2 (Revisado)

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Frank

Se eu achei aquilo estranho? Ah, mais é claro. Garota encrenqueira, credo! Meu dia estava tão bom, aí só foi acontecer aquilo e plim virou uma merda. Eu só rezo pra não vê-la novamente, se não eu vou ensinar como é ter educação para aquela abusada.

— Frank? Ei Frank. — Mark me tira dos meus pensamentos, mas espera, quando foi que ele chegou aqui mesmo?

— Hm? Quando é que você chegou?

— Já tem uns 5 minutos, e desde então você não ouviu uma só palavra do que eu disse né? Quem é que te tirou do ar assim, hein? — pergunta rindo.

— Ah, desculpa cara, não é ninguém importante, só uma doida que esbarrou comigo no corredor e quis fazer barraco. Mas o que você estava dizendo? — Não acredito que perdi 5 minutos do meu tempo pensando naquela barraqueira que nem tamanho tem.

— Estava falando de amanhã, você vai mesmo né?

— Pô cara, é mesmo. Já tinha me esquecido, mas eu vou sim.

- Ótimo então, só que...

— Ei cambada de vagabundos. – Stephen Nada Escandaloso, vem gritando do meio do corredor, tinha quer ser ele mesmo.

­— Dá pra gritar mais um pouco? A tia do outro lado da cidade não escutou. — Mark fala quando Stephen chega perto de nós. Esses dois podem até ser gêmeos, mas as semelhanças param na aparência mesmo. Mark é tão calmo, não faz escândalo, é centrado. Já Stephen, esse aí é totalmente ao contrário, é elétrico, escandaloso, não sabe o que quer da vida, pra ele tudo gira em torno de curtir. Acho que só nesse ano ele já mudou de curso na faculdade umas três vezes, a tia Lauren já está puta com ele.

— Ah, fique quieto, Mark. Dessa vez eu até falei baixo. — se defende — Mas aí, qual é a boa?

— Estava aqui lembrando o Frank da social de amanhã, ah, e como eu ia dizendo antes do meu querido irmão me interromper, vou levar uma garota com a gente, e ela provavelmente vai levar as amigas. — Mark começa a olhar pra nossa cara, acho que ele espera que comecemos a reclamar, eu e Stephen não gostamos muito de ficar segurando vela, mas como a garota vai levar as amigas, quem sabe a gente não descola algo também.

— Beleza cara, as amigas são gatas pelo menos? — Eu espero que sim, se não eu mato o Mark.

— É mano, tem que valer a pena a nossa vela. — Stephen diz e sai andando, ele é tão legal que nem espera a gente.

Chego em casa e só me jogo no sofá, minha cama que me desculpe mais eu estou tão cansado que vou ficar por aqui mesmo. Mark e Stephen vão pra cozinha, como sempre eles chegam comendo o que veem pela frente. Ligo a TV para ver se tem algum jogo bom passando e simplesmente apago.

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Sinto tapas em meu rosto, mas está muito difícil abrir os olhos.

— Pô cara, acorda aí. — Novamente as tapas, será que ninguém nessa casa entende que eu quero dormir?

— O que foi Mark? — resmungo.

— A D. Teffy ligou, ela pediu pra você chegar mais cedo hoje, porque ela tem uma reunião e não vai poder ficar na loja, então você é o gerente por hoje. — diz e sai da sala.

Gerente? Mas eu sou da área contábil, como assim ela vai me deixar de gerente?! Bem, eu trabalho em uma joalheria, cuido das finanças de lá, como faço faculdade de Contabilidade, consegui um estágio nessa joalheria por um ano, quando o contrato acabou eles me efetivaram. Mark também faz Contabilidade, só que ele trabalha no escritório do padrasto, ele até tentou conseguir uma vaga pra mim lá, mais eu preferi não misturar família com trabalho. Já Stephen... Ele já tentou Contabilidade, mas não deu muito certo, aí ele mudou para Direito, fracasso total também, agora ele está tentando Educação Física. Ao que parece ele finalmente encontrou o que queria. Pelo menos ele não tem reclamado de nada até agora. Ele estagia num clube esportivo no centro da cidade.

Enfim chegou a hora do almoço, não via a hora de sair um pouco. Infelizmente vou almoçar sozinho. Decido comer um lanche e ando até uma lanchonete que uma das vendedoras da joalheria havia comentado há alguns dias. Graças à Deus não está cheia, sento-me no canto para ninguém me incomodar.

— Posso ajudar, senhor? — estou olhando o cardápio quando escuto alguém me chamando. Essa voz não me é estranha...

— Hm, só um instante, vou ver o que quero. — falo sem olhar para a dona da voz, me concentrando no cardápio — Eu vou querer... Não, você? — quando olho quem está me atendendo não acredito, é a marrentinha. Mas só pode ser ironia do destino mesmo, justo aqui que eu não posso falar umas poucas e boas pra ela.

— Quem não acredita sou eu. — A cara que ela fez deu até vontade de rir, mas é melhor me segurar, vai que ela resolve brigar aqui também. — Muito bem, o que vai querer senhor? — Ótimo, ela resolveu bancar a profissional. Melhor assim.

— Quero um x-salada e um suco de acerola.

— Ok, já lhe trago. — ela entra em uma porta, deduzo eu que seja a cozinha, e volta uns minutos depois com uma bandeja e meu lanche. — Aqui senhor.

— Obrigado.

Agora fiquei intrigado, achei que ela ia falar algo, mais não, a barraqueirinha foi até educada. Agora eu não entendo porque é que eu não paro de observá-la?! Eu tenho é que sair logo daqui. A chamo para trazer a conta, pago e vou embora.

Acabo meu expediente e vou pra faculdade, comemoro por hoje ser sexta, nem presto atenção na aula direito, quero é que acabe logo, estou bem animado para hoje à noite. Quando saio não encontro nem Mark nem Stephen. Acho que eles saíram mais cedo e foram se arrumar. Chego em casa tomo um banho, coloco uma polo, uma calça jeans e um vans, dou uma arrumada no cabelo, passo perfume e vou pra sala esperar os lesos terminarem de se arrumar, cheguei depois deles e já terminei. Aqueles dois são pior que mulher.

— Ô Frank. — Mark me grita do quarto dele.

— O que foi, bocó? — vou em direção ao seu quarto.

— Cara, estou meio atrasado. Vai tirando o carro da garagem por favor. — me entrega as chaves e fecha a porta. Depois que eu digo que o povo dessa casa está ficando cada vez mais folgado eles vêm negar. Desço pra garagem e tiro o carro, logo os dois bocós descem e vamos em direção ao clube.


O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora