Por alguns segundos eu considerei a hipótese de voar na cara dele e fazer o que Igor não me permitiu fazer mais cedo. Mas pensei melhor, esse garoto tinha quebrado o pé do meu melhor... amigo, roubado a idiota da namorada dele, e agora estava aqui, claramente dando em cima de mim.
Apesar dele ser mais bonito ainda de perto, e dele estar me encarando com belos olhos azuis, ele não passava de um invejoso que queria tudo que Tom tinha. E tudo que ele merecia, e que iria ter de mim, era pena.
Simplesmente resolvi ignorar a presença dele, e me desviei pro lado, mas ele bloqueou minha passagem. Olho de cara feia pra ele.
- Qual é o teu problema? - falo e olho em volta, percebo que não tem ninguém no corredor. Mais que droga, isso aqui não é um hospital?
- Meu problema, - ele fala em um tom baixo, se aproximando de mim. - É que sua boca tá muito longe da minha.
Fico sem reação, quer dizer então que ele achava que eu iria cair numa cantada barata dessas? Me esforcei muito, mas consegui sorrir.
- Sabe, - falo sorrindo, e usando o mesmo tom baixo que ele usou comigo. Ele se aproxima mais de mim. - As pessoas falam que você é um babaca, eu achava que você era.
- Achava? - ele fala, chegando ainda mais perto.
- Achava. Mas não acho mais, - falo e ele sorri. - Agora eu tenho certeza.
Ele parece surpreso, provavelmente ele nunca tinha levado um fora. Bom, pra tudo uma primeira vez...
Aproveito que ele ainda estava absorvendo minhas palavras, e me viro pra ir embora. Mas ele segura meu braço e me prende contra a parede.
- Espera aí princesa, então você pensa que vai sair assim? - ele fala, e eu fico com nojo. - Deixa eu te mostrar que eu sou bem melhor que o idiota do seu amiguinho.
- O único idiota aqui é você, o Tom é bem mais do que você poderia sonhar em ser, agora dá licença que eu preciso ir embora.
- Não vai não... - ele fala e eu tenho certeza que ele vai me beijar.
- Ha, ela vai sim. - olho pro lado e percebo que Igor estava parado bem ali, claramente com raiva. Diego me solta.
- Se eu fosse covarde que nem você, eu encheria tua cara de muro agora mesmo. Acredite, vontade não me falta. Mas se você chegar perto da Deborah mais uma vez, eu não respondo por mim. - ele fala, eu nunca tinha visto ele assim. - Entendeu?
- Sim. - Diego responde, com um olhar furioso no rosto.
- Vem. - eu demoro a perceber que ele está falando comigo, pois ainda estava de boca aberta com tudo que aconteceu. Então ele me pega pela mão e me leva embora. Antes de sair eu olho pra trás uma última vez, e Diego tem a ousadia de sorrir.
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Entramos no carro e Igor não falou nada, ainda estava com raiva... Raiva de mim? Não entendo nada, e ele não dá o mínimo sinal de que vai explicar.
Alguns minutos depois de um silêncio desconfortável, falei.
- Como você sabia? - pergunto timidamente.
- Eu não sabia. - ele fala sem nenhuma emoção, sem ao menos tirar os olhos da pista. - Você tava demorando, eu fui atrás, e vi o que vi.
- Espera aí. - falo. - Eu não tive culpa. Ele simplesmente apareceu lá e me agarrou.
- Você não me deve explicações e eu sinceramente não quero saber dos detalhes. - ele fala
- É, você tem razão. Eu não devo. - falo, e não sei por que fico tão magoada. - Da próxima vez você me deixa lá, já que eu sou assim tão ruim. - agora ele olha pra mim...
Aproveito que ele para o carro em um sinal vermelho e já estamos perto de casa, e saio do carro sem olhar pra trás, com raiva por ele pensar que eu quis aquilo. Por que era a única explicação pra ele tá com tanta raiva assim... Não era?
