Goodbye

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Analua Queiroz

Eu estava estática parada no primeiro degrau da escada ouvindo Rafael gritar do outro lado da porta.

— Analua, se você não abrir essa porta eu vou derrubar! — Rafael gritou e deu um soco na porta que me fez dar um pulo de susto. Olho para  Christian e o mesmo ainda esta no andar de cima apenas me encarando.

— Eu vou abrir — Digo descendo o degrau. Christian apenas concorda com a cabeça. Eu estou cansada dessa possessão que Rafael tem sobre mim, isso tem que ter um fim. Eu vou dar um fim nisto. Vou em direção da porta e fica parada alguns segundos na frente da mesma tomando coragem para abrir. Logo abro e dou de cara com Rafael  estático me encarando, seu rosto estava inchado e seus olhos estavam vermelhos.

Analua ! — o loiro diz e logo me abraça, fico sem reação e não retribuo o abraço.

— Entra. — Digo seca. Rafael me solta e noto que suas sobrancelhas estão unidas, ele não estava entendendo meu comportamento. Sem dizer nada Rafael entra e eu fecho a porta, Christian esta no primeiro degrau da escada parado com as mãos no bolso. Rafael o encara.

— Dá pra sair daqui e nos deixar a sós?— Rafael diz. Ele vem aqui e pensa que pode sair mandando em todo mundo?

— Não, ele fica... Sabe-se lá o que você pode fazer — Digo e Rafael vira de imediato para mim.

— Você está defendendo ele? Era só o que me faltava — Rafael diz e passa as mãos no seu cabelo em sinal de desespero. Ele estava começando a ficar nervoso e isso me deixava com certo receio, não reconheço mais o Rafael e não sei do que ele seria capaz.

— Rafael, acho melhor nós darmos um tempo — Digo rápido, Rafael para e fica me encarando com um olhar matador — Não esta dando mais certo isso, está tudo confuso, você está confundindo as coisas. Ambos precisamos de espaço e... — Tento concluir, porém sou interrompida.

— Tudo confuso? Porra, você sai sem rumo algum e olha aonde você vem parar? Você veio pra casa desse filho da puta. Analua, olha o que ele fez com nosso relacionamento. — Rafael grita. Seguro o choro que esta em minha garganta, tenho que ser forte.

— Ele não fez nada, você que fez. Você é um louco, possessivo, acha que é meu dono. Porra, você não é meu dono, Rafael. Você não manda em mim, você não tem o direito de mandar em mim. Você não me ama, apenas é obcecado por mim. Isso é doença. — Grito na mesma altura. Rafael fica parado em minha frente, somente me encarando — Não consigo mais seguir com você. Eu te perdoo, mas não consigo! Por favor, não insiste. Volta paŕa sua vida, volta para seu trabalho e me deixa viver, respeita meu espaço — Digo virando-me de costas para ele indo em direção a porta. Abro a mesma. — Adeus Rafael — Olho para o garoto e o mesmo está parado sem acreditar.

— Ok, então... Você escolheu isso. — Disse ríspido e passou pela porta feito um raio de luz. Fecho a porta e fico encarando a mesma.

— Eu sinto muito, meu amor. — Digo colocando as minhas mãos no meu coração. Eu sei que foi a coisa certa para ambos. Espero algum dia te ver novamente. Viro-me e noto que Christian ainda estava parado no primeiro degrau apenas observando tudo. — Vou subir.— Digo passando por ele.

— Sinto muito! — Christian sussurra. Ignoro e vou para o quarto.


Rafael Lange

Já se passaram três dias desde que parti e deixei Analua, meu coração esta literalmente despedaçado. Cada palavra que Analua me disse foi como um golpe de adaga no meu coração. Depois daquela noite resolvi voltar para minha cidade, para minha casa e para minhas coisas, meus pais ficaram surpresos com minha volta e por algum milagre me deixaram voltar para casa. 

Flight ✖ Rafael LangeOnde histórias criam vida. Descubra agora