A noite passava lentamente. Nuvens passeiam pelos céus, alternando a intensidade do brilho da Lua nas janelas compostas por mosaicos do Castelo. Zayn estava de costas para a porta daquele atelier, — ou, mais precisamente, uma sala com vários tipos de armas penduradas na parede — afiando uma de suas lanças com uma lâmina pontiaguda. O único som presente era o do atrito do metal com a ponta da arma, algo totalmente calmante para o moreno.
Como ele amava o silêncio.
Para ser sincero consigo mesmo, estava bastante ansioso para o dia seguinte. Quer dizer, o quão emocionante — e assustador — era entrar na base do inimigo? Eles literalmente podiam sair mortos dali, — o que sinceramente deveria assustar o homem e não eriçá—lo ainda mais — mas a coisa era que Zayn nunca foi o tipo de homem que temia as coisas. Gostava de desafiar tudo que respirava.
Talvez essa fosse a razão de querer seguir o caminho de seu pai, afinal. Dragoons caminhavam pelos ventos, eles literalmente desafiavam a gravidade.
Havia algo mais instigante e emocionante que isso?
O homem de olhos castanhos por fim concluiu que não, logo voltando a prestar atenção na lâmina em suas mãos, tomando cuidado para não cortar nenhum de seus dedos fora. Sua paz interior e mental não durou um pouco mais de cinco minutos, uma vez que o som de passos subindo as escadas foram atentamente captados por seus ouvidos.
Zayn tenta relaxar os ombros a medida que os passos aumentam, em um ensaio de parecer estar alheio a tudo que acontecia ao seu redor. A verdade é que ele prestava muita atenção em tudo, até um pouco demais, então sempre tentava parecer o mais desleixado possível.
Porém, quando os passos se cessaram e o rosto da pessoa finalmente foi revelado, Zayn poderia ser tudo, menos alheio a situação.
— Louis. — Sua voz fraqueja, e nossa, ele se sente no jardim de infância outra vez. — Que surpresa te ver aqui.
— É. Hum. — O homem de olhos azuis, trajado em um casaco de lã e calças largas divaga, se apoiando no batente da porta. — Estive ocupado.
É. Louis podia estar lindo e tudo o mais, mas a coisa era que Zayn odiava mentiras.
— Ocupado me evitando? — O moreno ri baixo, voltando sua atenção para a lâmina.
— Aham. — O outro debocha. Pelos céus, nada era mais insuportável do que o moreno fazendo drama. — Por aí.
— Lou.
— O quê?
— Você... — Ele engole a seco, tentando ser cauteloso com suas palavras. Louis podia ser bem... explosivo quando queria. — você nunca mais falou comigo. A culpa de estarmos afastados é sua, você sabe, certo?
— Mas o quê... — Os olhos azuis do homem se arregalam. Mal haviam começado a conversa e já estavam prestes a brigar. Bastante típico deles. — Como você ousa?!
— É óbvio, Louis. — Zayn suspira, já cansado: realmente não queria discutir. — Tão claro quando Cristal. Você está com medo de mim.
— Exatamente. — Louis confirma, irônico. — Nossa amizade nunca mais foi a mesma depois que você tentou me matar.
— Eu não tentei te matar, porra! — O outro berrou de repente; não ficaria ali ouvindo sobre como o homem de olhos azuis era o coitado da história.
— Então foi o quê?! — Ele exclamou de volta; seus olhos chamuscavam. . — Porque eu me lembro muito bem de passar um bom tempo preso na merda de uma guilhotina.
— Eu só queria te manter por perto... Você sabe disso.
— Não, não sei, Z. — Louis respondeu com a voz embargada; já alheio aos motivos que haviam o trazido ali. — Porque todo mundo acha que devo te perdoar, afinal, você estava sendo controlado. Mas isso também me afetou, sabe? E você nem pra me explicar as coisas direito...
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Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]
FantasyNo Planeta Azul, Quatro Cristais elementais controlam o equilíbrio do mundo, trazendo força e poder para aqueles que os possuem. Entretanto, nem tudo são flores: uma vez que você se entrega a escuridão, ela promete nunca mais deixar a sua mente. Com...