10 (Revisado)

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Frank

O filme acaba e Cristal ainda está dormindo no meu ombro. Com o máximo de cuidado tento deitá-la sem que acorde, nos cubro e deito também. Um tempo depois ela se vira para mim, me abraça e deita a cabeça em meu peito, fico sem reação, logo depois a abraço também, agora é torcer para ela não acordar e surtar por causa disso, afinal, foi ela quem me abraçou. Fico observando-a dormir enquanto meu sono não vem.

Já passa das 3h da manhã e ainda não achei sono, essa proximidade entre mim e Cristal está me deixando estranho, principalmente pelo fato de eu tê-la abraçado de volta enquanto dorme. A questão é: o que essa mulher está fazendo comigo?

Não consigo esquecer aquele beijo desde o dia do clube, também não encontro uma explicação para ter dado umas palmadas nela, mas foi até engraçado o modo como ficou brava.

Cristal começa a se mexer e finjo dormir. Ela põe a mão em cima da minha e sinto que me olha, logo depois tenta se soltar do meu abraço, mas por instinto a aperto mais.

Ela pragueja baixinho e tenta de novo, seguro o riso devido aos palavrões e a aperto mais, agora fazendo graça.

— Tá legal, eu sei que você está acordado. — tento fingir dormir, mas ela me cutuca.

— Ai. — resmungo rindo e a soltando — Quanta delicadeza. Não sabe pedir não?

— Sei, mas prefiro te irritar. — sorri e vai em direção à cozinha. Toma um dos comprimidos e volta para o colchão.

Ela me encara e retribuo. Percebo que ruboriza e depois desvia o olhar.

— Acho que eu meio que te abracei. — dá uma risada — Desculpa, é que eu costumo dormir com um urso, não ache isso infantil — me olha feio —, e por costume te abracei.

— Tudo bem, pode voltar se quiser, não estava incomodando nem um pouco. — sorrio para ela. Apesar de estar a provocando eu falei a verdade, realmente não estava incomodando, já estava até sentindo falta de seu abraço.

Ela semicerra os olhos pra mim, não pense mal pelo amor de Deus! , fica assim por um tempo e logo deita de novo, dessa vez um pouco mais afastada.

— Boa noite, Frank. — diz depois de um tempo.

— Boa noite. — E assim adormeço.

Sinto algo tocar meu braço e abro devagar os olhos, Cristal está tentando se desvencilhar novamente de meu abraço e caramba, nós dormimos de conchinha. Graças a Deus ela está de costas! Fecho os olhos novamente e espero alguma reação sua.

— Ai. Meu. Deus. — sussurra baixinho — Mas como é que acabamos assim se dormiu cada um pra um canto? Deus, o Senhor está bem engraçadinho, não?!

Seguro a risada pelo modo que ela fala e volto a escutar.

Ela se levanta devagar e reclama de dor. Quem manda não olhar por onde anda. Ouço seus passos lentos pelo corredor e uma porta fechar. Hora de levantar, Frank. Arrumo os cobertores e levo para meu quarto junto com o colchão. Ouço a porta bater novamente e um barulho de panelas caindo. Essa garota vai acabar derrubando a casa!

Vou ao banheiro, faço minhas necessidades e volto para a sala.

— O que pensa que está fazendo? — digo assustando-a ao entrar na cozinha.

— Ai que susto, Frank! Parece assombração, fica surgindo assim do nada. — tira a mão do peito e volta a atenção para o fogão — Estou fazendo o café.

Ela dá de ombros.

— Mas não precisava. — ela me lança um olhar feio e levanto os braços em rendição. — Ok então, eu vou à padaria comprar pão. Não saia daí.

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora