- Cara eu tô com tanta vontade de dar na tua cara. - Marina falava enquanto eu me arrumava. - Tu vai na cara dura encontrar com o Igor?
- Não é um encontro. - falo. Mas aquilo soou ridículo até mesmo para mim. - Eu só quero saber o que ele quer.
- O que ele quer? - ela ri. - Ele quer você, e já deixou bem claro. A pergunta certa é: O que você quer? Você quer perder o Tom por uma aventura a toa que você nem sabe se vai durar? Você tá agindo que nem a Clarisse. - ela apontava o dedo na minha cara, e se você pensa que eu fiquei com raiva, não fiquei. De uma forma meio dura, ela estava falando a verdade.
Sentei na borda da cama, respirando fundo. Ela sentou ao meu lado.
- Eu não sei Marina. Eu não sei. - falo. - Seria estranho eu falar que tô apaixonada pelos dois?
- Estranho não seria. - ela fala. - Mas você sabe Deborah, um de vocês vai sair machucado nessa história. E se não for nenhum dos meninos, vai ser você. E você sabe também que você não tá apaixonada pelos dois, você tá apaixonada somente por um. Você sempre esteve na verdade... - ela sorri.
- Não tô entendendo. - falo, sentindo o peito apertar com as palavras dela. Eu estava entendendo sim.
- Você tá sim. - ela fala colocando na mão no meu rosto, num gesto carinhoso. - Eu acho na verdade, que você tá apaixonada pela ideia do Igor gostar de você, você deve tá encantada com aquele cabelo loiro e aqueles olhos verdes, sabe... Vocês tem química, e eu acho que é ai que você fica confusa. Mas no fundo você sabe a quem você pertence.
- Tom. - falo, sentindo o sentimento bom que somente aquele nome me fazia sentir. No final, eu acho que era aquilo mesmo: a gente se pertencia. Marina sorri.
- Sim. Você tem ideia de como foi lindo vocês dançando juntos? - eu sorri, sentindo os olhos marejarem. - Deborah, eu nunca entendi muito desse negócio de sentimento, amor, seja lá o que for... Mas eu acho que até um louco sabe que você gosta daquele garoto. E não me faça falar dele, por que você sabe que se você pedisse o mundo Deborah, ele te dava. Mas... Você que sabe. Só que se um dia ele cansar, nesse dia eu vou ter prazer de te falar que "eu te avisei."
Olho no celular, já eram quase nove horas. Bom, pro bem ou pro mal, eu não iria mais ver Igor, pelo menos não hoje.
- Liga pra ele. - Marina fala.
- Ele quem? O Igor? - pergunto confusa.
- O Tom. - ela fala.
- E falo o que? Que desde que ele beijou meu pescoço na festa parece que essa parte do meu corpo pertence somente a ele? Falo que agora penso nele todo tempo toda hora? Falo que... - vou falando tudo, no impulso.
- Sim. Fala isso. - ela me corta.
- Não tenho coragem. - falo.
- Então não venha chorar quando ele encontrar alguém que tenha. - ela fala.
"Encontrar alguém". Somente o pensamento de ver Tom com outra pessoa me fez pegar o celular e ligar pra ele. Marina me olhava como se eu fosse a coisa mais interessante do mundo.
- Oi. - ele fala baixo, com a voz doce.
- Oi... - eu começo. - Eu acho que... Acho que a gente precisa conversar.
- Conversar? - ele fala. - Conversar sobre o que...? - ele sabia do que eu estava falando, poderia arriscar até que ele estava sorrindo do outro lado.
- Sobre... - fecho os olhos, buscando coragem para falar as palavras que ficavam presas na garganta. Marina segura na minha mão. - Sobre nós dois. - escuto o suspiro dele do outro lado.
- Nós dois. - ele fala, fazendo aquelas duas palavrinhas parecerem a combinação mais perfeita do universo. - Onde você tá?
- Em casa. - falo, aliviada. - Você pode vir aqui?
- Queria te levar num lugar... Especial. - ele fala, dando ênfase em especial.
- Tom... Não sei s... - começo a falar.
- Shiu. - ele me corta. - Deixa comigo.
Rio nervosa.
- Tudo bem.
- Em dez minutos tô aí. - ele fala.
- Ok. - falo, e desligo.
Marina começa a pular feito uma criança.
- Ele vem aqui? - ela pergunta, já sabendo da resposta.
- Sim. - falo, correndo para frente do espelho. - Você acha que essa roupa tá boa? - eu estava com um short jeans, blusa branca e meu all star.
- Deborah, o Tom pouco se importaria se você estivesse fantasiada de Xuxa. - ela fala indo para trás de mim.
- Tô com medo Marina. - falo. - E se não der certo Tom e eu... E nossa amizade acabar?
- É um risco. - ela fala dando de ombros. - Mas o que não é afinal? É o mesmo Tom de sempre, e precisaria de muito mais que isso para acabar com a amizade de vocês. - ela fala, no momento em que meu celular toca. Atendo, já sabendo quem é.
- Olha na janela. - ele fala, com a voz calma.
- Tô indo. - falo, indo até lá.
Ele estava com uma blusa preta, um casaco branco, uma bermuda jeans e com celular no ouvido, eu podia escutar a respiração dele do outro lado da linha.
- Desce aqui. - ele falou me olhando de uma forma decidida. - Preciso de você.
Aquela afirmação me tirou o fôlego e me fez fechar os olhos. Cada parte do meu corpo ansiava por um toque dele, desliguei o celular e desci, encontrando ele me olhando de uma forma tão linda, que deveria ser ilegal.
A princípio, achei que eu iria ficar meio sem jeito, sem saber o que fazer. Mas ele me tratou como sempre me tratava, me recebendo com um abraço. Eu agradeci internamente por aquilo, por que era tudo que eu precisava. Acho que se me perguntassem daqui a cem anos o melhor lugar que eu já estive, a resposta seria a mesma de agora, dentro do abraço dele.
- Você deve tá tão confusa com tudo isso. Quer dizer, de repente seu amig... - eu o interrompo, colocando o dedo indicador sobre seus lábios.
- Vamos falar sobre isso depois... - falo. - Eu quero saber primeiro onde você vai me levar.
Ele sorri.
- Tudo bem. - ele fala, colocando o braço sobre o meu ombro, me guiando. Antes que minha casa sumisse de vista, dei uma olhada pra trás, sorrindo ao ver Marina espiando da janela.
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Estávamos conversando sobre alguma bobagem qualquer quando uma sensação de reconhecimento toma conta de mim.
- Eu conheço esse lugar. - falo olhando ao redor.
- Claro que conhece. - ele fala sorrindo. - Me surpreende você não lembrar. Mas agora você vai ter que fechar os olhos.
Quis recusar no começo, mas minha curiosidade foi maior. Deixei ele me guiar até que ele anunciou que havíamos chegado.
- Pronta?
- Sim. - falo ansiosa. Ele encaixa a mão na minha.
- Abra os olhos então.
Eu abri. Somente para senti-los embaçados pelas lágrimas.
Ele havia me trazido para o parquinho que a gente brincava quando era criança, várias lembranças voltavam a minha mente... Eu amava esse lugar. O escorregador, a casinha de brinquedo, o balanço. Meu deus, o balanço!
Tom e eu sempre brincavamos de quem conseguia se balançar mais forte, ele sempre ganhava por que ele sempre foi maior que eu.
Sento em um balanço e puxo ele pra sentar do meu lado, o pobrezinho range com o nosso peso.
- Por que me trouxe aqui? - pergunto, enxugando as lágrimas que escapavam.
- Por que foi aqui que eu descobri que gostava de você. - ele fala simplesmente, começando a se balançar. - Naquele dia que você me fez prometer que nunca iria te deixar sozinha de novo. Lembra?
Lembrava. Nós tínhamos oito anos, e estávamos brincando de esconde-esconde, eu me escondi e ele não me achou. E eu fiquei sozinha, e com muita raiva dele. Lembro que eu falei:
"Não me deixe sozinha outra vez, senão nunca mais falo com você, entendeu?"
"Nunca? Isso é muito tempo Deb..." ele disse.
"Não importa." respondi.
"Tudo bem então..." e com isso voltamos a brincar normalmente. Foi coisa boba de criança, mas depois disso ele não tinha me deixado sozinha de novo. Se eu precisasse ele estava lá.
- Você gosta de mim? - pergunto, baixo.
- Sempre gostei. - ele fala sem pudor algum. - Acho que talvez, nós dois deveríamos parar de fingir e colocar as cartas na mesa.
- Tudo bem. Eu queria te dizer que... Eu também gosto de Você. - falo, sentindo cada palavra saltar da minha boca da forma mais natural possível. Ele fechou os olhos com minha afirmação, respirando fundo. Quando voltou a abri-los, me fitou com aqueles lindos olhos escuros me fazendo sentir vontade de repetir aquela frase mais mil vezes.
- Calma. Eu não escutei direito. O que você falou? - ele me olhava atentamente.
- Eu falei que eu gosto de você. - falo sorrindo. Ele se levanta e me estende a mão, aceito e fico de frente pra ele. Ele põe uma mão na minha cintura e outra no meu rosto, me olhando com total entrega. - Que eu não consigo mais parar de pensar em você, e que cada vez que você me toca nunca parece ser o suficiente. - eu puder sentir seu corpo tremer perante minhas palavras, mas as mãos fortes apertando minha cintura me garantiam que ele estava ouvindo atentamente. - Que de repente, não parece suficiente te chamar de amigo. Por que não é isso que eu quero.
- E o que você quer? - ele fala, me puxando pra perto dele e pondo a boca perto do meu pescoço, me tirando toda e qualquer sanidade. - Me diga o que você quer, que eu faço.
- Eu quero você. - falei entre um suspiro involuntário. - Eu quero você de todas as formas e de todas as maneiras. Eu só quero você.
- Mas você já me tem. - ele falou, me levantando de leve do chão e fazendo com que eu ficasse da altura dele, para segundos depois me beijar.
______________________________________Bang, bang, dei meu tiro certo em você... (me imaginem dançando essa merda, mentira, não imaginem)
TÔ FELIZ K7!!!! DUAS MIL VISU!!! *w*
Me falem o que acharam! Tô curiosa.
Não esqueçam da estrelinha. ;)
I s2 u,
Bianca B.
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Um conto quase de fadas
Novela Juvenil" Eu quero você. - falei entre um suspiro involuntário. - Eu quero você de todas as formas e de todas as maneiras. Eu só quero você. - Mas você já me tem. - ele falou, me levantando de leve do chão e fazendo com que eu ficasse da altura dele, para s...