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Frank

Já parou pra pensar como as coisas na sua vida mudam de uma hora pra outra? Pois é, pensar nisso é o que mais tenho feito. Ás vezes o destino prega umas peças bem malucas na gente e, por mais que você não queira, é obrigado a fazer parte do elenco. A minha peça do momento, começou na semana passada quando esbarrei na doida da Cristal, e olhe só, desde aquele dia o que mais faço é pensar nela. Não satisfeito com isso, o destino resolveu nos colocar para contracenarmos juntos, e olhe só mais uma vez, vamos passar duas semanas estudando juntos. Irritar aquela maluca se tornou meu passatempo predileto, o bom é que eu nem preciso me esforçar muito pra isso, a garota tem um pavio bem curto e demonstra não gostar nem um pouco de mim, mas isso não quer dizer que eu acredite. Admitir sentimentos é uma coisa que eu não tenho muito o costume de fazer mas, na atual situação, é algo que eu não estou conseguindo esconder nem de mim mesmo, o fato é que a marrentinha mexe comigo. Algo que ela não pode negar é que existe um desejo enorme entre nós, eu sinto isso e posso ver em seus olhos, e algo que eu não estou conseguindo negar é que estou gostando da doida, e acho que devo ter batido a cabeça em algum lugar pra que isso tenha acontecido. Não estou apaixonado, mas algum sentimento cresce aqui dentro e, pela primeira vez na vida, eu tenho medo das proporções que isso possa tomar. Não vou esconder o que sinto nem nada, isso não é algo ala Frank, eu gosto de ser direto e, se tem uma oportunidade pra fazer isso, é agora. Estou a castigáveis centímetros de sua boca e me segurando para não beijá-la logo, preciso falar primeiro, se eu a beijar antes de dizer tudo vou perder a concentração e acabar não falando.

- Eu preciso muito te dizer uma coisa. - Sussurro bem próximo à ela.

- O que? - Ela sussurra de volta.

- Cris, eu...

Sou interrompido pela droga do interfone, maldita hora que inventaram essa porcaria. Ela parece sair de um transe quando ele toca e se apressa em atender.

- Oi.. Qual o nome dele?. Ah sim, pode mandar subir, obrigada Peter. - Ela desliga e pega o copo que estava na mesa, enche de água e me estende sem olhar em meus olhos. - Aqui está sua água.

Enquanto ela estava no interfone eu estava lá sem mover nenhum músculo, ainda bravo por perder minha oportunidade, mas não ia desistir, bebo minha água e vou atrás dela, que fugiu para a sala.

- Cristal, eu...

Sou interrompido novamente, mas dessa vez pela campainha, mas que droga será que todo mundo resolveu me atrapalhar hoje.

Ela vai abrir a porta e eu sento no sofá, seja lá quem for já tem mil pontos a menos comigo, a primeira coisa que vejo é ela se abaixando e dando um abraço em uma garotinha, logo ela se levanta e abraça um homem, minha cara deve estar transbordando incredulidade, o homem é o mesmo que estava com ela no clube.

- O que te traz aqui em plena segunda-feira? Já estavam com saudades? - Cris pergunta fechando a porta.

- Sim titia. - A menina responde, ela é muito fofa.

- Saudade de você? Se enxerga garota, mal me recuperei de ver essa tua cara no sábado. - Ela arregala os olhos pra ele e dá risada.

O que foi que eu perdi mesmo?

- Como você é ridículo, não se deixe afetar por ele Jullie. - Ela diz apertando a bochecha da menina. - Sentem aí.

Eles se viram pra mim e o cara me olha curioso, a menina apenas me observa.

- Hum, é, oi. - O cara vem até mim e estende a mão. - Juan.

- Frank. - Aperto a mão dele de volta.

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora