We will be happy I promise you

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Analua Queiroz

A mãe de Rafael me olhava com ódio e raiva. Eu estava intacta no canto do quarto esperando qualquer reação possível vinda da pequena mulher à minha frente. Rafael ainda estava parado com cara de paisagem ao meu lado.

— Me deixa ver se eu entendi — disse — Seu pai acertou um murro na cara do meu filho? — indagou me encarando — Quem seu pai pensou que é? Qual o nome dele?

— Ma-auro Queiroz — Falei engasgando em minhas próprias palavras. A mãe de Rafael, que me fuzilava logo mudou seu olhar para seu filho, senti Rafael estremecer ao meu lado.

— Queiroz? Só pode ser brincadeira com minha cara — Disse furiosa — Eu tenho cara de palhaça, Rafael? Você tem noção de quem é o pai dessa... Garota? — Continuou. Rafael apenas abaixou a cabeça e não disse nada. Ele só poderia estar me zoando — E você — ela voltou seu olhar para mim — saia da minha casa agora e não ouse nunca mais pisar aqui, não quero seu tipo de gente misturado com meu filho, vai! Saia daqui agora! — Exclamou sem ao menos me deixar explicar alguma coisa.

A mulher que estava na minha frente, afastou-se abrindo caminho para eu poder passar, antes de tomar meu caminho olhei para Rafael que ainda continuava com a cabeça baixa e em silêncio. O sentimento de culpa encarnou em mim, mesmo eu não tendo feito nada, eu estava me sentindo culpada por isso tudo e principalmente humilhada.

Desviei meu olhar de Rafael e sai de seu quarto, passei pela sala, peguei meu salto que estava ali jogado e sai da casa sem olhar para trás. Depois de minutos andando pelas ruas, noto que estou em uma rua que não conheço, sento-me na calçada e deixo tudo que me fazia mal sair em formas de lágrimas. Eu só poderia ter feito algo ruim em outra vida, não era possível! Eu apenas só queria ser feliz com alguém que amo. Sim, eu amo o Rafael.

Mas é tudo tão difícil quando envolve ele, nossas famílias com essa briga idiota que eu mal sei o motivo, esse ódio uma pela outra inexplicável, isso tudo só me faz ter vontade de largar tudo e fugir para um lugar distante de tanta confusão. Por que não podemos ser apenas felizes? Felicidade é uma coisa tão boa, mas tão difícil de ser alcançada. Nós queremos ser felizes, isso é pedir demais?

Meus pensamentos são interrompidos por alguém chamando pelo meu nome.

Meus olhos estão embaçados por conta das lágrimas, não consigo enxergar quem me chamava. Com medo, me levanto e começo a andar em qualquer direção até que sinto alguém puxar meus braços.

Meu Deus é agora que eu morro.

— Me solta, se não eu vou gritar — Digo, limpando meus olhos. A pessoa solta uma risada e eu a reconheço. Christian.

— Só pode ser palhaçada, você aqui? Me solta e sai de perto de mim — digo tentando ser firme.

— Ei fica calma, quero te ajudar! Está tudo bem? — Christian pergunta e eu não consigo dizer nada, apenas rir.

Ele me ajudar? Que eu me recorde da ultima vez ele quis me agarrar à força.

— Me ajudar? Que eu me lembre, da ultima vez que nos vimos você tenta me agarrar — digo soltando suas mãos do meu braço e me afastando um pouco tendo a visão completa dele. Ele era babaca, mas era lindo.

— Me desculpe, eu estava fora de mim — Christian disse em um tom meigo. Estranhei sua sinceridade, ele estava diferente.

Fiquei o encarando, procurando algum vestígio de brincadeira ou ironia, mas ele ainda retribuía o meu olhar e ficamos naquilo por alguns segundos, até que eu desisti de saber se ele estava mentindo ou não. Suspirei pesado e deixe-me levar.

Flight ✖ Rafael LangeOnde histórias criam vida. Descubra agora