Nem sei se ele veio atrás, também não me importei, só corri o mais rápido que pude pra chegar em casa, me sentindo uma idiota por estar chorando por causa daquilo. Entro em casa e vou direto pro meu quarto, sem nem falar com meus pais.
Uns dez minutos depois, sem querer, olho pela janela. E vejo que o carro já está na garagem... Muito bem Igor Rocha. Nem pra vir saber se eu morri no caminho.
Batem na porta do meu quarto.
- Deborah filha. - minha mãe fala. - Abre a porta. Seu amigo veio te ver.
O Tom veio me ver? Ele não tava no hospital? Abro a porta correndo. E vejo Igor do outro lado, ha.
- Entra aí. - falo, imitando de propósito o tom de voz seco que ele usou comigo.
Ele entra tímido, e dá um sorriso quase imperceptível.
- Que foi? - pergunto ressentida. - Agora vai rir da minha cara? Por que ser fo...
- Desculpa. - ele me corta, estende a mão e mostra meu celular, na pressa devo ter esquecido.
Eu vou pegar o celular, e ele segura minha mão, surpresa, olho pra ele e ele repete.
- Desculpa. - agora ele faz um bico, e fica parecido com Zeus, quando faz uma coisa errada
- Desculpo. - falo, puxando minha mão da dele, ele sorri vai até a minha janela e fala. - Então é daqui que você acende a luz que vai até o meu quarto?
Sorrio e vou até a janela com ele.
- A luz do seu quarto também vem até aqui. - falo sorrindo. - E ela veio primeiro.
Nós rimos, e depois eu falo.
- Ele não é meu namorado.
- Oi? - ele não entende.
- Tom não de meu namorado. - falo olhando pra fora.
- Ha. - ele parece surpreso. Mas logo disfarça virando pra dentro do meu quarto, ainda encostado na janela. -Eu jurava que você era o tipo de garota "quarto rosa e bicho de pelúcia" - ele sorri.
- E eu jurava que você era o tipo de garoto "olhem pra mim, eu sou o centro do mundo" - sorrio também.
- Aparências enganam. - ele vai saindo. - Eu acho que já vou, tá tarde e eu só vim ver se você chegou bem. Já que você saiu do carro tão... Hm... Alterada
- Alterada é a palavra perfeita. - falo rindo e indo até a porta com ele. - Então Tchau. Quando ele vai saindo eu digo. - Espera.
- Tô aqui. - ele se vira pra mim.
- Parece que a gente se conhece a tanto tempo. - digo
- Eu também pensei nisso. - ele ri. - Vai ver é só impressão...
- É, talvez seja mesmo. - falo.
- Foi um prazer te conhecer. - ele fala já do lado de fora do meu quarto.
- Foi um prazer te conhecer também Igor. Até amanhã. - falo.
- Até. - ele fala e vai embora. Quando está saindo se vira de volta pra mim e diz.
-Hãm... Eu tava pensando se... - ele para.
- Se...? - pergunto.
- Nada não. - ele fala. - Boa noite.
- Boa. - falo. E ele sai.
Fui me preparar pra dormir, com tudo que aconteceu não demorou muito. Dormi com uma conhecida luz estranha no chão do meu quarto.
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Oii gente.
Vou ser sincera com vocês, nos últimos tempos não estou gostando do que escrivi, então peço um tempo para revisar os capítulos. Não quero dar nada a vocês se não meu melhor.
E o jantar? Será que o primeiro beijo deles vai ser lá? :o
Não esqueçam de dar uma estrelinha e de comentar o que acharam. Se foi uma merda, falem, falem qualquer coisa, mas falem.
*próximo capítulo segunda* +s2+
Beijo,
Até o próximo capítulo.
Bianca B.
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Um conto quase de fadas
Genç Kurgu" Eu quero você. - falei entre um suspiro involuntário. - Eu quero você de todas as formas e de todas as maneiras. Eu só quero você. - Mas você já me tem. - ele falou, me levantando de leve do chão e fazendo com que eu ficasse da altura dele, para s...