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— Sim.

           Ele sorriu como se acabasse de achar uma pérola rara em uma ostra. Eu o beijei, abraçando por cima da tipóia, quase me esquecendo do ferimento do tiro. Ele fez uma careta de dor.
— Cuidado... America...  — alertou.
          Eu me distanciei rapidamente, preocupada. Não compreendia totalmente a dor que ele sentia, mas já havia recebido um vislumbre dela, de certa forma. Ainda que o tiro que levei fosse de raspão, ele já me dava uma breve noção. E a bala que causara este ferimento a ele, era destinada a mim. Não podia experimentar sentimento pior do que  pensar que eu o fizera sentir dor.
— Desculpe. Você está bem?  — perguntei, receosa.
— Sim. — ele riu  — Não se preocupe... Mas antes que eu me esqueça, o anel!  —  exclamou.
          Ele pegou a jóia cuidadosamente com a mão do braço bom e colocou no meu dedo anelar da mão esquerda. Eu estava tremendo, mas o anel encaixou, perfeitamente.
          Aqueles pontos de luz brilhavam conforme eu movimentava a mão. Uma peça delicada e cheia de significado.
—  Então, agora somos noivos? — perguntei, entre sorrisos, admirando a bela joia que acabara de ganhar.
— Sim, mas não temos que divugar hoje... Talvez alguns dias. — Era preciso de um grande evento, com a presença de câmeras, para ser anunciado a próxima Princesa. Mas como Maxon subira de posto inesperadamente, precisava fazer algo maior ainda para anunciar a nova Rainha de Illéa.
— Com a bagunça que esta ai fora?  —  disse, relembrando a destruição  —  Tens de colocar ordem em tudo, primeiro.
—  Sem dúvidas, esse foi o pior ataque que já ocorreu.Por isso que foi o mais letal. - enquanto  falava, pensativo, me acomodei nele, apoiando a cabeça em seu ombro. —Mas espero que não ocorra mais nenhum ato dos sulistas, espero que as pessoas vejam que o meu mandato será diferente do de meu pai. — ele falava esperançoso. Sem dúvida esperava que todos fossem mais compreensiveis em relação aos problemas da sociedade.
— Quero oficializar o mais breve possivel, porque as pessoas não esperam que a próxima Rainha seja uma Cinco. Deixamos a poeira baixar e então fazemos a cerimônia. Lua de mel. E quando voltarmos, colocamos em prática os planos que temos em mente — ele falava como se a Cerimônia de Casamento fosse algo simples. Como se tudo fosse simples.
          Eu, logo, logo seria não apenas esposa de Maxon , mas também Rainha. Tal pensamento não saia de minha cabeça.
Tentei ignora-lo, em vão.
—  Porque esta com essa cara?  —  perguntou, notando o meu silêncio repentino.
—  Você realmente acha que eu sou capaz disso? De servir ao pais?  —  sussurrei.
—  Já conversamos sobre isso.  —  sim, era uma das conversas que mais havíamos debatido, e também era uma das causas de nossas brigas.
          Deixava o posto de rainha me assustar e acabava esquecendo que aquilo não tão era o mais importante. Ser esposa de Maxon era o que realmente importava. Meu amor por ele, e o amor dele por mim.
          Meu medo ja havia chegado a nos afastar, e eu não permitiria que isso acontecesse denovo.
—  Não estou com medo. Só foi algo que me passou pela cabeça. — tentei disfarçar.
—  Então que isso saia da sua cabeça.  —  falou rindo.  —  Você é muito mais que uma simples Cinco.
           Eu ri. Mas não deixei de me ofender com tal frase. Todos os Cincos  —  Seis, Setes e Oitos  —  eram pessoas, com dores, memórias, sentimentos... não deveriam ser vistos como um povo inferior pelas castas maiores. Mas eram.
—  Não fale assim dos Cinco. Eu continuaria sendo musicista com orgulho! — eu reclamei. Sei que Maxon não havia falado por malicia, mas eu precisava alerta-ló a tirar tais pensamentos de sua cabeça.
— Eu não quis dizer que eles tem menos valor. Eu quis dizer que você tem mais valor do que qualquer outro para mim. Porque eu te amo, e porque você será minha esposa.
— Eu sei que pra você todos tem um valor igual. São iguais. E por isso estás a dissolver as castas. — eu sorri em contentamento — E eu acho que também te amo. — afirmei. E então eu o abracei firme, e todo o resto do mundo sumiu. Ali era apenas eu e ele. Ali era o meu lugar. Como se fossemos duas peças de um quebra-cabeça, as únicas que se encaixam uma à outra.
— Agora que esta tudo resolvido, e não começaremos uma nova briga, queria que me falasse se os planos que quer colocar em prática são apenas de carater diplomático ou algum deles envolve eu, e você... — eu ri, do meu próprio comentário.

A Escolhida - Continuação de A EscolhaOnde histórias criam vida. Descubra agora