Antonella

Apresentação

Como vocês já sabem, eu sou a Marina.
Sim, sou brasileira. Minha mãe se casou com um suíço e me trouxe para morar com eles e me puseram nesse colégio. É muito diferente das escolas brasileiras. Confesso que fiquei perdida, e um pouco amedrontada de não me adaptar ou de ter uma bruxa como colega de quarto. Mas tive sorte.
Estava arrumando minhas coisas quando a porta do quarto foi aberta e entrou uma menina no quarto de cabelos negros e olhos azuis. Ela era branca, muito branca. Parecia uma anêmica. Ela correu os olhos por todo o quarto e parou em mim, me olhou de cima a baixo várias vezes até que me disse um " Hi " tímido.
Me lembrei que não estava em casa e respondi ela da mesma forma. Ela entrou no quarto e se sentou na casa que deduziu ser a dela por estar vazia. A minha estava cheia de travesseiros e almofadas, como eu adoro. Tinha também várias fotos da minha família e pôsteres dos meus ídolos.
Ela passou os olhos pela minha parede e parou num pôster. Ficou encarando-o, até que se levantou e pôs a mão nele. Eu fiquei do lado dela encarando o pôster tentando enxergar algo de errado, mas não vi, não tinha.
Ela me olhou com lágrimas nos olhos e depois olhou de volta para o pôster.

- Saudade de casa.
- Essa era uma grande lutadora de MMA. Eu faço Muay Thay e adoro ela. Você também gosta ?
- Essa é a minha mãe. - Olhei pra ela de boca aberta. QUÊ ? Como assim ? Permaneci quieta. Olhando dela para o pôster. De fato elas tinham algumas coisas parecidas. Mas seria muita sorte a minha.
- Ta falando sério ?
- To.
- Meu Deus!!!

Depois ela contou histórias da sua família, e respondia as minhas perguntas sobre a mãe dela. Me perguntou como havia me tornado fã e eu respondi.

- Quando comecei a treinar, comecei a assistir vídeos na internet. Entre os vídeos, apareceu o vídeo dela. Naquele momento me tornei fã, e assisti todos os que achei. Esse pôster, eu mandei fazer com uma foto que achei na internet. Um dia vou encontrar com ela e pedir que assine aqui em baixo. - dse apontando para o pôster e ela começou a rir.
- Desculpa, mas é engraçado. Para você ela é um ídolo e para mim, ela é só... Só a minha mãe. - Volto a rir.
Ela tinha razão.
Adorei essa garota.