Querer ou não

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Emma precisava de carinho e eu resolvi abraça-la para ver se a acalmava um pouco e quando notei que ela estava gostando, sussurei em seu ouvido:

- Emma minha pequena, eu gostaria que fosses um pouco mais crescida para eu te levar à sério.

E ela estava dormindo no meu colo, tive que leva-la para casa e carrega-la de novo para o seu quarto. Mas não consegui evitar que a Dna Ana nos visse e ficasse preocupada de novo.
Emma é uma adolescente confusa, as vezes acho que ela quer estar comigo mas as vezes acho que não, talvez ela gosta mesmo do Jackson e eu sou só um divertimento, e eu não quero que isso continue assim mas também não quero que acabe.
Coloquei a Emma na cama e me retirei deixando ela com a Dna Ana. Os pais dela chegariam nessa semana e Emma so vem fazendo besteiras atrás de besteiras.

Amanheceu e eu não consegui vê-la, Dna Ana disse que ela estava com dor de cabeça e que não quer visita de ninguém, assim obedeci, eu podia vê-la sem chatea-la. Passei do corredor da casa que dá acesso aos quartos e para a minha sorte, a porta do quarto da minha adolescente estava encostada, resolvi espreita-la e pude ter a imagem mais linda, a melhor versão dela... Emma estava dormindo, parecia uma anjinha, claro, so parecia, e de boca fechada ficava mais linda mas, eu não podia abusar da sorte que estava tendo e resolvi voltar para a cozinha.

O dia passou, Emma nem se quer pisou na cozinha e eu passei o tempo todo pensando nas coisas que estavam acontecendo. Talvez eu tenha a maior culpa nisso, talvez eu não deveria ter agarrado ela naquele restaurante, e talvez nem se quer dar-lhe a chance de pensar que eu seria o melhor professor de 'toques'.
Talvez... O melhor será eu me afastar dela porque o que eu sinto pode ser um simples desejo carnal por ela ser uma donzela.

Os dias se passaram e os pais da Emma voltaram, e nesse dia eu pude vê-la e ela também me viu, mas ela tinha um olhar apagado e aquilo estava me deixando preocupado.

O que eu esperava? Que ela viesse ter comigo?

Você é só seu motorista Felipe, acorda!

Passaram mais alguns dias e a Emma continuava me tratando como um motorista, um motorista novo, sem intimidades nem muita conversa e ela evitava sair comigo, muitas vezes pedia que a mãe a levasse com ela. Eu não aguentava mais aquilo, pensei que era melhor aceitar os factos de que ela não será mais minha e nem precisaria da minha amizade (nem se quer da minha presença).
Resolvi chutar minha bola para à frente, a vida anda e eu já estava me cansando daquele clima em que estávamos. Eu fui paciente, compreensível e vi que não podia fazer mais nada a não ser me demitir e deixa-la em paz.
Por um lado, Emma estava sendo infantíl e aquilo me deixava mais agoniado, infelizmente não se pode abrir a cabeça de ninguém para pôr um pouco de juízo.

O meu apartamento ja estava quase pronto para me receber e eu resolvi ir morar lá, deixar essa casa e esse emprego. Falei com o pai da Emma e dei um motivo meio inválido e ele tentou me fazer ficar alegando que Emma estava habituada comigo e que hoje em dia é difícil ganhar a confiança dos outros como eles tem em mim. Mas nada me fez mudar de ideia, essa seria a última noite nessa casa e eles nada podiam fazer para que eu desistesse da minha ideia. Eu tinha que deixar a Emma em paz.

Já quase de madrugada, eu não conseguia dormir, fiquei deitado de costas olhando para o tecto, foi quando ouvi uma batida leve na minha porta. Não consegui imaginar uma outra pessoa que não seja Emma. Levantei, vesti uma t-shirt e abri a porta.
Emma estava ali, na minha porta, com seu pijama que a deixa mais inocente e linda (uma camisola fina, quatro dedos acima do joelho) mas eu segurei as minhas emoções para saber ao certo o que ela estava fazendo na minha porta.

- Lipe...

- Emma. - Suspirei.

- Eu queria saber se vais mesmo embora e...

- Emma, eu vou sim!

- Então ta. - Ela olhou para o chão e apertou suas mãos.

- Emma, o que você quer?

Ergui o rosto dela e olhei nos seus olhos para que nada me escapa-se, ela me encarou, mas sem muito brilho nos olhos e continuou congelada.

- O que exactamente você quer, Emma?

Dei um passo em sua direção e ela continuou congelada, com o seu olhar cravado no meu, firme, me encarando, mas a sua respiração denunciava o seu nervosismo.

- Felipe, eu...

Eu não consegui controlar o meu corpo, o desejo de tê-la em meus braços gritava dentro de mim. Puxei-a em minha direção, beijei-a e ela retribui o beijo apaixonado.

Meu MotoristaOnde histórias criam vida. Descubra agora