17

205 16 0
                                    


Cristal

É impressionante a forma como a nossa vida muda de uma hora pra outra. A minha mudança no momento é: eu tenho um namorado. Se eu parasse pra pensar ontem o que eu poderia esperar da minha vida daqui pra frente, esse com certeza seria o ultimo item da lista. Tá certo que eu gosto do Frank e tudo mais, mas eu nunca esperaria o mesmo sentimento dele, e ao que parece mais intenso da parte dele do que da minha, mesmo Lari já tendo comentado sobre. O que mais me inquieta é não saber o que esperar de Frank, o que sei dele é só o que eu vi nessas duas semanas e, se for me basear nisso não é boa coisa o que está por vir. Mas ele disse que está mudando por mim e eu vou me apegar a isso, eu vou acreditar totalmente no que ele me disse. Eu vou confiar nele, mesmo que da ultima vez que eu tenha feito isso só tenha dado errado. Eu sinto que com ele vai ser diferente, tem que ser.

Ainda estou sem acreditar em tudo que aconteceu na ultima hora, e desde então, aperto a cintura de Frank enquanto caminhamos pela praia vez ou outra para ter certeza de que isso é real.

- Mil dólares por seus pensamentos. – Frank me tira de meus devaneios. Olho pra ele e sorrio balançando a cabeça. – Nem uma dica? – Balanço a cabeça de novo. – Já te disseram que você é bem má quando quer? – Ele abre um sorriso humorado.

- Escuto isso sempre. – Sorrio também.

- Vamos embora? – Ele para de andar e me olha, aceno com a cabeça e vamos até as pedras pegar nossas coisas.

- Hum, Frank. – Chamo e ele me olha. – Assim só pra eu saber, como é que vamos embora?

- Andando. – Ele diz e guarda o pano na sacola.

- Como é? – Arregalo os olhos. – Tá de brincadeira né? A gente tá do outro lado da cidade, e eu sou uma pessoa sedentária, vou chegar lá sem perna. – Frank começa a rir. Cruzo os braços e o encaro. – Tá rindo do que?

- De você. – Vem até mim rindo. – Tinha que ver sua cara de espanto. Ah, e você vai começar a mudar essa história de ser sedentária. Onde já se viu ter 20 anos e pensar assim, vou te apresentar ao mundo das atividades físicas. – O encaro. – Nem me olha assim, já está decidido. Agora vamos até a avenida que de lá a gente chama um táxi.

Frank pega na minha mão e vamos andando até a avenida, que graças a Deus é duas ruas à frente. Assim que chegamos à avenida não demora muito conseguimos entrar num táxi, Frank dá o endereço do meu apartamento e, depois de longos minutos no congestionamento que a cidade fica toda sexta-feira, chegamos finalmente ao meu prédio.

Cumprimento o porteiro assim que passo pela recepção e subimos pro meu andar.

- Finalmente. – Frank diz assim que chegamos à minha porta. Abro-a e antes que possa dizer alguma coisa, ele me empurra pra dentro a fechando com o pé, e me prensa na parede. – Não aguentava mais esperar pra te beijar. – Aperta minha cintura e me beija, passo meus braços por seu pescoço e puxo seu cabelo levemente. – Eu já volto. – Frank sussurra contra meus lábios, parando o beijo.

- Vai aonde? – Sussurro ofegante.

- Vou comprar nosso jantar. Tem um restaurante à duas ruas daqui, volto rapidinho. – Me beija novamente e sai.

Caminho até o sofá e desabo nele, ligo a TV e procuro algum filme bom que esteja passando. Aproveito esse tempo em que Frank saiu e pego meu celular para contar a novidade pros meninos pelo grupo do WhatsApp. O grupo já existia, só que antes éramos só eu, Lari e Alex. Na quarta-feira depois de passar um bom tempo conversando com o Juan quando ele veio buscar a Jullie, as meninas já pareciam amigas de infância dele, assim como eu me senti, então o adicionamos também, e podemos dizer que já sabemos quase tudo dele e ele de nós pela quantidade de coisas que conversamos em apenas dois dias.

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora