Cristal
O avião pousou em Houston antes mesmo de o sol nascer e eu estava mais cansada do que podia imaginar, pois, não consegui pregar o olho durante a viagem. Pegamos as malas e nos direcionamos à saída do aeroporto, chamamos um taxi e em vinte minutos estamos parados no portão de casa. Meu pai paga a corrida e o taxista nos ajuda a descer as malas, encaro a entrada da minha velha casa. Não mudou quase nada, a não ser a pintura em lilás feita recentemente e o portão branco. Passamos pelo pequeno jardim que minha mãe cultiva e o cheiro de erva-doce ainda é o foco entre tudo o que minha mãe planta, entro em casa e observo a sala, os móveis mudaram de lugar e a televisão agora é pendurada na parede, a cozinha continua com a pequena bancada e a mesa com quatro cadeiras, subo para o andar de cima, onde ficam os quartos, e vou direto para o meu antigo quarto, tudo do mesmo jeito, desde o lençol preto na cama e as paredes purpuras até o cheiro de jasmim que sempre teve. Largo a mala em um canto qualquer do quarto e vou tomar um banho, coloco um dos pijamas que deixei aqui e por incrível que pareça ainda serve e me deito, finalmente conseguindo pegar no sono.
Acordo quase na hora do almoço. Vou ao banheiro e desço de pijama, não pretendo sair de casa hoje mesmo. Ajudo minha mãe a terminar de preparar tudo e logo ouço uma voz familiar gritando da sala.
- Eu custei a acreditar quando a tia Beth me ligou contando. - Tobias entra na cozinha - Eu não acredito que minha pirralha voltou!
Abro um sorriso e corro para abraça-lo. Tobias está muito mais bonito que da ultima vez que o vi pessoalmente, caramba, esse garoto deve fazer um sucesso danado aqui.
- Já estou bem grandinha pra você me chamar de pirralha Tob. - ele me aperta em seus braços quase me deixando sem ossos.
- Você sempre vai ser minha pirralha, Cris. - aperta minhas bochechas. - E então, qual foi o milagre que aconteceu pra você voltar?
Desvio o olhar para minha mãe que sorri solidária.
- Acho que podemos falar disso depois, com mais calma. - desconverso - Você não devia estar trabalhando?
- Na verdade eu estou em horário de almoço, a tia Beth me convidou para vir aqui.
- Que bom, porque você vai ajudar. - digo entregando uma faca e um tomate pra ele - Faça a salada.
- Eu estava com saudade de você e toda essa pinta de mandona que você acha que tem. - ri lavando a mão e começando a cortar o tomate.
Terminamos o almoço e chamamos meu pai, almoçamos em um clima muito bom, eu estava realmente feliz, coisa que vem acontecido bem pouco ultimamente. Tobias despede-se assim que termina, pois tem que voltar ao trabalho, mas promete aparecer aqui quando chegar para conversarmos.
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- E então Cris, vai me contar o real motivo de ter voltado? - Tobias questiona um tempo depois de estarmos caminhando.
Respiro fundo e o encaro, confio nele cegamente, sempre tivemos uma ligação muito forte, ele sabe tudo sobre minha vida assim como sei da dele, mas não quero enche-lo com meus problemas.
- Vamos lá, Cris. Você sabe que pode me contar qualquer coisa.
- Tá certo. Senta aqui que a história é um pouco longa. - digo me sentando em um dos bancos da pracinha que tem perto da casa de meus pais.
Conto para Tobias tudo que aconteceu nos últimos meses, desde a falsa traição até a conversa que tive com Frank.
- Deixe-me ver se entendi direito. - fala um tempo depois de eu ter terminado de falar. - Então quer dizer que minha irmã forjou uma traição com seu namorado, vocês terminaram, você descobriu, falou com ele e ele não te quis.
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O Idiota do Corredor (Em Revisão)
Teen FictionMorando em São Francisco para estudar, Cristal Fox estava acostumada com sua vida monótona. Ela não esperava encontrar um amor, nem o que isso traria. Para Frank Lambrini tudo sempre foi do seu gosto: trabalho, faculdade, amigos e festas. Ele não...