Capítulo 80 - Asas de luz

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*Ariana

- Diamante!? O que está fazendo aqui? Perguntei surpresa diante de seu aparecimento repentino.
- Senti que Dona precisava de mim. Respondeu ele com um relincho.
- E precisava mesmo. Confirmei lhe afagando a clina macia.
Ele relinchou feliz.
- Me perdoe por não ter ido te visitar no estábulo real mais vezes. É que aconteceram várias coisas. Me desculpei sem jeito.
- Tudo bem. Diamante estava com família, mas sentiu saudade Dona.
- Eu também. Me inclinei e abracei seu pescoço - Obrigada.

Uma bola de fogo passou raspando em meu braço e chamuscou as penas de Diamante, que surpreso, deu uma virada brusca quase me derrubando.
Me segurei e indireitei-me em suas costas.
- Você está bem? Perguntei preocupada.
- Sim Dona.

Olhei para trás. Maia seguia em nossa direção. Com as asas estendidas, voava em ziguezague para nos alcançar. Tinha um sorriso no rosto e uma bola de fogo negro em ambas as mãos. Ela era a caçadora e nós as caças. E o pior, ela era mais rápida. O tamanho de Diamante, nessa situação, era uma desvantagem.

Tentei lançar algumas facas de gelo, mas ela desviou com facilidade e ainda riu da minha cara. Então ela lançou as bolas de fogo que mantinha em suas mãos.
- Diamante sobe, sobe! Gritei desesperada.
Diamante me obedeceu imediatamente, mas não foi suficientemente rápido. Uma de suas asas foi atingida e algumas penas pegaram fogo. Apaguei o fogo rapidamente com meu elemento água, mas o estrago já estava feito. Ferido, a velocidade de meu cavalo diminuiu drasticamente e seu controle de vôo também foi afetado. Tanto que ele voava desnivelado pendendo mais para a direita, lado de sua asa ferida, correndo o risco de me derrubar a qualquer instante.
- Diamante, você ainda pode voar? Perguntei preocupada.
- Desculpe Dona. Vou voar melhor. Pensou ele.
- Não se esforce demais. Talvez seja melhor pousarmos. Falei preocupada com seu ferimento.
- Não! Diamante consegue. Ajudará Dona até ela estar a salvo. Disse ele corajosamente.
- Obrigado. Agradeci emocionada.

Nessa hora avistei Maia de novo. Estendi minha mão para executar um ataque contra ela e fui recompensada com uma bola de fogo no braço. Gritei de dor e abraçei meu braço com o outro. Olhei para onde doía. Um grande hematoma vermelho se estendia em meu pulso. Muito mais do que qualquer ferimento que eu havia sofrido, aquilo doía e ardia tanto que eu queria chorar. Somente o desejo de cumprir minha missão me impediu de sucumbir a dor.
Maia nos alcançou em velocidade e voava lado a lado comigo.
- Olá. Cumprimentou com um sorriso cínico no rosto.
- Sua bruxa. Você o feriu! Gritei tentando lhe acertar um chute.
Ela escapou facilmente dando um rodopio gracioso.
- Tsc, Tsc . Estralou a língua com um gesto negativo com a cabeça
- Priminha, não estamos em uma briga de rua. Por favor mantenha a compostura. Falou com ar de zombaria.
- Quem é você para me dar lição de moral? Depois de tudo o que você fez! Gritei indignada.
- Não fique nervosinha. É melhor se conter ou melhor eu a conterei. Disse ela estendendo a mão de unhas vermelhas. Com um gesto rápido dela, vinhas espinhosas saíram da ponta de seus dedos e se enrolaram em mim prendendo também minhas mãos, impossibilitando-me de usar qualquer encanto.

- Arg! Me solta! Gritei tentando a todo custo me soltar, mas parecia que quando mais eu me movimentava, mais apertado ficava e os espinhos feriam-me fazendo por vezes escorrer filetes de sangue onde infiltravam.
Maia se aproximou de mim sem parar de bater as asas, segurou meu queixo com força.
- Você não vai conseguir escapar. Sem seu guardião ou qualquer dos seus amiguinhos para te salvar, você será uma presa fácil na minha teia. Disse ela com o rosto bem próximo ao meu.
Furioso, Diamante tentou mordê-la, mas ela escapou por pouco se afastando rapidamente.
- Opa! Parece que terei que cuidar de você primeiro. Falou Maia apontando Diamante.
Com o mesmo processo que utilizou comigo, Maia prendeu vinhas ao redor do focinho prendendo assim sua boca.
- Diamante! Gritei com pena dele.
- Desculpa Dona. Disse ele.
Maia se aproximou de mim novamente e segurou meu queixo fazendo com que eu olhasse para ela. Seus olhos verdes brilhavam de maldade. Seu rosto de anjo não combinava com sua personalidade maligna.
- Chegou a hora de acabar com você. Depois de te matar acabarei também com sua mãe e farei de seu guardião meu escravo. Tomarei assim Aurór para meu pai e ele governará soberano. Talvez até dominemos também a Terra e tranformaremos todos humanos em nossos servos. Disse ela rindo com maldade.
- Isso não vai acontecer sua bruxa! Afirmei lhe cuspindo no rosto.
Ela soltou meu queixo, tirou um lenço de sua roupa e limpou o rosto devagar. Em seguida subiu nas costas de Diamante virada de frente para mim.
Segurou meu cabelo com rispidez me segurando próxima a si.
- E quem vai me impedir? Você? Não me faça rir. Você vai morrer aqui mesmo por minhas mãos. Dessa vez ninguém irá te salvar. Ameaçou ela com confiança.
"Será que era o meu fim? Eu não podia fazer nada no estado em que me encontrava. Será que eu morreria alí?". Indaguei-me mentalmente.

A filha da rainha - contos dos medium fairy. (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora