- Hey. - cutuco Dimitri tentando lhe chamar a atenção. - Camarada, estou falando com você.
- Rose. - Se vira para mim sorrindo. - O que foi?
- O que foi? Há! - suspiro em exasperação. - Só pode estar de sacanagem.
- Não estou entendo Roza, essa sua mudança de humor.
- Quem é aquela ali, hein? - aponto para as duas dampir mesmo sabendo a resposta.
- Caroline e Carol? - pergunta. - São irmãs. Gêmeas. Acho que estou falando o óbvio, não?
- Yeah. Eu já percebi os genes delas. Quero saber o que são suas. E o que estão fazendo aqui.
O seu sorriso vacila e vejo os seus olhos mudarem de brilho. Escuros e afiados. Não, não estou gostando disso.
- Elas... São velhas amigas. - diz coçando a cabeça. - Nos conhecemos na Academia.
Porquê você não disse simplesmente, a loirinha acolá foi minha namorada?!
- Só isso? - pergunto tentando arrancar a verdade. - Não houve pegação e outros afins envolvidos?- Não sei aonde você está querendo chegar Roza.
Desviei os meus olhos de Dimitri para as irmãs dampir, e os voltei novamente para ele. Por quê ele não quer me contar que já namorou com a Barbie? São Vlad, será se ele ainda nutre algum sentimento por ela?! Não Rose, não! Ele te ama, é, ama muito.
- Eu que não sei aonde você está querendo chegar mentindo para mim.
- Mas o quê...
- Olá Dimitri. - me virei para ver quem era o dono da voz que acabou de nos interromper. Ótimo, Carol. E a outra.
- Dimka. - Caroline enlaça o seu pescoço. Respire Rose, ainda não é hora de cometer um assassinato. - Por onde você esteve? Aí, estive com muita saudades, não só eu como a Carol. Você sabe! - piscou para ele. -
Ok! Eu não preciso ficar aqui presenciando isso, não mesmo. Saí xingando alguns palavrões muito feios que aprendi ao decorrer da minha vida perturbada.
Não conseguia formular nenhuma resposta plausível para o Dimitri não ter me falando em momento algum sobre a sua antiga namorada. E o pior de tudo, porque ele não me falou agora quando o perguntei.Ele não quer te contar porque ela foi o primeiro amor dele, Boba!
Não! Não vou pensar nisso. E não imagino Dimitri tendo qualquer história de amor com aquela depravada. Não faz o tipo dele.A minha ida a cozinha foi várias vezes interrompida por pessoas que me pararam para conversar. Não queria pagar uma de mal educada só porque estava irritada e nem nada, eles não tem culpa. São legais, até.
Respondi a todos e fui em busca de uma vodca.Enchi o copo com o líquido que a quilômetros dava para sentir o cheiro de álcool puríssimo. Levei até a boca e deixei que descesse. Mas desceu queimando. Como se todo o inferno estivesse ali dentro daquele copo. Desceu como fogo. Fogo do inferno.
Em algum momento a Sonya veio me chamar para sentarmos em volta da fogueira, lá no quintal. Já estava meio zonza, depois de uns dez tropeções e uma batida da janela na cabeça consegui chegar até os fundos. Havia muitas pessoas. A família Belikov tinha muitos amigos.
Avistei o meu namorado sentado ao lado de um dampir, que eu até saberia o nome se não estivesse com o cérebro nublado de álcool.
Como se soubesse que eu estava olhando, o grande amor da minha vida levantou os olhos para mim e sorriu. Não pude conter o sorriso e me encaminhei até ele.
- Você sumiu. - ele disse enlaçando as nossas mãos.
- Estava clareando a mente. - Só que com bebida. Bebida muito forte. Olha, até estou vendo gnomos voadores.
Será que alguém me drogou também? Mas eu não uso drogas.- Roza? - O olhei. - O que estava pensando? É a terceira vez que te chamo.
Estava pensando em gnomos voadores, mas você não precisa saber disso.
- Na sua velha paixão. - deixei as palavras saírem sem a minha permissão.
- Não entendi.
- Você. A Barbie acolá. Você sabe de quem estou falando. - sorri em desgosto. - Por quê mentiu para mim, hein? Achei que confiasse em mim. Ou então... Então você gosta dela!
- Está falando da Carol... - me olhou sorrindo, mas logo ficou sério ao notar que eu não estava de brincadeira.
- Não precisa completar o nome dela. Eu já sei disso.
- Roza. - suspirou enquanto me puxava para perto de si. As pessoas ao redor estavam alheia à nossa conversa. Com certeza falando sobre as suas batalhas épicas. - Isso faz muito tempo. E eu não gosto dela. Você me conhece como ninguém, sabe que eu nunca mentiria para você. Eu amo você, somente você.
- Belas palavras camaradas. Mas você mentiu quando perguntei o que ela era sua.
A sua expressão ficou indecifrável. E eu odiava isso, quando eu não conseguia o entender através das suas expressões.
- Eu te amo, Roza. Não importa se eu não falei antes sobre ela. Ela é o meu passado, passado que nem me lembro muito. E você é o meu presente e futuro. Você sendo a Rose Hathaway que é, não deveria ficar insegura de si.
(...).