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Cristal

Damos nossos bilhetes para o monitor do brinquedo e entramos, sentamos na terceira cabine e prendemos a trava.

- Pronta pra perder, amor? – Frank se vira pra mim e me pergunta assim que a ultima pessoa entra no brinquedo.

- Pra GANHAR, você quis dizer né? – Rebato. Frank não sabe, mas eu tenho um medo absurdo de altura, porém, não vou deixar que ele ganhe essa aposta. Não mesmo! Vou ignorar meu medo pelo menos até chegarmos lá em baixo novamente.

O rapaz dos bilhetes liga o brinquedo, o carro começa a andar devagar e, quanto mais perto da subida, mais desesperada internamente eu fico. O carro finalmente chega à subida e começo a suar frio, cadê meu anjo da guarda agora pra me socorrer. Quero matar o moço lá em baixo por ter colocado mais velocidade nesse negócio. Olho para baixo e quase me mato por isso, começo a ficar tonta. Olho para Frank na esperança dele estar pior que eu e, olhe só minha gente, Frank Lambrini está quase virando o Hulk, olho para baixo novamente e quando volto a olhar para Frank só tenho tempo de vê-lo colocar todo o almoço para fora no saquinho de emergência que fica colado à trava de segurança e desmaio.

****

- Cris... – Sinto leves tapinhas em meu rosto. – Amor, acorda! – Ouço a voz de Frank me chamar e lentamente abro os olhos, ainda me acostumando com a claridade. – Graças a Deus. – Ele se vira pra alguém atrás de mim. – Ela acordou, obrigado pela ajuda cara.

Ouço os passos do rapaz com que Frank falava se distanciarem e ele me ajuda a levantar.

- O que houve? – Pergunto ainda sem lembrar quando foi que dormi.

- Você desmaiou lá em cima. Aí tive que pedir para pararem o brinquedo, o rapaz do bilhete me ajudou a tirar você de dentro e veio comigo até a enfermaria aqui do parque. – Frank me encara. – Por que você desmaiou?

- Por que eu tenho medo de altura. – Suspiro e o encaro também.

- E por que não disse nada?

- Por que eu não ia perder essa aposta assim tão fácil. E você ia se aproveitar disso que eu sei.

- Mas você perdeu do mesmo jeito, amor. – Me dá um sorriso vitorioso.

- Na verdade, você perdeu também. – Ele levanta uma sobrancelha e vai murchando o sorriso. Isso aí, querido! – Eu vi quando você vomitou espertinho. Os dois perderam.

- E como vai ficar a aposta?

- Como os dois perderam, os dois pagam. Só que vai ser apenas um dia, você vai vestido de mulher na segunda e eu faço o que você quiser por um dia inteiro.

- Tá né. – Concorda contrariado. – Vamos embora?

- Já? Mas a gente mal ficou aqui.

- Ainda quero ir a um lugar com você.

- Onde? - Minha curiosidade começa a dar sinal.

- Surpresa. - Frank fala e sai andando.

- Ei. - Levanto e apresso o passo para alcançá-lo.

Caminhamos até o carro e Frank pega a rodovia, liga o rádio e não diz nada. Fico prestando atenção no caminho e, percebo que Frank está nos levando pra fora da cidade. Fico curiosa para perguntar onde estamos indo, mas conhecendo Frank sei que ele não vai falar.

Em pouco mais de uma hora chegamos até um pico não muito grande, Frank estaciona e desce, abre o porta malas e retira de lá uma pequena bolsa.

- Vem. - Me chama e começa a retirar algumas coisas da bolsa.

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora