Capítulo 5

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- Hey. - cutuco Dimitri tentando lhe chamar a atenção. - Camarada, estou falando com você.

- Rose. - Se vira para mim sorrindo. - O que foi?

- O que foi? Há! - suspiro em exasperação. - Só pode estar de sacanagem.

- Não estou entendo Roza, essa sua mudança de humor.

- Quem é aquela ali, hein? - aponto para as duas dampir mesmo sabendo a resposta.

- Caroline e Carol? - pergunta. - São irmãs. Gêmeas. Acho que estou falando o óbvio, não?

- Yeah. Eu já percebi os genes delas. Quero saber o que são suas. E o que estão fazendo aqui.

O seu sorriso vacila e vejo os seus olhos mudarem de brilho. Escuros e afiados. Não, não estou gostando disso.

- Elas... São velhas amigas. - diz coçando a cabeça. - Nos conhecemos na Academia.

Porquê você não disse simplesmente, a loirinha acolá foi minha namorada?!
- Só isso? - pergunto tentando arrancar a verdade. - Não houve pegação e outros afins envolvidos?

- Não sei aonde você está querendo chegar Roza.

Desviei os meus olhos de Dimitri para as irmãs dampir, e os voltei novamente para ele. Por quê ele não quer me contar que já namorou com a Barbie? São Vlad, será se ele ainda nutre algum sentimento por ela?! Não Rose, não! Ele te ama, é, ama muito.

- Eu que não sei aonde você está querendo chegar mentindo para mim.

- Mas o quê...

- Olá Dimitri. - me virei para ver quem era o dono da voz que acabou de nos interromper. Ótimo, Carol. E a outra.

- Dimka. - Caroline enlaça o seu pescoço. Respire Rose, ainda não é hora de cometer um assassinato. - Por onde você esteve? Aí, estive com muita saudades, não só eu como a Carol. Você sabe! - piscou para ele. -

Ok! Eu não preciso ficar aqui presenciando isso, não mesmo. Saí xingando alguns palavrões muito feios que aprendi ao decorrer da minha vida perturbada.
Não conseguia formular nenhuma resposta plausível para o Dimitri não ter me falando em momento algum sobre a sua antiga namorada. E o pior de tudo, porque ele não me falou agora quando o perguntei.

Ele não quer te contar porque ela foi o primeiro amor dele, Boba!
Não! Não vou pensar nisso. E não imagino Dimitri tendo qualquer história de amor com aquela depravada. Não faz o tipo dele.

A minha ida a cozinha foi várias vezes interrompida por pessoas que me pararam para conversar. Não queria pagar uma de mal educada só porque estava irritada e nem nada, eles não tem culpa. São legais, até.
Respondi a todos e fui em busca de uma vodca.

Enchi o copo com o líquido que a quilômetros dava para sentir o cheiro de álcool puríssimo. Levei até a boca e deixei que descesse. Mas desceu queimando. Como se todo o inferno estivesse ali dentro daquele copo. Desceu como fogo. Fogo do inferno.

Em algum momento a Sonya veio me chamar para sentarmos em volta da fogueira, lá no quintal. Já estava meio zonza, depois de uns dez tropeções e uma batida da janela na cabeça consegui chegar até os fundos. Havia muitas pessoas. A família Belikov tinha muitos amigos.

Avistei o meu namorado sentado ao lado de um dampir, que eu até saberia o nome se não estivesse com o cérebro nublado de álcool.

Como se soubesse que eu estava olhando, o grande amor da minha vida levantou os olhos para mim e sorriu. Não pude conter o sorriso e me encaminhei até ele.

- Você sumiu. - ele disse enlaçando as nossas mãos.

- Estava clareando a mente. - Só que com bebida. Bebida muito forte. Olha, até estou vendo gnomos voadores.
Será que alguém me drogou também? Mas eu não uso drogas.

- Roza? - O olhei. - O que estava pensando? É a terceira vez que te chamo.

Estava pensando em gnomos voadores, mas você não precisa saber disso.

- Na sua velha paixão. - deixei as palavras saírem sem a minha permissão.

- Não entendi.

- Você. A Barbie acolá. Você sabe de quem estou falando. - sorri em desgosto. - Por quê mentiu para mim, hein? Achei que confiasse em mim. Ou então... Então você gosta dela!

- Está falando da Carol... - me olhou sorrindo, mas logo ficou sério ao notar que eu não estava de brincadeira.

- Não precisa completar o nome dela. Eu já sei disso.

- Roza. - suspirou enquanto me puxava para perto de si. As pessoas ao redor estavam alheia à nossa conversa. Com certeza falando sobre as suas batalhas épicas. - Isso faz muito tempo. E eu não gosto dela. Você me conhece como ninguém, sabe que eu nunca mentiria para você. Eu amo você, somente você.

- Belas palavras camaradas. Mas você mentiu quando perguntei o que ela era sua.

A sua expressão ficou indecifrável. E eu odiava isso, quando eu não conseguia o entender através das suas expressões.

- Eu te amo, Roza. Não importa se eu não falei antes sobre ela. Ela é o meu passado, passado que nem me lembro muito. E você é o meu presente e futuro. Você sendo a Rose Hathaway que é, não deveria ficar insegura de si.

(...).

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