Eu nunca havia visto algo tão belo. O vestido era branco, um tanto pomposo, sua saia era feita de tecido meio contorcido, formando rosas brancas. Era lindo.
— Você quer que eu use isso?
— Claro, estamos fazendo isso desde que a Senhorita entrou para A Elite! Independente de quem usaria, ele precisava de tempo para ser costurado, porém, podemos fazer as mudanças que desejar!
Eu suspirei. Meu ego estava ferido; pensara que acreditavam em mim, mas tal vestido também poderia acabar a ser de Kriss, Elise, ou Celeste.
— Obrigada. É incrível! - falei admirando-o
Mary estufou um pouco o peito.— É bom ver que você esta bem. Depois do que aconteceu com Anne... eu... eu podia ter ajudado vocês, levado vocês pra um lugar seguro... ou...
— Eu fiquei escondida aqui. Estava costurando, ajeitando a novas medidas das roupas. Quer dizer, pelos boatos Kriss seria a escolhida... Os guardas fofocam bastante.
— É. Ia ser ela sim. Mas, tudo aquilo aconteceu... se eu dizer que to feliz pelos rebeldes terem interrompido a cerimônia antes dele anunciar a escolhida, eu vou estar sendo cruel?
— Não, não vai. Eu sei que você gosta dele. Nada mais justo que esteja feliz por ter sido você. Mas temos que ajeitar suas novas roupas. Olha pra você, uma moça guerrilheira? - ela fitava meu vestido rasgado. — Ter uma roupa dessas não é adequado para uma dama prestes a ser Rainha! Mas, creio que eu tenha algo menos... quer dizer mais.
Com o rosto iluminado, ela remexeu em algumas araras. Uma porção de tecido pendurados em tecidos reluziram. E de lá, ela tirou um vestido simples, de um azul escuro. De gola alta, com mangas, e sua saia tinha muito tecido, mas não era rodado. O tecido era leve e ficava escorrido.
— Vamos dar um jeito em você?- perguntou.
Paige bateu palmas. Eu suspirei.***
Já vestida, com o cabelo arrumado, saímos do lugar escondido. O atelier, era muito mais frequentado do que eu imaginara.
Mary me levou ao meu quarto. Disse que era preciso ver as roupas que podia salvar. Ao longo do trajeto, vi que os funcionários do Palácio estavam todo a trabalhar, e pela primeira vez, percebi que era muitos. Muitos mesmo. Aonde esteve toda essas pessoas durante os meses que me instalei ali?
Meu quarto estava com os vidros totalmente quebrados o armário estava deitado no chão, e retalhos de vestidos cobriam o piso inteiro.
Era perda total. Não tinha nada que eu podia salvar. Até minhas fotos estavas rasgadas, de novo, em pedaços tao pequenos que nem dava para identificar. Suspirei e guardei cada pedacinho.
Fui ate a sacada, driblando os cacos de vidros maiores.
Me escorei na grade e suspirei. Quantas vezes tinha olhado por aqueles jardins me sentindo presa? Agora estava prestes a morar fixamente ali.
— Então América? Quer que eu limpe o seu quarto agora, pra você dormir, ou você vai dormir em outro lugar? — perguntou Mary
— Que outro lugar eu dormiria?
— Não se faça de desentendida! — eu sabia qual outro lugar podia ser. Mas duvidava que fosse possível. O casamento não estava marcado, só que era aberto que nos já formávamos um casal mas as pessoas podiam tirar outras conclusões se ficássemos dormindo juntos.
— Os jornalistas querem ficar pra acompanhar tudo, mas todos os quartos estão quebrados, e não dá tempo de limpar tudo, e eles ficarão acampados pelo salão, assim como alguns convidados. Mas a senhorita, como futura Rinha, deveria ficar em algum lugar melhor! — ela falou, rapidamente.
— Você esta um pouco nervosa, não esta?
— Claro! Olhe para o chão! Meses de trabalho jogados fora. E agora você precisa de roupas novas, muito melhores que as outras. Duvido que ainda me deixem trabalhar com você. Existe muitas outras criada experientes, e mais ágeis que eu. — eu não conseguia imaginar algum trio de criadas melhor do que o que eu já tinha.
— Eu não vou deixar que lhe tirem de mim. Se você, e Lucy quiserem continuar comigo, nem Maxon vai poder contrariar.
— Eu agradeço! — ela sorriu.
— Mas, eu acho melhor não se preocupar com este quarto. Tem muito trabalho pra fazer, as janelas estão quebradas, e se os rebeldes voltarem a atacar... creio que seja melhor eu dormir em outro local.
— A senhorita que sabe. Com sua licença... — ela disse, saindo.
Eu fiquei remexendo nas coisas, em busca de algo realmente meu que pudesse recuperar. As cartas de Maxon! Se elas sobreviveram ao ataque, talvez fosse o presente mais importante que eu houvesse ganhado.
Corri, para onde eu havia escondido. No piano, obviamente.
Estavam todas lá. Dentro do pacote. Sorri ao vê-las. Principalmente, pelo o que quase aconteceu depois.
A mala que eu havia trazido de Carolina, quando tinha chegado do velório do meu pai, estava aberta, mas tudo estava em ordem dentro dela. Cheguei mais perto, e avistei a carta de meu pai. E foi então que me lembrei, que queria falar com Maxon. De preferência, beeeem antes da hora de dormir. E foi por isso que eu me dirigi até o terceiro andar.
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A Escolhida - Continuação de A Escolha
Romance#RaposaDeOuro #ConcursoTheBest ***Capítulo NOVO aos sábados, as 18hrs*** Após um período agitado no jovem pais Illéa, e na vida da Selecionada da Casta Cinco, América Singer, os dias de paz chegam... América que, após perder seu pai, ser...