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- Como foi o fim de semana ?
- Ótimo!
- Ótimo... sei. - riu e voltou a ler o livro.
- E como foi o fim de semana de vocês ?
- Uma merda! - respondeu Marina - Um tédio total.
- Por que ?
- Digamos que Antonella me deixou sozinha com a Sra Deprê ali. - apontou para a Laura que ainda estava do mesmo jeito.
- Sinto muito. - fui sincera.
- Não sinta! Você tem a semana inteira para se redimir.

Rimos. O dia seguiu naturalmente, troquei poucos sms com Ethan e na hora do jantar aproveitei para conversar com a Laura e saber o que está acontecendo.

- E aí ? - silêncio. Continuei - Alguma novidade ?
- Não. Ele não me mandou um sms se quer, nem ligou. Ele não se preocupa comigo.
- Então deixa de ser besta! Sai dessa cápsula que você se enfiou e vai fazer alguma coisa.
- Que coisa ? O que eu posso fazer ? Ir atrás dele ? - disse com lágrimas nos olhos.
- Lógico que não! Primeiro você vai tomar banho, lavar esse cabelo, passar uma maquiagem na cara e se vestir direito. Depois, você vai parar de chorar a cada cinco minutos e começar a rir a cada dois.
- Não é tão fácil assim.
- Também não é tão difícil.
- Ok. Amanhã eu faço isso, ta ?
- Amanhã não. Agora! Você vai entrar naquele banheiro e só vai sair de lá depois que melhorar essa cara horrível que você ta.

Fiquei esperando que ela saísse do banheiro. Esperei por quase uma hora e ela saiu do jeito que eu esperava. Passou um lápis, rímel e batom. Já era um começo. Não estava usando preto, nem aquelas roupas horríveis dos últimos dias.

- Pronto! Agora sim. - bati palminhas - Agora parece a Laura que eu conheço.
- Obrigada. - sorriu amarelo.
- Vamos comer! Você não tem comido direito.

Fomos para o refeitório, e todos da mesa olharam para ela e sorriram. Não elogiaram ou perguntaram nada. Aquela ainda não era a Laura que a gente conhecia, mas ela estar arrumada não era novidade nem estranho.
Comemos e conversamos, ela dava umas gargalhadas vez ou outra e percebi que aquilo havia ajudado ela.
Depois de comermos, fomos para a sala de tevê e Antonella e Enzo não se agarraram na frente dela e eu agradeci mentalmente por isso.
Já se passava das dez quando voltei para o quarto com as meninas.
Estava deitada na cama, quase pegando no sono quando Antonella recebeu uma ligação e ficou completamente pálida. Sabia que alguma coisa havia acontecido.

AntonellaOnde histórias criam vida. Descubra agora