela mão e ele fala antes de ir. - Ainda vamos continuar essa conversa.
Mãos macias se fecham sobre meus olhos, e eu dou um passo para trás por causa do susto, esbarrando em uma pessoa que solta um "Ai Deb".
- Pode parar Tom. Eu sei que é você. - ele ri e me vira de frente pra ele.
- Você tá linda. - Ele fala, assim como o Igor falou, perto do meu ouvido.
Coloco as mãos nos ombros dele, o afastando de mim para poder vê-lo melhor. Ele estava com uma blusa vermelha e uma bermuda jeans escura. Lindo.
- Olha só quem fala. - Falo dando um empurrãozinho nele. O cabelo dele estava muito maior do que costumava estar, e ele ficava constantemente o tirando dos olhos, o que era, na minha opinião, muito fofo.
- Estava procurando você. - ele fala, me acompanhando até a mesa de bebidas.
- Cheguei agora a pouco com a Marina.
- É eu vi... - Ele fala indo pra trás da mesa, imitando um barmam.
- O que você me recomenda? - pergunto rindo. Ele pega um copo roxo com um líquido azul e me entrega. - Não exagere. - ele fala saindo de trás da mesa. Quando ele ia falar outra coisa, seu olhar se desvia para algo atrás de mim. Olho e vejo Clarisse, lindíssima em um vestido curto verde. Tom exibia um sorriso lindo, mas eu o conhecia o suficiente para saber que não era verdadeiro. Quando ele sorria de verdade, covinhas davam o ar da graça.
- É agora? - pergunto receosa.
- Daqui a pouco. - ele fala pegando uma bebida, me dando um beijo na testa e indo até ela. - Vá se divertir. - ele fala antes de ir.
Bom, eu acho que iria mesmo.
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Eu já havia bebido uns três copos da bebida azul que Tom tinha me dado, estava bem mais fácil conversar com desconhecidos, então achei que era hora de parar com aquele líquido misterioso.
Estava cansada e resolvi ir lá fora tomar um ar, quando estava indo em direção a porta, vi uma coisa que quase me fez arrancar os olhos. Tom estava beijando Clarisse, ela o beijava apaixonadamente, e ele só correspondia. Não vou negar, desde esse "plano" do Tom, ele estava mais distante de mim, e ver ele por aí beijando outras não ajudava em nada. Eu sentia um pouco de inveja de Clarisse, pois no momento, de uma forma meio torta, ela recebia a atenção de Tom. Que antes era minha. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, um copo com uma bebida vermelha surge na minha frente.
- Um pedido de desculpas. - Uma voz rouca fala. Eu tinha a sensação de que sabia à quem pertencia. Viro rapidamente e vejo Diego com um sorriso no rosto, olhos azuis límpidos, e a boca avermelhada, provavelmente resultado de algum beijo recente. Inconscientemente dou um passo pra trás. Como ele podia estar tão calmo com a namorada dele beijando o Tom?
- Não tenho nada o que falar com você. - Falo saindo dali. Ele segura meu braço antes que eu saia. - Não me toque. - Falo, me soltando dele.
- Como quiser. - Ele fala levando as mãos pra cima num gesto de rendimento. Só queria te dizer que eu não tenho nada contra você. E sim contra ele. - Diego aponta para Tom, que ainda está com Clarisse. - E você pode ver por que. - Ele sorri.
- E você espera o que exatamente? - pergunto. - Que eu esqueça tudo que aconteceu naquele dia no hospital e vire sua amiga? - ironizo.
- Não quero ser seu amigo, minha flor. - ele fala bebendo um gole do copo dele e me entregando o outro, eu aceito. - Só não quero que você pense que eu sou um babaca.
- Não sou sua flor. - falo. - Bom, não foi o que parecia naquele dia.
- Olha, vim te pedir desculpas. Você aceita se você quiser. - ele fala voltando a ser o Diego que eu conhecia.
- Tudo bem. - falo. - Só não pense que sou sua amiga, por que não sou.
- Eu já disse minha flor, não quero ser seu amigo. - ele fala. E sai, antes que eu dê qualquer resposta. Eu realmente não sabia o motivo daquilo, nem me preocupava na verdade.
Minhas pernas doem, me sentei em uma cadeira e terminei a bebida que Diego tinha me dado. Marina surge do meu lado, me pegando pela mão e me puxando.
- Hora do jogo baby. - ela se justifica. Rio pelo fato dela estar claramente bêbada.
- Que jogo? Marina, você bebeu quanto. - pergunto.
- O suficiente pra perder as contas. - ela fala.
- Ok, acho que esse tanto já está bom. - falo, tomando o copo que está na mão dela e pondo sobre uma mesa qualquer.
- Não Deborah. - Ela fala meio arrastado. - Parece minha mãe...
- Venham meninas. - Igor fala, se metendo entre a gente e nos puxando para sentar em uma mesa redonda grande, com mais ou menos vinte cadeiras e uma garrafa de vidro no centro. Algumas pessoas nos assistiam, enquanto outras continuavam a dançar como se nós não estivéssemos ali. - O que é isso?! - pergunto.
- Vai dizer que você nunca jogou a jogo da garrafa, flor? - Diego pergunta sentando do meu lado. - Deixa eu te ensinar, olha vamos supor que a garrafa parou em mim e em voc...
- Não me chame de flor. - eu o corto - E não nunca joguei, mas não sou idiota, sei como é.
- Bom, pra tudo uma primeira vez. - Esther fala, sentada do lado de Igor.
- Não, eu não vou jogar. - falo levantando.
- Vai, sim - Tom fala ocupando um lugar no meu lado e me puxando pra sentar. Sento emburrada.
- Clarisse vem também. - Esther chama. E ela vem. Após alguns minutos de gente sentando e levantando, inclusive eu, a maioria das pessoas que eu conhecia estava sentada ao redor da mesa. Além de outras pessoas desconhecidas.
- O dono da festa começa! - Marina grita com um drink na mão, se ela já estava bêbada naquela hora, agora ela estava muito mais.
- Tudo bem. - Igor, pega a garrafa e gira. Toda vez que ela passava por mim, meu estômago dava uma pontadinha. A garrafa para em Clarisse, que dá um sorriso convencido. Igor não se intimida, simplesmente vira pro lado, e gruda seus lábios na boca dela, todos riem, e Marina mesmo bêbada me oferece um drink, com um olhar compreensivo. Viro o drink na boca de uma vez, sentindo o líquido quente descer na minha garganta, esperando que aquilo me ajudasse a ver aquilo.
- Agora sou eu. - Miguel comedor de massinha falou, girando a garrafa. Que para em Marina, ela esconde o rosto entre as mãos sorrindo. Ele sorri se aproximando dela e a beija, quando ele tenta algo mais, Marina o empurra pelos ombros, bem... Talvez ela não estava tão bêbada assim.
- Quero brincar também. - Diego fala pegando a garrafa e girando. Meu corpo estava mais pesado que o normal e eu estava um pouco tonta. Resultado dos drinks. Assim, quando a garrafa parou de girar na minha frente, eu demorei um pouco para interpretar o que significava. Até ver que Diego se aproximava perigosamente de mim, pude ver que Tom estava olhando furtivamente, assim como Igor. Quando Diego grudou os lábios surpreendentemente macios nos meus, eu ouvi risadas distantes, e senti as mãos dele carinhosamente (é sério?) sobre minha face. Não entendia, aquilo era bom de mais, gentil de mais, para ser Diego ali. Ele se afastou de mim o suficiente para eu ver que seus olhos azuis brilhavam, e falou.
- Não foi tão ruim assim. - ele sorria convencidamente, se parecendo mais com o Diego que eu conhecia. Ainda estava tentando entender o que tinha acontecido, quando Tom beijou Clarisse. Ela havia girado a garrafa, que parou nele. E eu nem tinha visto.
Quando ele se separa dela, ela dá para ele um olhar questionador, ele responde balançando a cabeça em afirmação. Ela então sob em cima da mesa e fala.
- Gente, uma pouco de atenção por favor. - Todos que estavam dançando, e que estavam na mesa olham para ela, a música para, olho para Tom que exibe um sorriso frio. Eu sabia que algo estava prestes a acontecer. - Eu queria falar que Tom e eu estamos namorando. - Ela olha para ele amorosamente.
- Não estamos não. - ele fala sorrindo, uma expressão de surpresa se forma no rosto dela. - Você acha mesmo que eu estava falando sério? Qual de Clarisse... Você costumava ser mais esperta.
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Aaaaaaaahhhh!!! Deborah e Diego, quem poderia imaginar?
Me falem o que acharam. *.*
Será que Igor vai ficar com Esther? O.o
Não esqueçam da estrelinha. :)

Chegamos a mil olhinhos. Eu já falei que amo vocês? Bem, amo vocês. Sintam-se abraçados, beijados, e tudo que vocês quiserem...

Talvez vocês nem percebam, mas eu adicionei uma frase na capa da história. Gostaram?

P.S: A festa ainda não acabou!

Beijos estalados,
Bianca B.

Um conto quase de fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora