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Frank

Sexta-feira - 15h25

Sexta-feira - 15h59

Sexta-feira - 16h20

A hora passa cada vez mais rápida e eu ainda não sei o que fazer. Desde terça a Cristal quase não olha na minha cara, fala só o necessário na faculdade e me evita em qualquer outro lugar. Preciso de ajuda pra dobrar essa mulher, mas os dois bocós dos meus primos continuam a dizer que só vão me ajudar quando admitir que estou apaixonado por ela e, bem, eu só tenho até hoje pra fazer isso. O problema é que eu não tenho certeza! Eu gosto dela, de verdade, mas não sei se chega a ser paixão. Também não sei como vou descobrir. Aliás, sei sim, tem duas pessoas que podem me ajudar a descobrir isso porque se for depender de mim eu não vou conseguir resolver essa confusão nunca. Vou aproveitar que faz muito tempo que não falo com a primeira e mais sensata pessoa que pode me ajudar e ligar pra ela.

- Alô? - Tia Carmen atende.

- Oi tia, é o Frank.

- Frank? Quanto tempo hein menino! Como está?

- Bem e a senhora? Tia o vovô está em casa?

- Estou bem querido. Está sim, está lá na horta, vou chama-lo. Venha nos visitar, ele sente sua falta. Não o vemos desde a morte da mamãe.

- Eu sei tia, é que está meio corrido com a faculdade e o trabalho. Prometo ir logo, e arrasto aqueles dois comigo.

A linha fica muda e eu espero impaciente, estou bem ansioso e tenho quase certeza que o vovô vai me ajudar.

- Oi. - Vovô atende um tempo depois.

- Oi vô, como está?

- Frank, seu insensível. Lembrou que tem um avô é? - Ótimo, ele está com o humor lá em cima. - Eu estou bem e vocês?

- Estamos bem vô. Desculpe ter sumido, anda tudo meio corrido por aqui. Mas hoje eu queria pedir uma ajuda vô.

- Xi deixa até eu sentar aqui, pra você me pedir ajuda é coisa séria. - Brinca e eu dou risada.

- O senhor está bem engraçadinho né Seu Lincoln. - Brinco também. - É, vô, o senhor era muito apaixonado pela vovó certo?

- Era não, ainda sou. Aonde você quer chegar, filho?

- E, como o senhor descobriu que estava apaixonado por ela?

- Entendi tá com problemas de amor né meu filho?! Olha, você sabe que sua vó não era a pessoa mais doce do mundo né? Pois então, no começo aquela mulher me fez ralar muito pra conquista-la. Ela era bem difícil, e eu cheguei a pensar que inalcançável, mas eu gostava dos desafios que eu passava pra conseguir pelo menos um encontro com ela, eu gostava de estar perto dela, mesmo ela não me dando muita bola e quase sempre querendo me matar. E, era impressionante como eu sempre conseguia com que ela ficasse mais brava ainda, mesmo tentando o contrário.- Isso me fez lembrar de mim e Cristal. - Sua vó era o tipo de mulher independente que deixava bem claro que homem nenhum a domaria, eu percebi que estava apaixonado por ela, desde o momento em que parei e pensei que eu não queria domá-la, eu aceitava toda sua marra, achava até graça, eu preservava cada momento que ela me permitia estar ao seu lado, mesmo que fosse pra brigar comigo. Percebi que estava apaixonado, quando estar na presença dela me deixava nervoso, quando eu gaguejava pra falar com ela, quando ela me tocava e eu sentia leves choques e um arrepio por todo meu corpo. Quando a beijava e sentia toda a paz e ternura que aquele momento me proporcionava, quando apenas estar ao seu lado já me fazia bem. Paixão você sente filho, é natural, na hora certa você vai perceber. Mas me diga, quem é a sortuda?

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora