21. Savior

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Harry não queria morrer.

Não naquele dia, não derrotado por Golbez, não daquele jeito...

Ele havia feito uma promessa, afinal. Na verdade, havia feito várias, mas a única que rodeava sua mente no momento, pertubando e torturando seus pensamentos, era a que havia feito a Louis em Baron.

Nós iremos ficar bem, ele havia dito para o namorado, enquanto encarava aquelas piscinas azuis.

Mas agora, com sua visão embaçada e preenchida por névoa, as coisas estavam tudo, menos bem.

Então ele esperou.

Esperou com seu coração palpitando em seu peito, esperou achando que aquele seriam os últimos segundos de sua vida. Esperou sabendo que era um covarde... apenas um covarde que não conseguia lutar contra as ondas.

Esperou morrer.

Mas não foi isso que aconteceu.

A névoa, antes impregnada no ar e tornando tudo um misto de tormento e confusão para o homem de olhos verdes, havia se dissipado repentinamente.

Ele sentiu uma movimentação leve ao seu redor, logo engolindo a seco, uma vez que tinha a plena certeza de que o dragão alado também pertencia a Golbez. Quer dizer, ele possuía um dragão das sombras... por que não um de névoa para combinar?

Porém, quando o homem de olhos verdes finalmente adquiriu coragem para abrir os olhos, nenhum dos dois dragões podiam ser vistos.

O que estava acontecendo, afinal?

— Um Eidolon... — É Golbez quem quebra o silêncio, também surpreso. — Meu Dragão, derrotado por pura... névoa.

Então o Dragão Negro havia sido... derrotado? E, espere... o que um Eidolon estava fazendo ali?

Mas Golbez não estava com medo. Sabia que derrotaria Harry de qualquer jeito, o Dragão não era necessário para tal ação ser realizada. Porém, antes que pudesse se aproximar do homem de olhos verdes outra vez para acabar com o que começou, sua ação é interrompida.

Primeiramente, foi um barulho alto. Depois, um silêncio total se instalou na sala. Por alguns segundos, Harry não conseguia ouvir nada, nem mesmo sua própria respiração. E então, de repente, o Dragão voltou, abrindo a boca e soltando outra rajada.

Em algum momento entre Golbez caindo no chão e Harry arregalando seus olhos, ele foi solto de sua paralisia. Alguém ou algo deve ter usado alguma magia nele. Mas quem, se todos os seus amigos estavam caídos no chão?

— Está tudo bem. — Alguém proferiu, era quase com se Harry conhecesse a voz... — Você pode se mover agora!

O homem simplesmente não sabia o que fazer. Deveria correr e clamar por ajuda nos corredores? Será que havia tempo o suficiente para tal ação? Ele precisava de ajuda, precisava que seus amigos sobrevivessem. Não conseguiria deixá—los sozinhos, muito menos curá—los sem a ajuda de outra pessoa.

E então ele viu.

Era um garoto de estatura média, de cabelos loiros e olhos quase tão azuis quanto os de Louis. Suas feições não podiam ser muito identificadas, mas ele tinha certeza que o mesmo estava fazendo muito esforço, já que lançava os feitiços mais fortes que Harry já vira.

Blizzaga, Thungaga e Firaga.

Um de cada vez.

Harry não teve muito tempo para pensar mais afundo sobre o assunto; uma vez que soube qual era sua missão quando o garoto se virou para encará—lo, gritando em um fio de voz:

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora