13. Baron and It's secrets

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A Devil's Road – ou Rota do Diabo, direto da tradução – era um tanto difícil de se descrever. Se localizava dentro de uma pequena casa como todas as outras de Mysidia, com o mesmo teto cor de palha e tudo o mais. Bem simples, conseguindo passar despercebida facilmente. No meio de toda a sala, havia um botão de parede a ser acionado, e, se você espremesse os olhos, um círculo brilhante na cor verde também podia ser enxergado.

Teoricamemte, a travessia era simples. Bastava pisar no círculo verde e o mesmo te teleportaria para Baron em poucos minutos. Mas a coisa era o que acontecia nesses poucos segundos: por algum tempo, tudo que Harry consegue ouvir são murmúrios e sussurros fantasmagóricos. Mãos aleatórias se aproximam do homem de olhos verdes, gritos de socorro preenchem seus ouvidos.

Há um momento em que Harry pensa ter ouvido a voz de Louis. Os soluços eram baixos e finos.

"Não, não, por favor."

Era uma ilusão, certo?

Louis tinha que estar bem. Ele era um homem crescido, – e um ótimo arqueiro, diga-se de passagem – sabia se cuidar. Harry também tinha total noção de que Zayn nutria sentimentos por Louis... ele não iria deixar que Golbez o machucasse, certo?

Respire, Harry. Respire.

E, por conta desses pensamentos, não é surpresa alguma quando Harry é o primeiro a se jogar no chão quando o grupo por fim avista paredes de madeira, simbolizando que finalmente haviam chegado na cidade de Baron. Se ele pudesse escolher, nunca mais faria alguma travessia por meio daquela Rota.

Era a Rota do Diabo, afinal... um lugar cheio de ilusões.

Quando percebe que suas mãos estão tremulas e há suor escorrendo por sua testa, ele consegue concluir que tudo teria sido melhor se sua mente não fosse tão fraca. Veja, Elizabeth, Camila e Lauren saíram da Rota sem uma tremedeira em seus corpos sequer. Mesmo sendo um Paladino agora, Harry sabe que ainda tem muito que aprender.

Ele não podia deixar que o inimigo o intimidasse.

— Vamos. — Lana, trajada em um vestido longo na cor vinho lidera o caminho. — Temos que achar algum outro modo de entrar dentro do Castelo: os portões estão bloqueados.

A Cidade estava bem diferente comparada a última vez que Harry havia estado lá. Tropas de Soldados estavam espalhadas pelos lugares, vigiando tudo.

Pela primeira vez em seus vinte e um anos de vida, ele não se sentia bem-vindo ali.

O homem de olhos verdes agradece as forças superiores por sua armadura de Paladino ser bem diferente da sua de Cavaleiro Negro, já que ninguém que não o conhecesse bem o reconheceria daquele jeito. Talvez achassem que ele e seus companheiros eram simples viajantes ou algo do gênero.

Atravessando a ponte do canal da Cidade mais ao norte, Harry resolve checar a casa de seu amigo Edward, o famoso criador de dirigíveis. Também não o via desde sua viagem a Mist, não sabendo nada sobre seu paradeiro. O homem de cabelos ruivos não estava em casa, mas a filha do mesmo sim: ela explicara que seu pai não saia do Castelo à muito tempo, e pede para o grupo traze–lo de volta para casa.

Já na casa acolhedora de Johannah, uma maga de magia branca e também mãe de Louis, Harry é obrigado a mentir sobre o fato do namorado ter sido raptado. Afinal, como contar uma coisa dessas para a mãe do filho da vítima? Ele se sente meio mal por mentir para sua quem-sabe-um-dia-sogra, mas, ei, não era como se ele tivesse outra opção, de qualquer jeito.

Então o homem de olhos verdes simplesmente conta as famosas mentirinhas brancas: diz que está tudo o.k. por mais que não estivesse, já que cedo ou mais tarde tudo voltaria ao seu normal de novo – ou pelo menos, era nisso que Harry queria acreditar.

Guided Forth Anew • {l.s} [pt/br]Onde histórias criam vida. Descubra agora