Capítulo 47 - Despedida

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* Ariana

Acabamos dormindo. Quem me acordou foi o sol. Dormir admirando a paisagem ontem foi romântico, mas a dor no meu pescoço e nas costas por dormir na madeira dura, não era nada legal.
Me levantei com cuidado para não acordar Andrês, estralei meu pescoço e alonguei o corpo. Estava um belo dia de sol, as águas da lagoa brilhavam convidativas. Olhei para Andrês que aparentava estar ferrado no sono. Me afastei um pouco dele.
Quando eu acabei de tirar minha camisa, ficando só de sutiã, ouvi um assovio.
Andrês me observava, bem disperto, eu diria.
- Andrês! Gritei abraçando a camisa a minha frente.
- Que maravilha, acordar e dar de cara com uma imagem linda dessa. Sorriu e veio a passos comedidos em minha direção.
- Tarado! Gritei jogando minha camisa em seu rosto e mergulhando na lagoa. Me afastei um pouco da beirada, a água estava gelada, mas para mim que era usuária de água não tinha problema.
- E aí a água está boa? Perguntou Andrês ainda segurando minha camiseta.
- Tá ótima!
- Não tão boa quanto você. Brincou.
- Tonto. Falei entre sorrisos.
- Acho que vou entrar. Avisou Andrês já tirando a camisa. Fiquei admirando o seu peitoral e seu abdômen definido, quando subi meu olhar para seu rosto, ele me encarava com um sorrizinho de canto de boca. Desviei o olhar fingindo admirar a paisagem.
- Gostou do que viu? Perguntou dando uma volta.
- Nem um pouco. Menti.
- Então você confessa que estava me olhando? Levantou a sombrancelhas em desafio.
- Não confesso nada. Além disso, não tem nada de mais para se ver. Desdenhei.
Claro que eu achava que tinha muito o que ver, mas não queria dar o braço a torcer.
- Olha, isso. Fingiu surpresa
- Quem desdenha quer comprar. Citou entrando na água e nadando em minha direção.
Dei um impulso para trás me afastando.
- Andrês você é muito convencido. Critiquei de brincadeira.
- É você que me deixa convencido, me lançando esses olhares calorosos. Disse ele abanando a mão como se estivesse com calor.
Meu rosto esquentou de vergonha.
- Que olhar? Perguntei brava
- Isso é o que você merece por ser mentiroso. Lançei um pouco de água em seu rosto.
Ele jogou de volta e eu joguei de novo e ficamos nessa por alguns intantes, então ele me ergueu nos braços e quando me desceu nossos rostos estavam a centímetros um do outro. Confesso que até ali tudo o que tinha acontecido tinha sumido da minha mente, mas quando pensei que ele poderia me beijar naquele momento tudo voltou num lampejo.
Virei o rosto e dei uma tossida para disfarçar meu desconforto.
- Desculpe. Pediu Andrês me soltando e abaixando a cabeça.
- Tudo bem. Murmurei - Acho melhor nós irmos, temos que partir ainda hoje.
Andrês concordou com a cabeça e começou a sair da lagoa, o segui saindo também. Ele se vestiu e já ia partir em direção ao galpão. Vesti a camisa rapidamente e o chamei.
- Andrês, espere! Ele se virou para mim.
- Deixa eu secar sua roupa. Com um floreio sequei nossas roupas rapidamente.
- Obrigado. Agradeceu.

Quando chegamos ao galpão, todos estavam nos esperando.
- Nossa que recepção é essa? Perguntei admirada.
Isadora e Tom correram de mãos dadas até nós.
- Soube que vai embora hoje Ana. É verdade? Perguntou Isadora com o semblante triste.
- É verdade querida. Respondi alisando seu cabelo.
- Não vá embora Ana. Pediu Isadora.
- Não vá embora. Chorou Tom.
Peguei Tom no colo e segurei a mão de Isadora.
- Meus amores. Disse comovida
- Eu preciso ir. Você sabe né Isa? Pisquei o olho para ela.
- Sei. É porque você é uma princesa. Cochichou a menina.
- Isso mesmo. Corfirmei.
- Não, não, não vá. Pediu Tom balançando a cabeça sem parar.
Segurei seu rostinho, e lhe dei um beijo na bochecha.
- Eu vou, mas eu volto e levo vocês para conhecer o castelo. Não é legal amor? Você só tem que esperar um pouquinho. Você me espera? Ele se acalmou.
- Espero para ir no castelo. Disse abrindo um sorriso inocente.
- Obrigada. Dei vários beijinhos que o fizeram rir. Passeio-o para os braços de Andrês que o segurou todo sem jeito. Fiquei imaginando se ele seria um bom pai. " Mas no que eu estava pensando"? Tirei esses pensamentos descabidos da cabeça e chamei Red.
- Red, conversei com Lay e ele vai te arranjar um trabalho na pensão, assim você poderá ajudar vovó Ka dentro da lei. Informei contente.
Eu havia pedido via livro comunicador.
- O tal Papus concordou? Perguntou relutante.
- Ele não está com moral para discordar do Lay, mas ele concordou, já que perdeu três funcionários.
Ele abriu um sorriso e me abraçou forte.
- Obrigado Ana, você realmente foi uma luz que iluminou nossas vidas. Elogiou emocionado.
- Luz? Eu trouxe é um monte de problemas para vocês. Espero que isso os ajude.
- Obrigado Ana. Agradeceu segurando minha mão.
- Não me esquece, hein. Quero sua amizade para sempre. Pedi com os olhos marejados.
- Jamais te esquecerei. Conte comigo para o que precisar. Serei sempre seu servo fiel, princesa. Disse ele com um reverência.
O puxei para mais um abraço.
Ali perto, Barbara me olhava emburrada. Segui em sua direção, ela se aprumou cruzando os braços a frente do corpo.
- Oi Barbara. Estendi a mão.
- Oi. Respondeu com uma carranca, sem fazer menção de segurar minha mão. Recolhi a mão e olhei séria para ela.
- Barbara, por que me odeia? Eu sabia o motivo, mas queria ouvir o que ela diria.
Ela desviou o olhar.
- Eu não te odeio. Só não vou com a sua cara. Respondeu sem olhar nos meus olhos.
Sorri com a resposta dela. Ela me fuzilou com o olhar.
- Por que você não vai com minha cara? Insisti.
- Não sei. Não gosto do seu jeito.
- Com o Red? Disse eu erguendo a sombrancelha.
Ela ficou toda vermelha.
- O que têm o Red? Perguntou descruzando os braços.
- Eu sei que você não gosta de mim, porque têm ciúmes dele comigo. Afirmei.
- Quem disse? Isso é uma calúnia.
- Você sabe que é verdade, mas você está errada. Eu gosto dele como um irmão menor.
- Verdade? Perguntou desconfiada.
- É claro. O único que eu amo é o Andrês. E se você gosta mesmo do Ângelo, devia contar a ele. Aconcelhei.
- Ele não gosta de mim. Disse triste.
- Então conquiste-o. Vocês formam um belo casal.
- Você acha? Perguntou com um sorriso.
- É claro. Ele é um ótimo rapaz, e você parece ser uma boa moça e aparenta gostar bastante dele.
- Sim, eu gosto muito dele. Confessou tímida.
- Então tenho certeza que tudo dará certo para vocês. Afirmei - E aí, você acha que dá pra você gostar um pouquinho de mim? Pedi fazendo o gesto com o dedo polegar e indicador.
- Dá sim. Respondeu ela estendendo a mão que eu apertei em cumprimento.
- Ana querida. Disse vovó se aproximando - Vocês não vão embora sem tomar o café da manhã que preparei para vocês,  né? Indagou vovó Ka segurando minha mão.
- Claro que não. Eu não perderia uma última refeição da sua comida deliciosa, por nada.
- Vovó preparou um piquenique para vocês. Avisou Barbara com um sorriso.
- Verdade? Perguntei a senhorinha que consentiu alegre.
- Venha, é lá na parte de trás. Informou vovó Ka enganchando seu braço no meu.
Fiz um gesto para que Andrês me seguisse, e todos nós seguimos em direção a refeição.
Um grande tecido colorido, estava estendido na grama coberto por inúmeros pratos.
- Todo esse banquete é para nós? Perguntei surpresa.
- É claro, é um café digno de uma princesa. Anunciou Red.
Sorri para ele.
- Mas vovó, eu sei que vocês passam dificuldade. Não deviam gastar com a gente. Preocupei-me.
- Não se preocupe querida. Nós temos condição de esbanjar uma vez ou outra.
- Mas vovó... Insisti.
- É um presente nosso para vocês. Não reclame. Advertiu afável.
- Ok. Obrigada gente, vocês são demais. Agradeci olhando os rostos ao meu redor.

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora