Prólogo

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Posso dizer que esses dias que tenho passado na Rússia com o Dimitri estão sendo na verdade meio que umas férias. E merecemos esses dias de folga. Ficar longe de todos os problemas, de rondas, de monitorização, de ter que acordar bem cedo para cumprir horários.
O único ponto negativo desta viajem é que a minha preocupação sobre a Lissa sempre se alastra. Tenho medo de algo de ruim acontecer à ela enquanto estou ausente. Também devo dizer que não gosto nada de outro Guardião estar cuidando da proteção dela. Isso me deixa com certo ciúme. Isso mesmo, Rose Hathaway com ciúme por sua melhor amiga está sendo mantida a proteção de um outro Guardião, ou pior, uma Guardiã. Não. Nem posso pensar em uma coisas dessas.

Eu fiquei bastante impressionada com a recepção da Viktória. Ela pelo jeito deixou as desavenças do passado de lado e está focando na educação e gentileza. Só não sei se isso é por causa do Dimitri ou porque ela realmente gosta da minha amizade e quer mantê-lá intacta. Por ora, deixemos isso ir se mostrando aos poucos qual é a verdadeira motivação dela. Espero que seja por causa da segunda opção, pois eu gosto muito dela.

Yeva continua com a sua cara de poucos amigos de sempre, porém a sua expressão está se relaxando aos poucos. Noto que ela é bem apegada ao seu Dimka.
Não sei porquê ela mantém o hábito terrível de ainda falar em Russo, sendo que eu já sei que fala muito bem inglês. Deve ser coisa de bruxa mesmo.

Durante os dias que estamos aqui, Olena preparou o famoso pão preto que Dimitri tanto ama, mas confesso que nunca tive a coragem de prova-ló. Não sei bem o motivo, mas acho que deve ser por causa do nome.

- Venha Rose, sente-se conosco. - Olena chama assim que me ver parada na escada.

Desci os poucos degraus que faltavam e me aproximei deles. Dimitri estava sentado ao lado da sua Vó, com o Paul no colo.
Dei um beijo na sua bochecha e baguncei os cabelos castanhos de Paul. Dei um aceno para Yeva, que apenas levantou os seus olhos da xícara e balançou a cabeça. Estava começando a ignorar o seu jeito esquisito.

- Bom dia. - comprimentei-os. - Que cheiro bom é esse, Olena?

- Café e o pão que até hoje você nunca experimentou. - respondeu Yeva, o que me fez ficar impressionada com a sua resposta. - Como você vai saber o ponto certo quando preparar para o seu marido, se nem ao menos sabe o gosto?

- Vovó. - chamou Dimitri. - Nós não somos casados.

- Não vai me dizer que acabou de prever o nosso futuro casamento? - perguntei em ironia.

Olena sorriu e cortou uma fatia do pão colocando no prato e me entregando.

- Vamos. Já está na hora de você provar.

Aproximei o prato de mim e o encarei. Até que ele não aparentava ser ruim. Mas quem ver cara não vê coração.

- Ok. - murmurei. - Mas que fique claro que só irei provar por que eu quero, e não porque Yeva mandou.

- Que menina boba. - a bruxa velha falou.

(...)

Dimitri havia me chamado para um passeio pela sua cidade. Pegamos um trem e fomos direito para São Petersburgo.
Estávamos caminhando pela ruas de mãos dadas e então ele perguntou:

- O que você está achando de passar esses dias comigo e minha família?

- Muito bom. - eu disse olhando em teus olhos. - Desde quando os conheci, gostei muito deles. E já estava com saudades.

- E Yeva? - perguntou. - Já se acostumou ao seu jeito?

- Claro. - respondi sorrindo, o que fez com que ele me encarasse sabendo que eu estava mentindo. - Que não, né Dimitri? Quem se acostuma com ela? Ela é louca.

Dimitri deu uma gargalhada que me fez rir também.

- Isso é verdade. Ei, Rose. - ele chamou apontando em direção ao um imenso Palácio. - Esse é o Palácio de Catarina. Ele serviu de residência de Verão aos Czares.

- Uau. - sussurei. - É tão lindo e... imenso.

- Sabe o que é legal? - ele perguntou com excitação nos olhos - Foram usados mais de cem kilogramas de Ouro para deixar tão dourada a fachada.

- É mesmo incrível Dimitri. - Eu disse alisando a tua mão.
E então ele continuou falando sobre a história daquele Palácio e tudo que o envolvia, fiquei o admirando. Ele sim era incrível. Eu tinha certeza que se eu perguntasse até sobre uma pedra ele saberia responder toda a sua origem.

Ficamos caminhando durante horas por aquela cidade maravilhosa. Até que pouco antes de anoitecer decidimos voltar novamente para Baia. Não era seguro ficar até o escurecer, por mais que fôssemos Guardiões muito bem treinados não éramos idiotas de nos arriscamos a toa.
Mas confesso que eu estava com muita vontade de topar com algum Strigoi. Fazia muito tempo desde que eu matara um.

Baia estava tão silenciosa como de costume, e eu gostava dessa tranquilidade toda. Me fazia sentir confortável.
Contamos a todos sobre o nosso passeio e aonde nós fomos e o que fizemos.
A família Belikov são todos muito prestativos. Sempre querem saber de tudo, mesmo que para alguns sejam bobagens para eles significam muitas histórias e diversão. Eu não me importaria nem um pouco de poder ser uma dhampir normal como eles são e morar aqui com o Dimitri e eles. Seria muito divertido. E talvez eu até tivesse um emprego como Sonya - que trabalhava em uma farmácia. Mas a minha realidade era totalmente diferente. Eu não podia ficar imaginando essas coisas porque elas simplesmente não iriam acontecer. A minha vida era proteger Moroi, era proteger Lissa. E pensando bem, eu não trocaria a minha vida de verdade por nenhuma outra imaginação. Eu era feliz assim, eu tinha Lissa, tinha Dimitri, e os meus amigos. É. Eu sou feliz sendo uma Guardiã renomada!

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Olá amores. Estamos de volta com a continuação de Além da Escuridão .
Espero que tenham gostado do Prólogo, e logo o Capítulo número um irá sair.
Votem e comentem para que tenhamos uma boa divulgação!
Beijos!

06/01/2016...

Trilha MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora