- Não brinque comigo, meu amor. - Ela fala com os olhos marejados, mas ainda sorrindo, descendo de cima da mesa. Todos olham atentamente para cena. Igor tenta entender o que está acontecendo, Diego assiste a tudo satisfeito, Marina está confusa assim como eu. Tom levanta da cadeira, e Clarisse continua. - Não foi isso que você falou? - ela fala pondo as duas mãos no rosto de Tom desesperadamente. - Que se eu falasse pra todo mundo que te amo e que a gente está namorando você iria ficar comigo, tudo iria voltar a ser como antes?
Tom não sorri, na verdade ele não demostra nenhum tipo de emoção. Retira as mãos dela do rosto dele e fala, com todos ainda ouvindo.
- Você achou mesmo? - ele fala, e ela agora chora. - Achou mesmo que eu fosse voltar com você depois de você ter jogado fora tudo que agente tinha pra ficar com esse idiota. - Tom aponta para Diego, que revira os olhos, como se já estivesse acostumado com aquilo. - Você é louca... - ela novamente se aproxima dele.
- Eu te amo, você não pode fazer isso! - ela fala, ele se afasta dela novamente e fala.
- Isso que você sente não é amor Clarisse. Isso é doença. - ele fala baixo. - Amor não machuca, amor não te faz chorar. - uma lágrima solitária rola pelo rosto dele, a primeira vez que eu vejo Tom chorar. Sinto a dor dele como se fosse minha, e rezo pra que aquilo acabar logo.
- O que eu vou fazer sem você agora? - ela fala escondendo o rosto nas mãos, uma amiga dela se aproxima para acalenta-la.
- Simples, toca tua vida. Afinal, tu não se perguntou isso da primeira vez. - ele fala.
- Eu não tô com raiva de você, se é isso que pensa. - ela fala parando de chorar, arriscando um sorriso. - Eu sei a dor que eu te causei. Nada mais justo que você dar o troco. - com isso ela sai da casa de Igor, olhando uma última vez pra trás para falar. - Eu te desejo toda felicidade do mundo.
- Pode ficar com ela pra você. - Tom rebate, com isso, ela sai da casa de Igor.
Um silêncio desconfortável atinge o lugar, mas é interrompido quando Igor ergue uma bebida e a música volta com força total.
- A festa não pode parar! - ele fala, sendo seguido de gritinhos de apoio.
Todos começam a jogar e dançar como se nada tivesse acontecido. Exceto Tom, que sumiu da minha visão em alguma parte daquilo.
Levanto-me da mesa e vou a procura dele, passando novamente por casais se beijando e gente se embriagando, meu olhar encontra com o de Igor que sorri e vem até mim e pela primeira vez, eu não sentia vontade de encontrar com ele. Eu não sentia vontade de nada a não ser encontrar Tom, saber como ele estava e se estava bem.
- Apostou que por essa ninguém esperava. - ele fala sobre o som da música forte. "Eu esperava" completo mentalmente, mas o que sai de minha boca é outra coisa.
- Pois é. - tento esboçar um sorriso. - Você viu o Tom? Preciso falar com ele.
Ele não tenta esconder o desconforto.
- Ele saiu, a um tempo atrás... - ele fala bebendo um gole de uma bebida amarela.
- Você se importaria se eu fosse atrás dele? - falo tentando ser educada.
- Mudaria alguma coisa se eu dissesse que sim? - ele fala com um sorriso.
- Bem, no momento não. - falo dando um beijo na bochecha dele e saindo rápido pela porta, atrás de Tom.
Não preciso procurar muito, ele está sentado na calçada bebendo. Sento do lado dele e pego sua mão, que está gelada.
- Eu sou um idiota. - ele fala apático.
- É por isso que a gente combina. - falo tentando descontrair, mas me arrependo logo em seguida... Aquilo não soou como eu queria. Ele me olha fundo nos olhos, com uma expressão que eu nunca tinha visto seus belos olhos castanhos assumirem.
- Eu pensei que tudo ia mudar sabe? - ele pergunta, mas parceria está falando sozinho. - Eu pensei que com isso eu fosse me sentir melhor com relação a Clarisse. Mas eu só consigo me sentir mais fraco.
- Não diga isso nem brincando. - falo séria, carinhosamente passando a mão nos cabelos macios da nuca dele. - Você não é fraco. Talvez não tenha corrido tudo do melhor jeito, mas de qualquer forma, a história de vocês precisava de um ponto final. E foi isso que você fez hoje: colocou um ponto final. E agora está aqui, bebendo e tagarelando sobre como é fraco. Você deveria ter orgulho de ter colocado um ponto nisso, no seu lugar, a maioria das pessoas colocaria apenas um vírgula.
Ele dá um sorriso fraco e fala.
- Você me faz parecer o super-homem falando assim.
- Você tem seu lado super-homem, e o lado Lex Luthor. No fundo acho que todos nós temos.
Só de lembrar o que se seguiu à isso, minhas pernas ficam bambas e a respiração falha. Tom se inclinou em minha direção com um sorriso no rosto, e beijou num gesto carinhoso meu pescoço descoberto. Não é como se ele nunca tivesse feito aquilo, mas aquela vez alguma coisa diferente se agitou dentro de mim. Talvez pela surpresa, ou pelo clima que a lua proporcionava no céu, ou pelos muitos drinks tomados... Seja lá o motivo daquela reviravolta no meu estômago, eu insistia que não parasse.
Somente quando ele se afastou eu percebi que estava de olhos fechados.
- Sabe aquele ditado que diz "Se você está sentado numa calçada tentando esquecer os acontecimentos da última hora, nada melhor do que dançar como se o mundo fosse acabar?" - ele fala, ainda meio confusa eu respondo.
- É... Esse é um ditado muito comum. - Ele levanta me ajudado a levantar também.
- Vamos então? - ele fala.
- Vamos. - falo, já entrando novamente na casa de Igor e mergulhando no meios das pessoa dançando ao som de Rihanna.
Descobri que além de jogar, Tom dançava muito bem também, mesmo de gesso. Ao contrário de mim que sou uma negação.
Eu já tinha perdido a noção do tempo, por isso não sabia quanto tempo dançamos juntos, somente quando estávamos cansados o suficiente e com a boca seca, decidimos que aquilo já era tempo o bastante. Fomos até a mesa de bebidas, e Tom me entregou um copo com uma bebida verde e pegou pra si um copo com uma bebida amarela.
Sentamos juntos em uma mesa desocupada, olhando as pessoas dançando incansavelmente a nossa volta.
- Virei fã daquele seu ditado. - falei bebendo minha bebida, que para minha surpresa, não era alcoólica. Ele sorri.
- Parece que você tá atraindo muita atenção. - ele fala acenando com a cabeça em direção à Diego, que nos olhava fixamente.
- Não seja bobo. - falo.
- Boba foi você de ter beijado ele. - Tom fala com desprezo na voz. Eu fiquei realmente irritada com aquilo. Ele percebe e se apressa em dizer. - Desculpe.
- Se eu não te conhecesse bem Tomaz, acharia que você está com ciúme. - falo brincando com o gelo do copo.
- Talvez esteja mesmo. - ele fala virando de uma vez sua bebida na boca, enquanto eu ainda estava surpresa com seu comentário. - Pronta pra próxima rodada? - ele fala apontando pra pista de dança.
- Claro. - falo levantando e abandonando o copo sobre a mesa.
Ele entrelaça a mão na minha naturalmente, quando vamos começar a dançar a música animada que está tocando é substituída por uma das minhas músicas lentas preferidas, All of me. Somente alguns casais permanecem na pista de dança dançando lentamente um com o outro. Olho pra Tom com uma expressão confusa no rosto, ele não se abala e fala, me estendendo na mão.
- Me concede essa dança?
- Com muito prazer. - falo, deixando os braços sob os ombros dele e sentindo os seus braços firmes se fechando ao redor da minha cintura.
Ele me olhava firmemente, e era como se estivéssemos numa bolha só nossa. Onde não existisse mais ninguém, somente ele, eu, a música lenta e os lábios dele cada vez mais perto de mim.
______________________________________
ESCUTEM A MÚSICA QUE ESTÁ ANEXADA, SÓ CLICAR NA IMAGEM DO SONZINHO. :)Larissa Walters, seu pedido foi atendido. Kkk
Cara, sério, esse foi um dos capítulos que eu mais amei escrever. Espero que vocês gostem de ler também... Kkk
Como meu dever por aqui é de tornar as coisas mais reais, vai anexado a esse capítulo a música que Tom e Deb estão dançando. É realmente linda, uma das minhas preferidas.
Não esqueçam da estrelinha e, quem sabe, do comentário.
Um beijo,
Amo vocês,
Bianca B.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Um conto quase de fadas
Teen Fiction" Eu quero você. - falei entre um suspiro involuntário. - Eu quero você de todas as formas e de todas as maneiras. Eu só quero você. - Mas você já me tem. - ele falou, me levantando de leve do chão e fazendo com que eu ficasse da altura dele, para s...