17. The Tower Of Zot

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A grande velocidade com que a hélice do dirigível gira faz com que os cabelos do homem de olhos verdes voem em todas as direções possíveis e impossíveis. Dando uma breve olhada em seu arredor, ele torce para que aquela não seja a última vez que ele irá faze-lo: as cordilheiras e florestas de Troia eram realmente muito bonitas para deixarem de ser admiradas por conta de uma morte repentina.

Um barulho alto se aproxima de onde o pequeno grupo estava; Harry sabe exatamente o que está acontecendo, uma vez que havia pilotado dirigíveis por grande parte de sua vida: era um deles se aproximando.

A mesma ponte entre as duas aeronaves é restabelecida mais uma vez, e Harry fica ali, parado, com suas mãos tremendo e seu coração batendo tão forte que ele consegue ouvi-lo em seus ouvidos, como se estivesse em um pesadelo.

— Onde está o Cristal de Troia? — É a voz de quem uma vez foi seu amigo que indaga.

— Aqui, comigo. — Harry dá alguns passos a frente, tentando ser o mais breve possível. Eles não tinham muito tempo, ele sentia. — E o Louis?

— Ele está na Torre de Zot. — O outro homem responde, com falsa simpatia e uma calma irreconhecível. — Sigam–nos: iremos leva–los até lá.

E então Harry sacou. Era fácil demais para ser verdade. Nada seria entregue por Golbez desse jeito, de modo tão simples... alguma coisa ruim definitivamente estava por vir, e ele não podia fazer nada sobre tal fato.

X

A viagem havia sido um tanto estranha. Harry nem Ed haviam planado por céus tão distantes quanto aqueles, mesmo com todos os seus anos de experiência. Eles conversam baixinho entre si, tentando memorizar o caminho em suas mentes, caso precisassem de tal informação em algum momento.

Marina estava no fundo da aeronave, como sempre treinando. Harry se perguntava se toda aquela determinação era algo para mascarar o pouco de medo que a mulher de cabelos curtos sentia.

De longe, se Elizabeth forçasse a vista, ela poderia claramente ver duas criaturas com armas pesadas ao lado de Zayn, o protegendo-o. Engolindo a seco, ela se aproxima da outra borda do dirigível, olhando para baixo e se perguntando silenciosamente quando aquela guerra iria acabar.

Tantas mortes, por causa de um simples homem em uma armadura escura...

Mas ele não era um simples homem, Elizabeth sabia. Estavam falando de algum poder irreconhecível, quase como algo de outro mundo...

Ela sacode a cabeça para se desvencilhar de tais pensamentos, uma vez que o dirigível finalmente havia chegado a seu destino.

Os quatro olham ao redor. Há toda uma imensidão azul rodeando o grupo; o local realmente era uma torre – e bem alta, por sinal. Os ladrilhos que cobrem o chão estão antigos e encardidos; a estrutura do edifício também está bastante rachada. Não seria nada surpreendente se a torre caísse a qualquer momento, para ser sincero.

E, mesmo com todas essas conclusões, nenhum sinal de Zayn.

— Onde esse desgraçado se escondeu, afinal? — Elizabeth indaga de um jeito nervoso, andando de um lado para o outro apressadamente.

— Vocês não precisam se preocupar comigo. — É a voz do moreno ressonando, e, nossa, que surpresa: Harry e seu grupo haviam sido enganados. Não era a primeira vez e também não seria a última que isso iria de fato acontecer. — Golbez gostaria de mostrar sua gratitude a vocês, por terem conseguido o Cristal.

— Mostre–se! — É a vez de Marina berrar. Aquilo era uma espécie de jogo?

— Eu entendo o desejo de vocês apressarem o nosso encontro. — É a primeira vez que Harry ouve a voz grossa de Golbez desde o ocorrido em Fabul. — Mas deixem eu lhe dar um pequeno presente antes. Depois, corram para chegar ao último andar da torre. É no mesmo em que seu querido Louis se encontra.

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora