20. Flight into Fire

306 29 49
                                    

Quando Harry finalmente abre os olhos, tudo que ele vê é, surpreendentemente, escuridão.

Talvez seja o fato de sua visão estar direcionada para o teto fechado do submundo, e tal local ser quase totalmente imerso em sombra, com a única fonte de luz sendo proveniente dos rios de lava.

Talvez. Só talvez.

Suas costas doíam um pouco — mas graças à forças maiores, não tanto quanto a dois dias atrás, quando ele e o grupo haviam finalmente deixado a Torre de Zot. Ainda se lembrava de Louis cuidando dele com várias gazes e diferentes tipos de magias brancas, e de quão estranha a expressão em seu rosto era quando vira o sangue branco escorrer por um de seus braços.

Sinceramente, ele também não sabia o que pensar de tal fato.

— Harry... — É a voz de quem ele mais ansiava por ouvir que murmura, e obrigada, forças superiores! Louis estava bem.

— H? — Uma voz mais grossa e séria profere. — Acorda... temos que ir logo.

O homem de olhos verdes se levanta com um pouco de dificuldade, olhando ao seu redor. Conseguiu perceber que ainda estava no dirigível, com seu chão de madeira nobre um pouco danificado por conta da queda brusca. Todos os seus cinco amigos estavam de pé, como se estivessem esperando para que sua pessoa acordasse a um tempo.

— Todos estão bem? — É a primeira coisa que o homem de olhos verdes indaga, como sempre preocupado – na verdade, como um verdadeiro líder, por mais que realmente não gostasse de tal título.

— Sim, — Ed confirma, logo abaixando a cabeça em um gesto de tristeza. — todos menos a minha aeronave.

— Eu dei uma olhada nas enginas com o Ed, — Marina comenta, por mais que não soubesse muito sobre engenhocas e tudo o mais. Só queria ajudar de algum modo. — e acho que não conseguiremos voar com a mesma no estado em que está.

— Então teremos que ir a pé. — Zayn completa. — Mas não se afastem do grupo, está entendido?

— Já entendi, Z. — É a vez de Louis voltar a falar, rolando os olhos tão fortemente que chega a doer. — Não conhecemos o território e blablablá.

Ah, Louis. Sempre com sua astúcia e impertinência.

Harry não pôde evitar senão rir de tal cena a sua frente, com Zayn o dando um olhar debochado não muito tempo depois.

Como ele amava aqueles dois!

— Então partiremos daqui a pouco. — A mulher de cabelos curtos enuncia, já preparando sua pequena mochila e guardando alguns suprimentos dentro da mesma. Tendas, poções, colírios e antídotos. Do que mais eles iriam precisar? — Peguem o que precisarem. Não sabemos por quanto tempo iremos caminhar.

E, com isso, eles partem para o sul, tentando terminar o trajeto que a aeronave estava fazendo.

X

Por incrível que pareça — e por muita sorte, obviamente — a caminhada é estupidamente curta. O clima não mudara; rajadas de quentura voam sobre o rosto dos viajantes quanto mais perto eles chegam do que parece ser um Castelo. Não faziam a mínima ideia de que horas eram, já que a luz não diminuía nem aumentava: só permanecia do mesmo jeito.

Intensa, forte e que provavelmente poderia causar cegueira sem muito esforço.

Antes de entrar, é Louis quem para de andar.

— O que houve? — Marina indaga, cerrando as sobrancelhas em confusão.

— O que? Vai me dizer que vocês nunca ouviram histórias sobre criaturas do submundo? — Louis ri com escárnio, por mais que estivesse morrendo de medo por dentro. — Não quero encontrar com o Ifrit* nem nada do tipo.

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora