It was my father

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Analua Queiroz


Eu só poderia estar louca de estar beijado esse desgraçado. Abro meus olhos e me deparo com a figura de Rafael com um sorriso maroto no seu rosto. Empurro-o para longe de mim.
— Que merda você pensa que está fazendo, Rafael? — Digo, passando rapidamente a palma da minha mão em meus lábios.

Rafael faz uma expressão de surpresa.

— Pensei que vocẽ estivesse gostando. Vai me dizer que não foi bom? — O loiro diz encostando-se em um poste que havia ao seu lado. Reviro os olhos e resolvo ignorar sua fala. Esse garoto estressa até minhas células mortas. Viro meus calcanhares na direção oposta, que no caso era a direção da boate e começo a andar. Vou tentar adentrar aquele lugar.

Ao dar alguns passo ouço Rafael gritar por mim.

— Analua, espera! Preciso te contar algo... É sobre minha tia — Rafael grita e sua voz ecoa pela estrada completamente vazia. Viro-me em sua direção, sentindo um ar gelado bater sobre minhas bochechas e um arrepio passar por todo meu corpo.

— O quê? Fale logo, não tenho tempo pra você — Falei sendo rude, logo me arrependi, mas eu estava exausta disso tudo. Rafael balançou negativamente sua cabeça e seu cabelo acompanhou o movimento. O garoto fixou seus olhos azuis em mim e abriu a boca durante algumas vezes, mas logo fechou — Diga logo Rafael, está esperando o quê?— Falei impaciente com a situação.

E-eu achei um diário, agenda, não sei como vocẽ chama, mas achei no porão da minha casa e... — Rafael falou tirando o tal diário de dentro do seu casaco — Eu li. Analua, eu estou atordoado.

Rafael mudou da água para o vinho, sua expressão era de medo, tristeza e ambos misturados formando o que ele estava transmitindo naquele momento. Semicerrei meus olhos e caminhei em sua direção, pegando o diário de suas mãos e analisei o objeto que estava em minhas mãos. Era um caderno simples de capa escuro e bem antigo. Olhei para Rafael e o mesmo estava me encarando, apavorado.

— Ok, me diz o que tem aqui — Falei encarando-o.

— Foi meu pai — Rafael diz e logo passa as mãos por dentre seus cabelos.

— O que tem seu pai, Rafael? — Digo, ficando nervosa.

Que merda ele estava falando? Ele só poderia estar drogado ou bêbado.

— Meu pai... — Rafael começa a dizer, e logo para. Reviro meus olhos. Isso já está me irritando, abro o diário na ultimo página, e me choco ao bater meus olhos em uma página totalmente ensanguentada, com apenas algumas palavras. '' Rob'' era o que estava escrito na página.  A página anterior, continha uma carta inacabada. Começo a ler.

"Querido Mauro,
Sinto muito por tudo o que está acontecendo. Tive que tomar uma dura decisão em relação a nós. Não posso mais lhe visitar toda quarta-feira, naquele lugar, meu irmão descobriu e me mante..."

A carta terminava assim. Meus olhos logos se encheram de lágrimas, acabo - por instinto - fechando o diário e entrego rapidamente para Rafael.

— Analu... — Rafael tenta dizer algo, mas logo fica calado. Não pode ser! Isso é terrível.

Sento-me na calçada e fico olhando para Rafael que se posiciona na minha frente.

— N-nós temos que ir na polícia — Digo com a voz embolada.

Rafael me olha surpreso.

— Ele é meu pai, não posso fazer isso. — Rafael diz.

Enxugo minhas lágrimas, levanto e fico em sua frente.

— Foda-se, ele matou uma pessoa, ele poderia ser qualquer pessoa desse mundo. Ele é um assassino de merda, porra. Você não enxerga isso, Rafael? Se você não quer ir, me dá essa merda que eu vou! — Gritei e puxei o diário de sua mão e logo voltei a andar para a boate. Eu precisava de alguém para me levar até a delegacia.

— Analua! — Rafael grita, olho para trás — Eu vou com você.

O garoto diz e logo se aconchega em meu lado. Vamos para a boate onde ele havia deixado seu carro. Depois de minutos estamos parados em frente a delegacia, onde o caso da tia de Rafael havia sido arquivado.

— Vamos entrar — Digo apertando o diário contra meu peito e adentrando a delegacia. Ao entrar, nos deparamos com a recepção onde havia uma mulher — Oi, eu queria falar com o delegado. — Falei tentando ser simpática. A mulher não disse nada, não olhou para mim apenas apontou para uma sala que havia no final do corredor. Ignorei o fato de que ela foi mal educada comigo e me dirigi para a sala na qual ela havia apontado. Rafael me seguia, calado, nem parecia o Rafael que eu conheço.

Chego em frente a porta da sala e fico encarando-a. O medo começa a dar sinal de via.

— Analua, vai dar tudo certo — Rafael diz baixo, somente para eu escutar. Faço sinal positivo com a cabeça, respiro fundo e entro na sala. Ao entrar me deparo com o delegado sentado em sua mesa. Sem ao menos o deixar falar, fui dizendo tudo que eu havia visto e lhe entreguei o diário. Ao falar tudo que eu tinha para falar, sai rapidamente da delegacia e fui direto pro carro. Minhas mãos estavam geladas, eu estava aterrorizada. Rafael entra no carro.

— Ei! — O garoto pega em minhas mãos gélidas — Já passou.

Ele me encarou durante alguns segundos e eu apenas engoli à seco, me aconchegando no bando do seu carro, enquanto passava um turbilhão de pensamentos em minha cabeça. O que será que aconteceria depois? Quero dizer, eu mal dei tempo para o delegado falar alguma coisa, apenas entreguei todas as informações e fui embora.

Isso iria virar uma briga das grandes, pelo menos amanhã de manhã sim.

Depois de algum tempo, passamos em frente a boate de Christian, na qual eu tinha o intuito de descer, mas ao parar o carro em frente a boate, vejo Christian grudado em uma garota. Abaixo o vidro para ter certeza do que estou vendo. Só podia ser brincadeira com minha cara. Christian por um relance olhou para mim e fingi não me ver, aquilo era o fim.

Meu sangue borbulhou.

— Vamos embora daqui — Digo entre os dentes e Rafael sem dizer nada,  obedece.

Filho da puta. Ele me paga.

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Olá meus amores , tudo bom ? Eu voltei como prometi . Espero que gostem deste capítulo. E FLIGHT ESTÁ DE VOLTA .

Não esqueçam de continuar votando e comentando muito !!!!!!

* Avisando que a fanfic é +18, então algumas partes serão quentes.

Boa leitura e até a próxima .

Betagem: @oldirttyshirt

Flight ✖ Rafael LangeOnde histórias criam vida. Descubra agora