Analua Queiroz
Estou nos meus mais lindos sonhos, quando bem lá no fundo escuto barulho de algo tocando. Me remexo na cama lentame, a procura de meu celular que estava em algum lugar, apalpo o móvel ao meu lado e pego o aparelho, que por sinal está fazendo um escândalo. Rafael se remexe do outro lado.
— Alô! — Digo com uma voz terrível de sono.
— Analua, sou eu o Felipe, nosso pai está no hospital.— Felipe, meu irmão, dispara do outro lado da linha, sua voz está apressada e sua respiração ofegante.
— O-o que ? O que ele tem?— Digo sentando-me na cama. Rafael logo deposito sua mão em meu ombro, ignoro.
— Ele teve um ataque cardíaco, por conta da notícia — Felipe diz. Já imagino qual seja a noticia. — Ele está muito mal, Lua.— Felipe diz em um tom totalmente deprimente, e por surpresa ele me chama pelo apelido que me deu quando eu ainda era criança. Meu coração se despedaçou em milhões de pedacinhos minúsculos. Não consigo dizer nada.
— O Roberto foi preso.— Felipe solta.— Vem pra cá o mais rápido. Até mais! — Meu irmão disse e logo desligou não deixando espaço para minha fala. Tirei o aparelho do ouvido e fiquei olhando para o nada durante uns segundos, que pareciam horas.
— O que aconteceu, Analu?— Rafael me arrancou dos meus pensamentos. Viro-me em sua direção. Sinto algumas lágrimas escorrerem por minhas bochechas.
— Meu pai está internado e o seu pai ....— Digo relutando para concluir. Rafael faz um sinal para continuar.— E-ele foi preso.— Digo. Rafael faz sua expressão de surpresa. — Sinto muito.— Digo arrastando a lágrima da minha bochecha, Rafael continua parado porém sem expressão alguma. Me aproximo dele e o abraço, ele retribui.
—E-eu não deveria estar surpreso, era previsível.— Rafael diz embolado.
— Ele é seu pai, óbvio que você deve estar surpreso.— Digo me afastando de Rafael e logo limpo suas lágrimas que insistiam em cair.
— Vai ficar tudo bem! Agora temos que ir para Camboriú.— Digo levantando-me e arrumando uma pequena bolsa.
Logo já estavamos na estrada. Não demorou muito tempo, adentramos a linda cidade de Balneário Camboriú. Como eu estava saudosa dessa brisa maravilhosa do mar. Abro a janela do vidro e sinto o vento gelado colidir com minha bochechas, que provavelmente já estavam avermelhadas.
— Vou te deixar aqui no hospital e vou para casa ver minha mãe, mais tarde volto. — Rafael diz estacionando o carro na frente da porta de entrada do hospital.
— Tudo bem. Até mais. — Me despeço do garoto e desço do carro, o mesmo arranca e vai embora. Adentro o hospital. Aquele cheiro embrulhava meu estômago.
— Oi, eu queria ver o Mauro Queiroz.— Digo para a moça da recepção, que logo me lança um sorriso.
— A senhora é parente?— A moça pergunta.
— Filha — Respondo sorrindo.
— Quarto 345, senhorita.— A recepcionista diz me indicando o corredor. Ando alguns metros e logo dou de cara com meu irmão e sua noiva na porta do quarto.
— Analua.— Felipe diz ao me ver, e logo me aconchega em seus braços.
— Felipe— Digo retribuindo seu aconchego. Ele era o mais mala da história da humanidade, mas eu o amava. Me solto dele e comprimento sua noiva.
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Flight ✖ Rafael Lange
Fiksi Penggemar''Espero que você compreenda. Que compreenda meu objetivo ao ponto de querer atravessar todos essas barreiras pela frente comigo! Estando juntos ou não, porque certamente você fará parte da minha vida ou até mesmo de alguma memória. Porque além diss...